sábado, 17 de maio de 2025

MAIS CITAÇÕES (333)

 
Amanhã é dia de dar seiva à democracia.

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A atmosfera belicista em que vivemos é inimiga do bem comum e pode “justificar” o aniquilamento dos nossos direitos sociais, culturais, cívicos e políticos.

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Ali [na Ucrânia], pode instalar-se um foco de gestação de conflitos na Europa e em outras latitudes. 

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[A guerra na Ucrânia tem] como expressão maior de violência, de hipocrisia e de desumanidade os massacres e o genocídio que vêm sendo praticados por Israel sobre o povo palestiniano. 

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É preciso lutar pela paz e defender políticas de cooperação efetiva entre países e povos, respeitando reciprocamente as suas culturas.

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Há instituições do sistema económico em que vivemos que projetam a posição relativa dos países a partir dos seus PIB, para o ano 2050, e concluem que nessa altura os Estados Unidos da América estarão em terceiro lugar, sendo que nos dez primeiros não estará nenhum país europeu.

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A Alemanha anunciou esta semana que avançará com 5% do PIB para se armar. 

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O quadro de alianças está em acelerada mutação.

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A Europa vai (re)industrializar-se a partir da indústria bélica e matando o Estado social? 

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Não haverá democracia sem salários dignos e estabilidade no trabalho, sem valorização das profissões e qualificações, sem direitos sindicais, sem escola pública de qualidade. 

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Não haverá democracia sem um bom Serviço Nacional de Saúde e um Sistema de Segurança Social Público, Universal e Solidário, ou sem acesso a habitação digna. Reflitamos.

Carvalho da Silva, JN

 

Embora talvez com algum período de nojo e aceitação, mal seria se as eleições servissem para julgar a moralidade dos actos. 

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Se tal acontecer, estamos mais perto da americanização da política portuguesa do que alguma vez julgámos.

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À semelhança de Trump e Bolsonaro, a mediatização das convulsões é, também ela, um indicador de como alguma comunicação social troca o trigo pelo joio.

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O voto de domingo dirá muito sobre o tratamento hospitalar de urgência de alguma comunicação social, só aparentemente utilizadora de pulseira laranja.

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Por mais dissonante que possa parecer, o anúncio da candidatura presidencial do almirante Gouveia e Melo é o tiro mais certeiro da campanha das legislativas e isso diz muito sobre quem sobrevoa e sobre quem aterra sem chão.

Miguel Guedes, JN

 

Oitenta anos depois [do final da 2ª Guerra Mundial], o exercício de memória e de reflexão parece cada vez mais premente.

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Esta [ordem internacional liberal], construída com base num movimento de internacionalização dos direitos humanos, que trazia consigo a esperança de um mundo melhor, parece chegada aos seus momentos finais.

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Lucidamente [João Cardoso Rosas, nas páginas deste jornal] concluía, como outros têm feito, que esta ordem mundial, que trazia consigo a esperança de um mundo melhor, parece chegada aos seus momentos finais.

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Estamos num chão que é novo para os vindouros do pós-Guerra. 

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[Há um quarto de século] havia adquiridos civilizacionais que julgávamos duradouros, quando não permanentes.

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Mesmo nos momentos mais extremos, como os tempos da Guerra ao Terror do pós-11 de Setembro, (pelo menos) o discurso ainda prestava tributo aos direitos humanos.

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Era ainda o tempo em que, como dizia Norberto Bobbio, o maior problema dos direitos humanos na ordem internacional não era o de os fundamentar ou justificar a sua validade, mas sim o de os proteger.

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Hoje, no entanto, nesta nova ordem que desponta, parece que os direitos humanos e a paz passaram, ambos, a ser subversivos.

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A comunidade internacional parece votada ao descrédito, com a barbárie de uma população a ser chacinada, em Gaza, perante os seus olhos e perante a sua passividade.

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[Na Europa] vemos agora uma chamada ao rearmamento, com uma retórica de guerra até hoje inédita.

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Em Portugal, mergulhados em mais uma campanha eleitoral, parecemos alegremente alheios a esta reflexão.

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Se ainda não sabemos se teremos de sacrificar o Estado social ao "investimento na defesa", pelo menos já importámos para o mainstream político a discussão sobre a pertinência da educação para a cidadania nas escolas ou a retórica imoral da caça ao imigrante.

Ana Rodrigues, “Público” (sem link)


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