sexta-feira, 23 de maio de 2025

CITAÇÕES

 
Sabemos que este é o tempo da deceção.

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Nunca se prometeu tanto para esperar tão pouco.

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As pessoas têm a sensação justificada de não ter poder na mudança. 

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Foi mais gente às urnas só para votar num partido que sabem (as pessoas não são parvas) ser ausente de proposta.

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Da desigualdade à precariedade e assustadora rapidez de tudo, há muitas razões para explicar um fenómeno global que acelerou depois de uma crise financeira paga pelos de baixo e cresceu com a pandemia.

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No crescimento da extrema-direita, na consolidação de três blocos políticos e na derrocada do centro-esquerda, apenas chegámos com atraso a uma Europa onde só seis países (em 27) têm a direita abaixo dos 50%.

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É verdade que a imigração teve nestas eleições, como em muitas na Europa, um peso extraordinário. 

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A circulação aumentou exponencialmente em todo o mundo e políticas mais ou menos restritivas não têm conseguido controlar mais do que a taxa de regularização.

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Os imigrantes entram na mesma. A não ser, claro, que aceitemos viver num Estado policial. 

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A esquerda varia entre o discurso dos direitos humanos, moralmente correto mas politicamente inútil, e o utilitarista, que, apesar de ser indiscutível que a economia colapsava sem imigrantes.

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[A comunicação social] passou dois dias atrás de um político com azia e talento para o drama, mas não devemos desprezar o poder imersivo das redes sociais.

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Alguém [que conheço] que vive ao lado de imigrantes foi mais impactado pelas redes do que pela experiência pessoal.

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Uma pessoa que fez campanha disse-me que passou dias a desmentir, nos mercados, falsos recibos da Segurança Social que lhe mostravam no telemóvel.

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A produção de desinformação tem uma escala que a democracia nunca conheceu.

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O crescimento da extrema-direita não vem das redes. A dificuldade em combater as doenças de que ela é sintoma sim.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Na área do Ambiente há decisões tão arrastadas, que já se tornaram um património de atrasos de vida.

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E são sobretudo afazeres que só nos beneficiam na saúde e qualidade de vida.

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[Sobre resíduos urbanos] não há tempo a perder para uma mobilização de todos e recorrendo a clássicos mediadores de proximidade, como são as escolas e as Juntas de Freguesia.

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[Sobre as águas] não vale a pena tapar o sol com a peneira e andar a excitar o país com transvases, barragens, dessalinizadoras e outras artes mágicas.

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Energias renováveis — não há modo de justificar que as Comunidades de Energia Renováveis — úteis, racionais e social e economicamente benéficas — continuem a ficar no fundo de uma gaveta por razões desconhecidas e incompetências conhecidas.

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[Sobre poluição do ar] não há maneira de justificar o adiamento de medidas inevitáveis para que seja possível viver sem risco para a saúde nos lugares onde a maioria da população portuguesa reside.

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Zonas costeiras — a imparável sobreocupação do litoral, é um crime contra o futuro que todos vamos pagar caro.

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Somos o único país da Europa que os não tem [leia-se diretores de área protegida].

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Florestas — qualquer força invisível continua a não permitir que se complete o cadastro e se avance com o ordenamento florestal.

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[Alterações climáticas] tudo impõe o cumprimento da Lei do Clima e do Relatório Nacional de Adaptação (RNA 2100) para prevenirmos catástrofes e consequentes perdas humanas e prejuízos económicos.

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O país tem vivido anos a fio numa incapacidade de agir perante todos estes problemas, escondendo-se atrás da aprovação de leis que não cumpre.

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A agenda do país está aberta na mesma página há demasiados anos.

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)

 

Ao jogo do empurra no Bloco Central entre quem queria menos ir para eleições, o povo respondeu com a manutenção da liderança e a substituição da alternância. 

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O desejo de uma vida melhor para todos deu lugar a um país revoltado, com um inconformismo azedo.

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Não interessa curar da realidade, de ser verosímil, de não dizer o contrário do que se disse, não é relevante insultar mulheres ou pessoas com deficiência, mentir descaradamente, achincalhar no Parlamento ou entregar às etnias todos os males do Mundo.

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Na realidade, nada interessa quando se estima que 58% dos perfis que se relacionam positivamente com o Chega são falsos. 

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 Farto de eleições, já ninguém se atravessará pela voz do povo caso algum partido resolva desencadear uma nova crise política.

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Se [o PS] deixar que, também materialmente, seja a extrema-direita a tomar o seu lugar enquanto oposição, não só cavará a profundidade da perda como entregará ao PSD a mensagem de que “a seguir são vocês”.

Miguel Guedes, JN


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