sábado, 24 de julho de 2021

CITAÇÕES

 
Nunca houve nenhum instrumento assim [como o software de espionagem Pegasus], nas mãos de uma empresa privada e de vários governos.

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A origem do Pegasus, que foi objeto de uma grande investigação do jornal britânico The Guardian, está em Israel.

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Informações recolhidas de conversas, nomeadamente de cariz sexual, eram utilizadas para chantagem, para ameaçar com a divulgação de determinados segredos.

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Segundo foi apurado [pelo The Guardion], terão sido alvo de infeção informática e de espionagem (…), quase duas centenas de jornalistas dos principais órgãos de comunicação de todo o mundo, membros de organizações da sociedade civil e mesmo governantes.

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Toda esta história é grotesca e gravíssima, mas serve de alerta sobre a existência de um mercado de ciberespionagem que não pára de crescer.

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De facto, trata-se de uma máquina de violações grosseiras de direitos humanos e de controlo político. Seria aceitável que estas revelações não tivessem consequências?

José Soeiro, “Expresso” Diário

 

Em muitos países da Ásia, na Europa, nas Américas, o direito de voto é um parêntesis. 

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Mas talvez seja nos Estados Unidos que se concentram agora algumas das ameaças aos direitos democráticos que podem ter mais consequências, pois procuram viciar o processo eleitoral no país mais poderoso do mundo.

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Derrotado por cerca de dez milhões de votos populares, Trump mantém a máxima pressão sobre o seu partido, aspirando a uma candidatura em 2024.

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Continua assim uma pressão que divide o país de alto a baixo e ainda justifica o ataque ao Capitólio como uma operação patriótica.

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Segundo a Gallup, há duas décadas 47% dos republicanos acreditavam nos media tradicionais, agora esse número reduziu-se para 10%.

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Esta intoxicação [da desinformação das redes sociais] condiciona as primárias republicanas para a escolha de candidatos e assegura o controlo do partido por Trump. 

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Brad Raffensperger, o republicano que era responsável pelas eleições no estado [da Georgia] e que recusou as instruções de Trump para lhe “arranjar” uns milhares de votos que falsificassem o resultado, foi afastado da sua função.

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O primeiro objetivo desta campanha é assegurar o controlo partidário das instituições que organizam as mesas de votos e verificam os resultados.

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Mas há ainda um segundo objetivo: reduzir a votação das comunidades que são tradicionalmente os pontos de apoio de outros partidos, em particular da minoria negra.

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Para a nova direita, as eleições são simplesmente um truque para ser manipulado. Será que nos vamos habituar?

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)


Angela Merkel, na sua última grande conferência de imprensa enquanto chanceler alemã, assumiu que não fez o suficiente para cumprir as metas climáticas do acordo de Paris.

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É a confissão da culpa, feita pela principal voz da elite política europeia, no falhanço face ao futuro do planeta e das jovens gerações.

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É quando o planeta se queixa que percebemos a real dimensão do problema.

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Não é só na Europa que assistimos aos efeitos das mudanças climáticas.

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Mas, enquanto milhões lutam contra as alterações climáticas, há uns quantos, uma mão cheia deles, que querem sair daqui rapidamente.

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Numa sociedade distópica, a elite que beneficiou da hiper exploração prepara a sua fuga de um planeta em agonia.

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A disputa entre os milionários astronautas é, além de disparatada, um hino ao egoísmo, a ilustração da completa ausência de empatia com o resto da humanidade.

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O novo negócio das viagens espaciais é mais um ataque ao futuro do planeta, a emissão de mais gases com efeitos de estufa e uma nova machadada na camada de ozono.

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Num momento em que as desigualdades são crescentes e a pandemia fez disparar a pobreza, o capricho destes milionários é um insulto a todos nós .

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

[Sobre a greve dos trabalhadores da Groundforce] Francisco Calheiros [Presidente da Confederação do Turismo] passou a responsabilizar em pé de igualdade os sindicatos a empresa e o Governo.

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Ora, o presidente da CTP sabe que na Groundforce se vive uma instabilidade salarial insustentável, que o salário é um direito humano fundamental, e que é inqualificável exortar um governo a fazer uma requisição civil de trabalhadores a quem não se paga salários. 

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E sabe ainda, que o acionista maioritário - Alfredo Casimiro (…) só lhe interessa, sem qualquer merecimento, ter ganhos pessoais.

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Como é possível o Estado oferecer empresas a um qualquer potencial bandalho e, como é que um governo não tem armas para enfrentar vigarices empresariais?

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Esta semana, no Fórum para a Competitividade [uma das coisas que se ouviu] foi a velha culpabilização e pedinchice ao Estado.

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Na realidade, um problema do país é continuarmos a ter bastantes patrões e gestores que fingem desconhecer o trabalho digno e se atrevem a, unilateralmente, considerarem-se bons juízes da competência alheia.

Carvalho da Silva, JN

 

O sucessor de Trump é mesmo um homem e as suas circunstâncias.

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Os equilíbrios internos do Partido Democrata obrigavam Biden a dar passos à esquerda, mas não ao ponto de impedir críticas da ala mais progressista do partido.

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A densificação política de Joe Biden tem sido assertiva e bem comunicada.

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Biden fala para a fractura exposta da sociedade americana quando salienta que 90% dos programas de criação de emprego se dirigem a não licenciados.

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Bernie Sanders perguntava porque se considera radical que finalmente se invista nas necessidades da classe trabalhadora do país, ignorada durante décadas para apaziguar as vontades de 1% da população?

Miguel Guedes, JN

 

A extrema-direita sempre foi um atalho que a elite económica encontrou para impor o que já não consegue em democracia. 

Daniel Oliveira, “Expresso” Diário (sem link)


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