(…)
A relação do escritório de Montenegro com
autarquias do PSD, que financiaram boa parte da sua atividade como advogado,
mereceu uns apertos iniciais.
(…)
O líder do PSD atravessou a campanha eleitoral
sem ser incomodado com o tema.
(…)
O facto de Luís Montenegro não ter sentido a
necessidade de explicar publicamente a remodelação que fez diz bem do estado de anemia do escrutínio político a que qualquer governo está sujeito.
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Todas [as leis ou medidas de governo]
afetarão qualquer atividade profissional ou empresarial da sua mulher e filhos.
(…)
Alguns dirão que Luís Montenegro paga o tipo de
oposição a que a direita se dedicou em boa parte do governo de António Costa e
Pedro Nuno Santos.
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As coisas têm o valor legal e moral que têm e
os critérios de exigência não deve mudar conforme o governo.
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Compreende-se, no entanto, que André Ventura aproveite o episódio irrelevante para
apresentar uma moção de censura.
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Deveríamos chamar-lhe uma moção de diversão.
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Os casos que se sucedem no Chega [exigem
um foguetório que distraia os eleitores].
Daniel Oliveira, “Expresso”
(sem link)
Os dois aliados de Donald Trump terão mais do
que aquilo que alguma vez esperaram conseguir.
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O
Presidente dos EUA vai conceder a ambos, respectivamente, a anexação de Gaza e
da Cisjordânia e de uma grande parte do território da Ucrânia.
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Donald Trump vai sacrificar o direito dos
palestinianos a um Estado, a usufruírem de quaisquer direitos cívicos,
ferindo de morte qualquer noção
de direito internacional.
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Benjamin
Netanyahu e Vladimir Putin, ambos acusados de crimes de guerra, estão
caucionados pela Casa Branca e não há nada que os possa travar a partir daqui.
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O que
J.D. Vance, Pete Hegseth e Keith Kellogg vieram dizer a Munique e a Bruxelas
foi que o Tio Sam não quer nada connosco.
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Os
emissários de Donald Trump nutrem pelo bloco europeu o mesmo desdém que
reservam aos democratas e a todos com os quais não concordam.
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J.D.
Vance está muito preocupado com as eleições presidenciais romenas, porque a
anulação dos resultados impediu a vitória de um candidato com públicas e assumidas
paixões pelo III Reich.
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A internacional da extrema-direita vai dando
passos firmes.
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É de
um cinismo insuportável criticar os países europeus por uma suposta limitação
da liberdade de expressão, quando o que o vice-presidente dos EUA defende é que
a mentira manipuladora e o discurso de ódio mais hediondo possam circular sem
limites.
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Para
acabar de vez com o escrutínio, os EUA de hoje vivem uma época de purga, de
censura e, talvez ainda pior, de autocensura.
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O que
mais preocupa J.D. Vance e companhia são as regras e a regulação do mercado europeu,
que pode refrear a crescente influência das empresas tecnológicas na criação de
uma atmosfera tóxica.
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Esta
administração só aceita as suas próprias regras e não hesita, até, em colocar
em causa a independência do poder judicial.
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Diplomacia é outras das palavras que não fazem
parte do actual vocabulário de Washington.
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Os países europeus têm de se responsabilizar
pela sua própria segurança.
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Para que serve a NATO, se os EUA a encararem
apenas com uma central de compras para benefício próprio.
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A
Europa não deve deixar de ser a Europa, deve resistir à chantagem, responder à
humilhação e fortalecer a sua autonomia.
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Num
mundo cada vez mais fragmentado, a UE está entalada entre duas ameaças, a do
imperialismo russo e a do imperialismo norte-americano.
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A UE se fortalece ou desaparece.
Amílcar Correia, “Público”
(sem link)