sábado, 10 de maio de 2025

MAIS CITAÇÕES (332)

 

Foi divulgado, na passada terça-feira, o Relatório de 2025 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

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O liberalismo económico tende a aumentar a riqueza de alguns, poucos, à custa do empobrecimento da maioria dos cidadãos.

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O crescimento económico sem justa distribuição é depauperamento dos mais frágeis e agravamento de desigualdades. 

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As conclusões do relatório são muito preocupantes: [Por exemplo: agravou-se a brecha entre países ricos e países pobres: se os resultados de 2024 passarem a “novo normal” as metas de combate à pobreza estabelecidas pela ONU para 2030, serão “adiadas por décadas”]

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As instituições internacionais que nos vêm impondo o liberalismo económico, como o Banco Mundial e suas “extensões”, agem em favor dos países ricos e do grande poder económico e financeiro.

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Só que, enquanto [o Banco Mundial] não tem tido falta de financiadores e as suas orientações são tomadas como leis universais, [o PNUD, ou a Organização Internacional do Trabalho], lutam pela sobrevivência e as suas recomendações são secundarizadas ou combatidas.

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Para aferição do desenvolvimento humano o PIB per capita é considerado, mas acompanhado de uma bateria de outros indicadores.

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Precisamos de forças sociais e políticas que se comprometam a dar um passo em frente na luta contra o abismo do retrocesso social.

Carvalho da Silva, JN

 

Acho que nunca escrevi um artigo em estado de maior indignação.

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O que se passa em Gaza e no território da Autoridade Palestiniana convoca (…) tudo o que quiserem, mas tudo está abaixo de um repto moral, de uma obrigação de falar, de um dever de protestar e actuar perante um massacre cruel, diante dos nossos olhos, de um povo, o palestiniano.

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Só conheço uma comparação para esta indiferença (…) o encolher de ombros de todos os que sabiam que o Holocausto estava em curso (…) e nada fizeram.

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E não me venham com a história do anti-semitismo, que é um argumento insultuoso para justificar os crimes de Israel, da mesma natureza que o canto “desde o rio até ao mar” serve para justificar o massacre do Hamas.

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[O que se passa nos dias de hoje] é uma política de destruição em massa de um povo e do seu “lugar”, e conheceu mais um agravamento na semana passada, com o anúncio da anexação de mais uma parte do território de Gaza ao Estado de Israel.

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A hipocrisia moral de muitos países da União Europeia, como Portugal, [leva a] que nem sequer o passo de reconhecer o Estado palestiniano são capazes de dar.

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Se for levada a sério, com a instalação de embaixadas no novo Estado, a assinatura de acordos económicos, políticos e militares, com um Estado soberano, então a coisa fia mais fino.

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Acresce que Israel, violando todas as regras do direito internacional, conduzindo um massacre quotidiano, não tem sanções.

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Todos os dias [Israel é responsável pela morte de] gente inocente, crianças, mulheres, velhos, sem sequer qualquer racionalidade militar que não seja destruir, matar ou atirar para fora da sua terra milhões de pessoas.

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E, já agora, não convinha perguntar, em plenas eleições, algo de verdadeiramente importante ao PS, ao PSD, ao CDS, ao Chega, por aí adiante, se, chegando ao Governo, estão dispostos a reconhecer o Estado palestiniano.

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[Se] estão dispostos a impor sanções a Israel e a usar todos os meios ao dispor de um Estado da União Europeia para punir os criminosos?

Pacheco Pereira. “Público” (sem link)

 

Um dos elementos mais relevantes da herança traumática da Segunda Guerra Mundial e da vontade das nações em não permitir o regresso da barbárie foi a institucionalização dos direitos humanos.

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Esses direitos foram pensados e criados entre 1945 e 1948, no quadro da Organização das Nações Unidas e da elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela Assembleia Geral reunida para o efeito em Paris.

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Até ao surgimento dos direitos humanos na esfera internacional (…) os Estados podiam fazer o que que quisessem com os seus habitantes e nada nem ninguém podia interferir com essa ação.

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Com os direitos humanos, estabeleceram-se limites ao que os Estados podiam fazer com todos os que permaneciam no seu território.

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Esses limites eram rigorosos, mensuráveis e escrutináveis pelos organismos internacionais, pelos outros Estados e pela opinião pública internacional.

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O discurso dos direitos humanos começou a ganhar maior relevância com o chamado “apaziguamento” entre as duas superpotências.

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Contudo, foi ainda mais tarde, já depois da queda do Muro de Berlim e do final da Guerra Fria, que os direitos humanos se tornaram a narrativa dominante. Mas por pouco tempo.

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Os adversários dos direitos humanos continuavam a simular o seu interesse por eles, tal era a força do discurso dominante.

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[Com o segundo mandato de Trump] e juntamente com a “ordem internacional liberal”, os direitos humanos deixaram de ter relevância a nível internacional.

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Os países nos quais os equilíbrios liberais-democráticos consigam resistir aos partidos da direita radical (…) poderão manter na sua agenda política interna a centralidade dos direitos fundamentais dos seus cidadãos e dos que passam pelo seu território.

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Os direitos humanos (…) permanecerão como recordação de um mundo que poderia ter sido melhor.

João Cardoso Rosas, “Público” (sem link)


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