sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

CITAÇÕES (741)

 
[Há umas semanas em Davos] um grupo de 250 multimilionários (pessoas com mesmo mesmo muito dinheiro) fez um abaixo-assinado a pedir para serem taxados.

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[Para eles], “o aumento dramático da desigualdade económica está a ser catastrófico para a nossa sociedade”.

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É hoje unânime que os investimentos públicos em educação para todos ou saúde para todos são os motores fundamentais do crescimento económico, bem como a existência de sistemas científicos fortes.

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Mas isso não se faz sem Estado Social e ele não existe sem uma justa distribuição da riqueza criada na sociedade.

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A desigualdade é fruto de uma má distribuição de riqueza.

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Olhar para os lucros milionários que os bancos estão a apresentar dá uma outra atualidade a este raciocínio.

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No global, deverá chegar a 5 mil milhões de euros os lucros dos bancos em Portugal em 2023. Será algo como 2% do PIB, isto é, da riqueza do país.

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É, então, na diferença entre os juros cobrados aos empréstimos realizados (principalmente os créditos à habitação) e os juros pagos pelos depósitos que está o motivo para lucros tão milionários. 

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É um abuso que não pode ser tolerado.

Enquanto banco público [a CGD] não tem mostrado qualquer diferença na sua atividade face aos bancos privados e, por isso mesmo, também irá apresentar lucros recordes.

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O Estado deveria usar a CGD para impor uma outra política de juros cobrados pelos bancos.

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Não é só possível, é uma obrigação.

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A política da CGD tem um efeito em cascata: os bancos privados seriam forçados a ter também uma outra política de créditos.

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Os lucros que todos estão a apresentar são justificados principalmente pelo abuso das taxas de juro praticadas.

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São ganhos abusivos, imorais porque feitos à custa das dificuldades das famílias com os créditos que subiram como uma flecha.

Pedro Filipe Soares, “Expresso” online

 

Luís Montenegro não quer debater com Rui Tavares, do Livre, nem com Paulo Raimundo, da CDU, ao contrário do que estava acordado entre as diferentes candidaturas e as estações de televisão.

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Ao recusar debater com estes líderes partidários, sobretudo com Paulo Raimundo, está escapar à erosão de ser associado à governação de Pedro Passos Coelho, altura em que foi líder parlamentar da bancada do PSD.

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Os debates nunca serão um passeio no parque. É certo que o debate com Mariana Mortágua foi uma boa amostra desse processo.

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Não é de excluir que Luís Montenegro entenda que nunca disputará eleitorado com estas candidaturas [do Livre e do PCP].

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Nenhuma justificação que possamos considerar é aceitável.

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Luís Montenegro quer ser o próximo primeiro-ministro de Portugal, mas não demonstra ter cultura democrática ou tão pouco demonstra honrar os compromissos que assume.

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Montenegro tratou Rui Tavares e Paulo Raimundo como se estivessem num nível abaixo do seu. Um futuro primeiro-ministro não poderia mostrar esta faceta.

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E não é bonito mudar as regras a meio do jogo.

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É preciso dar oportunidade às pessoas para falarem e ouvir o que têm para dizer. Trata-se de democracia e de respeito pelo outro.

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[Montenegro] pretende fazer apenas os debates que mais lhe convêm e decidiu poupar-se a outros.

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A democracia é de facto exigente. Pena que Luís Montenegro não esteja para isso.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)

 

A população da África subsariana passará dos actuais 1,2 mil milhões para 2,1 mil milhões em 2050. 

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A taxa de natalidade na região anda nos 4,6 filhos por mulher e tantas crianças a nascer exacerbam os problemas sociais, económicos e ambientais.

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A insegurança alimentar ver-se-á agravada, bem como a falta de empregos, para uma população com uma idade média de 18,7 anos.

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Segundo a Organização Internacional do Trabalho, um em cada quatro jovens na África subsariana não trabalha nem estuda e a grande maioria não é por vontade própria.

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Ao mesmo tempo, a população no activo irá diminuir na Europa, no Brasil, na China, no Chile, no Japão, etc., uma curva demográfica que terá “consequências extremamente negativas para essas sociedades”.

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A diminuição da taxa de natalidade é uma consequência natural da evolução dos países, quanto mais ricos, menos filhos.

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Os únicos países ricos que conseguiram um “modesto crescimento nas suas populações activas” foram aqueles com maior número de imigrantes.

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Mesmo que todos os jovens da África subsariana resolvessem meter-se a caminho dos países ocidentais com falta de mão-de-obra, isso travaria o aumento do envelhecimento das populações, mas não o resolveria.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Os debates fulminantes servem a demagogia, as frases-chave e a ausência de ideias, mas não disfarçam a incompetência e a impreparação. 

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É imperioso, de uma vez por todas, que [esquerda e direita] respondam, olhos nos olhos, à questão que importa: como formarão, viabilizarão ou rejeitarão o próximo Governo do país? 

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Como acreditar que a nova AD não promoverá acordos com a extrema-direita perante os exemplos dados nos Açores.

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Se Luís Montenegro é capaz de se aliar ao PPM por um tão pouco simbólico, porque recusará um acordo com o Chega para viabilizar Governo?

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Assim como se o Chega viabiliza ou não um Governo da AD e IL através de um simples apoio parlamentar e até quando.

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[À esquerda] é também fundamental saber de Pedro Nuno Santos olha para a CDU como parte final da equação e que condições, escritas ou não, colocam BE e CDU ao PS para aceitar formar Governo. 

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O novo “voto útil” está na divergência entre as partes, na percepção do que fará cada um dos partidos numa política de alianças pós-eleições que assuma a viabilização de um Governo ou a rejeição de um outro.

Miguel Guedes, JN


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