sexta-feira, 3 de outubro de 2025

CITAÇÕES

 
Chamar “plano de paz” ao que Trump cozinhou com Netanyahu e algumas ditaduras árabes, ainda mais “eternas”, é manifestamente exagerado. 

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Israel não tem qualquer constrangimento para cumprir seja o que for. E consegue tudo o que quer.

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[O Hamas] pode aceitar [o dito “plano de paz” de Trump] para conseguir a amnistia para os seus criminosos derrotados. 

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Porque não, se Netanyahu também não será julgado?

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Serão os EUA a decidir as regras da governação e da reconstrução, que é tratada como uma oportunidade de negócio.

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E os palestinianos, no meio disto? Não sabemos e eles também não, porque ninguém lhes perguntou.

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[Os Palestinianos] serão estrangeiros na sua terra.

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Neste caso, conseguem parar a chacina. 

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O plano de “paz” é um prémio pelo genocídio. Com proteção internacional.

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Trump e Netanyahu ofereceram aos europeus, que reconheceram o Estado da Palestina pressionados pelas opiniões públicas, um plano de fuga. 

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A Palestina perde, na prática, qualquer soberania sobre Gaza, a ocupação militar está garantida sem qualquer resistência.

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Quem imaginaria, mais de duas décadas depois do Iraque, que um dos principais responsáveis pela guerra mais trágica deste século, baseada numa descarada mentira e de que, muitos milhares de mortes depois, ainda sentimos as sucessivas réplicas, viria a ser escolhido para regente de um território do Médio Oriente, em nome da paz.

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[O hábito colonial] está, da primeira à última linha, neste ultimato disfarçado de plano de paz.

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Sem a participação de um palestiniano.

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Com os despojos a serem partilhados pelos aliados de quem arrasou o território.

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Com o poder entregue pelos EUA aos próprios EUA.

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A Autoridade Palestiniana fica em banho-maria.

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Tudo tratado por um “conselho de paz”, ou conselho de administração, para ser mais rigoroso, de que Trump se autonomeou presidente.

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Enterre-se o assunto. E os palestinianos com ele.

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Israel deteve ilegalmente, em águas que ninguém reconhece como suas, cidadãos de várias nações, incluindo portugueses.

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Rangel (…) elogiou a forma “cuidada e profissional” com que Israel violou a lei e fez acusações aos ativistas da flotilha.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Em Gaza trava-se a guerra que tem como horizonte o esmagamento dos palestinianos.

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A guerra que se trava em Gaza é um indicador da crueza do sistema de poder internacional de hoje.

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Genocídio sem entraves, desdém ilimitado pelas considerações mais elementares de humanidade

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A guerra sobre Gaza é a guerra sobre as palavras que se usam e sobre o que elas legitimam.

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A palavra genocídio tem ocupado o centro dessa outra guerra.

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Qualificar a guerra em Gaza como genocídio tem uma evidente dimensão descritiva da barbárie em curso no território.

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Desafia as chancelarias e as opiniões públicas a sair do imobilismo e a agir em defesa das vítimas indefesas. 

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Negar a perpetração de genocídio em Gaza é parte de uma estratégia de desqualificação do movimento internacional de solidariedade com a Palestina.

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Desde quarta-feira ao fim da tarde (…) O argumentário usado é primário: os ativistas não tinham nenhum propósito humanitário mas sim um objetivo político.

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Tão primário como o embaixador de Israel na ONU – que qualificou António Guterres como cúmplice do Hamas.

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[Nuno] Melo armou-se em Ventura e proclamou que quem levava comida para Gaza era aliado do Hamas.

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[Quem usa este tipo de argumentos] dispensa-se de tomar posição sobre as questões essenciais: a da legitimidade da ocupação israelita, incluindo a zona de exclusão de navegação no mar adjacente a Gaza, ou a da violação sistemática do Direito Internacional e do Direito Humanitário por aquele país.

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Em Gaza, a guerra é obscenamente assimétrica, bem o sabemos.

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A tragédia desta guerra assimétrica é que ela ocorre no tempo da banalização do mal como cultura dominante e do deserto de densidade argumentativa como lei das redes sociais.

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Mas há algo que perturba esta assimetria. É a mobilização das ruas contra a prepotência impune do governo de Netanyahu.

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[Há que exigir o] fim do morticínio em Gaza e do reconhecimento do direito à autodeterminação do povo da Palestina – os pratos da balança ganham novo equilíbrio.

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[Os que desdenham a flotilha] sabem que ela teve esse efeito fundamental: combateu a assimetria da guerra sobre Gaza. Essa foi a sua vitória.

José Manuel Pureza, “Público” (sem link)

 

A uma semana do fim da campanha para as eleições autárquicas, parecem ser as políticas de imigração.

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Como sabemos, o que preocupa os nacionalistas, mesmo os autárquicos, são as cores de pele com outras bolsas.

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A imigração que nos lesa já chegou há muito e, na esmagadora maioria, limitou-se a adquirir casas que intensificaram a indisponibilidade do mercado da habitação.

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Em dez anos, Portugal atribuiu mais de 11 mil "vistos gold" a pessoas que nem cá estão, nem cá estiveram, nem cá trabalham, nem cá descontam, nem cá existem.

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[São] apenas escandalosos contribuidores para o aumento brutal do preço das casas que (não) temos para morar.

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Colocar a imigração e o aumento da criminalidade ou da insegurança como os principais problemas do país autárquico que vai a votos, pior do que tomar a árvore pela floresta, é cada vez mais desculpabilizador do "ser português". 

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O que era impensável ser dito na mesa do café é agora bradado no Parlamento sem consequências senão a da tragédia democrática que a pocilga permite. 

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O que assusta é a normalização do insulto e da insinuação, como se não houvesse qualquer reflexo na opinião pública ou qualquer peso no voto. 

Miguel Guedes, JN

 

De acordo com as estatísticas oficiais, na última década, o crime de abuso sexual de crianças, adolescentes e menores dependentes ou em situação particularmente vulnerável e o crime de violência doméstica tiveram a maior representação no conjunto de crimes contra menores.

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Apesar da importância crucial da investigação criminal e da punição dos culpados, o foco principal e mais urgente deve ser na prevenção.

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Perder uma criança para o abuso é uma falha de toda a sociedade, e esperar pelo crime para agir é falhar no nosso dever primário de proteção.

Madalena Sofia Oliveira, “Público” (sem link)


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