(…)
[Para eles], “o aumento dramático da desigualdade
económica está a ser catastrófico para a nossa sociedade”.
(…)
É hoje unânime que os investimentos públicos em educação para
todos ou saúde para todos são os motores fundamentais do crescimento económico,
bem como a existência de sistemas científicos fortes.
(…)
Mas isso não se faz sem Estado Social e ele não existe sem
uma justa distribuição da riqueza criada na sociedade.
(…)
A desigualdade é fruto de uma má distribuição de riqueza.
(…)
Olhar para os lucros milionários que os bancos estão a
apresentar dá uma outra atualidade a este raciocínio.
(…)
No global, deverá chegar a 5 mil milhões de euros os lucros
dos bancos em Portugal em 2023. Será algo como 2% do PIB, isto é, da riqueza do
país.
(…)
É, então, na diferença entre os juros cobrados aos
empréstimos realizados (principalmente os créditos à habitação) e os juros
pagos pelos depósitos que está o motivo para lucros tão milionários.
(…)
É um abuso que não pode ser tolerado.
Enquanto banco público [a CGD] não tem mostrado qualquer
diferença na sua atividade face aos bancos privados e, por isso mesmo, também
irá apresentar lucros recordes.
(…)
O Estado deveria usar a CGD para impor uma outra política de
juros cobrados pelos bancos.
(…)
Não é só possível, é uma obrigação.
(…)
A política da CGD tem um efeito em cascata: os bancos
privados seriam forçados a ter também uma outra política de créditos.
(…)
Os lucros que todos estão a apresentar são justificados
principalmente pelo abuso das taxas de juro praticadas.
(…)
São ganhos abusivos, imorais porque feitos à custa das
dificuldades das famílias com os créditos que subiram como uma flecha.
Pedro Filipe Soares, “Expresso” online
Luís
Montenegro não quer debater com Rui Tavares, do Livre, nem com Paulo Raimundo,
da CDU, ao contrário do que estava acordado entre as diferentes candidaturas e
as estações de televisão.
(…)
Ao
recusar debater com estes líderes partidários, sobretudo com Paulo Raimundo,
está escapar à erosão de ser associado à governação de Pedro Passos Coelho,
altura em que foi líder parlamentar da bancada do PSD.
(…)
Os
debates nunca serão um passeio no parque. É certo que o debate com Mariana
Mortágua foi uma boa amostra desse processo.
(…)
Não é de excluir que Luís Montenegro entenda que nunca
disputará eleitorado com estas candidaturas [do Livre e do PCP].
(…)
Nenhuma justificação que possamos considerar é aceitável.
(…)
Luís
Montenegro quer ser o próximo primeiro-ministro de Portugal, mas não demonstra
ter cultura democrática ou tão pouco demonstra honrar os compromissos que
assume.
(…)
Montenegro
tratou Rui Tavares e Paulo Raimundo como se estivessem num nível abaixo do seu.
Um futuro primeiro-ministro não poderia mostrar esta faceta.
(…)
E não é bonito mudar as regras a meio do jogo.
(…)
É
preciso dar oportunidade às pessoas para falarem e ouvir o que têm para dizer.
Trata-se de democracia e de respeito pelo outro.
(…)
[Montenegro] pretende fazer apenas os debates que mais lhe
convêm e decidiu poupar-se a outros.
(…)
A democracia é de facto exigente. Pena que Luís Montenegro não
esteja para isso.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)
A população da África subsariana passará dos actuais 1,2 mil
milhões para 2,1 mil milhões em 2050.
(…)
A taxa
de natalidade na região anda nos 4,6 filhos por mulher e tantas crianças a
nascer exacerbam os problemas sociais, económicos e ambientais.
(…)
A
insegurança alimentar ver-se-á agravada, bem como a falta de empregos, para uma
população com uma idade média de 18,7 anos.
(…)
Segundo
a Organização Internacional do Trabalho, um em cada quatro jovens na África
subsariana não trabalha nem estuda e a grande maioria não é por vontade
própria.
(…)
Ao
mesmo tempo, a população no activo irá diminuir na Europa, no Brasil, na China,
no Chile, no Japão, etc., uma curva demográfica que terá “consequências
extremamente negativas para essas sociedades”.
(…)
A
diminuição da taxa de natalidade é uma consequência natural da evolução dos
países, quanto mais ricos, menos filhos.
(…)
Os únicos países ricos que conseguiram um “modesto
crescimento nas suas populações activas” foram aqueles com maior número de
imigrantes.
(…)
Mesmo
que todos os jovens da África subsariana resolvessem meter-se a caminho dos
países ocidentais com falta de mão-de-obra, isso travaria o aumento do
envelhecimento das populações, mas não o resolveria.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
Os debates fulminantes servem a demagogia, as frases-chave e
a ausência de ideias, mas não disfarçam a incompetência e a impreparação.
(…)
É imperioso, de uma vez por todas, que [esquerda e direita]
respondam, olhos nos olhos, à questão que importa: como formarão, viabilizarão
ou rejeitarão o próximo Governo do país?
(…)
Como acreditar que a nova AD não promoverá acordos com a
extrema-direita perante os exemplos dados nos Açores.
(…)
Se Luís Montenegro é capaz de se aliar ao PPM por um tão
pouco simbólico, porque recusará um acordo com o Chega para viabilizar Governo?
(…)
Assim como se o Chega viabiliza ou não um Governo da AD e IL
através de um simples apoio parlamentar e até quando.
(…)
[À esquerda] é também fundamental saber de Pedro Nuno Santos
olha para a CDU como parte final da equação e que condições, escritas ou não,
colocam BE e CDU ao PS para aceitar formar Governo.
(…)
O novo “voto útil” está na divergência entre as partes, na
percepção do que fará cada um dos partidos numa política de alianças
pós-eleições que assuma a viabilização de um Governo ou a rejeição de um outro.
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