sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

CITAÇÕES

 
A estratégia mais apoiada contra a extrema direita [na Alemanha] tem sido a de criar uma dicotomia: todos contra o partido fascista.

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O mesmo acontece nas manifestações contra o fascismo que tem tido grande adesão na Alemanha.

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Um dos pedidos é ilegalizar a AfD, medida que (…) só tem contribuído para reforçar a dinâmica de um partido isolado, uma alternativa a tudo o resto.

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[Trata-se de uma medida errada porque] com isto, os partidos da extrema-direita são capazes de se tornarem, aos olhos da população, a única alternativa ao discurso político e mediático convencional do grande centro.

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[Estamos perante um discurso] completamente desfasado das demandas populares por uma vida melhor. Isto é um erro que temos que evitar a todo o custo.

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Num passado mais recente, veja-se o apelo ao voto útil contra a extrema-direita pelo Partido Socialista português nas últimas eleições de 2022.

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Uma incompetência social e política do PS, incapaz de justificar que o voto nele em vez do voto na extrema-direita valeu a pena.

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Nos EUA, com o regresso de Trump, começam a surgir sinais de que o atual presidente Joe Biden também não conseguiu fazer um bom trabalho nesse sentido.

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Se a ascensão do fascismo é a expressão da crise social do capitalismo, a estratégia só pode passar por atacar a raiz do problema.

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Para construir uma alternativa à extrema-direita, é necessário ser principalmente uma alternativa ao sistema.

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Um movimento antifascista só poderá ser bem-sucedido se tiver no seu centro uma crítica anticapitalista forte, que responda às desigualdades sociais acentuadas pelos partidos no poder.

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A extrema-direita é o antídoto à formação de um movimento de massas da esquerda anticapitalista.

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[A esquerda tem de procurar] uma aliança com a população e com os trabalhadores, em vez de uma aliança direta ou indireta com partidos liberais.

Ernesto Oliveira, “Público” (sem link)

 

As audiências indicam que os portugueses têm assistido aos debates entre os candidatos às próximas legislativas.

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Numa grande demonstração de vitalidade democrática [os portugueses] têm seguido os vários debates.

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Ter esta atenção dos eleitores dá aos debates uma importância fundamental.

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É nestes duelos que uma parte significativa dos portugueses decidirá em quem votar. 

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[Serão] os eleitores [indecisos] que decidirão quem ganhará as eleições.

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Os debates são curtos e, também por isso, pouco esclarecedores em relação aos programas de cada candidatura.

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Ficamos a saber quem é o mais rápido, o mais felino e o mais confiante.

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Também notamos quem se preparou melhor e em que medida é capaz de usar esse conhecimento para contraditar o outro e encostá-lo à parede.

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Os debates, por si, não conseguem ser esclarecedores.

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É também por isso que os comentários que se seguem aos debates são tão importantes como os próprios debates.

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Nestes debates destaca-se a participação de um candidato que recorre insistentemente à mentira deliberada e à deturpação dos factos.

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Apresenta propostas não exequíveis e que estão em absoluta contradição com outras propostas que defendeu anteriormente.

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Tem também o hábito de insultar, interromper e de fazer uma espécie de bullying aos adversários. Suponho que ninguém desconheça a quem me refiro.

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Isto é ponto assente e todos os comentadores o reconhecem.

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Qualquer jogo ou combate tem regras. O incumprimento dessas regras tem consequências e determina penalizações.

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Se não existissem sanções os jogadores prevaricadores, e as respetivas equipas, seriam beneficiados. Mas é precisamente isso que muitos comentadores estão a fazer.

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Mas houve comentadores que deram a vitória a Ventura no debate com Paulo Raimundo e que voltaram a fazê-lo no debate com Pedro Nuno Santos, onde Ventura voltou a mentir.

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São, mais coisa menos coisa, os mesmos que acusaram Mariana Mortágua – que deu o verdadeiro baile a Ventura – de ter mentido a propósito do assassinato do padre Max ou a propósito da carta recebida pela avó.

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Mas Mariana Mortágua não mentiu e não costuma mentir.

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Estamos conscientes de que André Ventura está a enganar milhares de portugueses.

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Aplaudir o líder do Chega e considerá-lo vencedor de debates, sabendo que mentiu e sabendo que está a enganar uma percentagem assustadora de portugueses, é indesculpável.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)

 

Vinte e dois dias depois, saem da prisão os três arguidos da operação que derrubou o Governo de Miguel Albuquerque, sem qualquer indício da prática de um singelo crime para amostra. 

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A República assobiou para o ar durante três semanas onde três pessoas foram interrogadas e privadas da sua liberdade em nome de algo que não se assemelha sequer à mais vaga ideia de justiça.

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Mais um caso em que ninguém se responsabiliza senão o Tribunal da Relação de Lisboa que vem já a seguir, num passa-culpas demasiado frágil para que a hierarquia judicial possa ser alcandorada a santo remédio de resolução. 

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[Estamos perante a] confirmação da incapacidade do sistema judicial em alcançar um entendimento e juízo que evite que os arguidos aguardem interrogatórios nos calabouços mais do que as 48 horas ou alguns dias mais, a título de excepção.

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A justiça só é justiça quando se concretiza no tempo. 

Miguel Guedes, JN

 

Nestas eleições o partido Chega não surpreende e prossegue com uma narrativa que procura acicatar o racismo e a xenofobia na sociedade portuguesa.

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Os números mais recentes desmentem o mito da imigração excessiva que estaria a ocorrer em Portugal.

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[Portugal encontra-se] no longínquo 18.º lugar no ranking dos países da União Europeia com mais imigração.

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[Ventura] sabe bem, como é claro, que dos 27 milhões de refugiados em todo o mundo, apenas 13,4% estavam na UE27 e 0,1% em Portugal.

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[Ventura] associa a imigração à crise da habitação e à criminalidade, mas avança a proposta de reintrodução dos "vistos gold", que se sabe concorrerem para o aumento dos preços do imobiliário e para a corrupção.

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[Ventura] sabe também que, em 2022, a população estrangeira contribuiu mais (1861 milhões de euros) do que beneficiou da Segurança Social (257 milhões de euros).

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Se não fosse ela [a população estrangeira], alguns sectores económicos entrariam em rutura.

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[Ventura] propõe ainda limitar os apoios sociais apenas aos estrangeiros que tenham feito cinco ou mais anos de contribuições.

Cristina Roldão, “Público” (sem link)


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