A
lição que Pedro Nuno Santos nos deixa é ácida, mas necessária: a verdadeira
Esquerda não pode, em momento algum, viabilizar ou permitir um Orçamento que
não sirva os interesses da maioria.
Verticalidade à Esquerda: O Espelho da Traição no PS
A suspensão do mandato de Pedro Nuno Santos não é uma manobra, é um murro
na mesa e um raríssimo ato de verticalidade política num sistema onde a
coerência morreu.
Este gesto tem de ser lido como um protesto público contra a atual direção
do PS. Quando um líder com o seu peso ideológico rompe com a disciplina
partidária antes de uma votação de Orçamento, está a dizer, de forma
inequívoca: esta abstenção é uma traição aos princípios de esquerda e uma
cumplicidade inadmissível com as políticas da direita.
A abstenção na votação de um Orçamento que inevitavelmente irá prejudicar
os trabalhadores e os serviços públicos não é "sentido de Estado"; é
vazio ideológico. É a prova de que a cúpula do PS, mais uma vez, trocou a luta
pelos mais vulneráveis pelo conforto da gestão do sistema e pela conveniência
tática.
A lição que Pedro Nuno Santos nos deixa é ácida, mas necessária: a
verdadeira Esquerda não pode, em momento algum, viabilizar ou permitir um
Orçamento que não sirva os interesses da maioria. A grandeza na política hoje
mede-se pela coragem de romper com o próprio partido quando este se afasta dos
seus compromissos sociais. Que este ato de princípio sirva de sismo para quem
insiste em enterrar a social-democracia nos jogos de bastidores.
João
d'Oliveira dixi

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