sábado, 24 de fevereiro de 2024

MAIS CITAÇÕES (271)

 
O país foi chamado novamente a pronunciar-se nas urnas, elegendo, no próximo dia 10 de março, uma nova Assembleia da República.

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Face ao esquecimento sistemático a que foram votados, pelos vários governos da República e pela própria produção noticiosa, o Ensino Superior e a Ciência —, a plataforma Universidade Comum quer aproveitar este momento político para lançar um desafio à próxima legislatura.

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O regime democrático está mais fragilizado do que nunca e a história recente ensina-nos que quando a democracia e as suas instituições perdem a capacidade de promover novos horizontes de futuro, instala-se um clima de descontentamento e ódio, fazendo surgir respostas populistas e autoritárias que ameaçam os pilares de uma sociedade moderna, assente no conhecimento e nos direitos humanos.

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A universidade não é nem pode ser um corpo estranho nesta dinâmica social, e só poderá enfrentar os desafios que a sociedade contemporânea nos coloca se for modernizada e fortalecida.

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É imprescindível aumentar o investimento público e, assim, garantir uma real independência em relação aos vários poderes estranhos que cercam atualmente o meio.

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Devolver o poder de decisão sobre os caminhos da universidade à respetiva comunidade é um imperativo e uma urgência.

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Um compromisso com o futuro significa, neste setor, firmar um acordo com as atuais e novas gerações que estudam, produzem conhecimento e o transmitem.

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Até quando vamos aceitar ser uma sociedade que qualifica, prepara e, a seguir, desperdiça toda a massa crítica capaz de transformar a economia, melhorar a democracia, combater as alterações climáticas, refletir sobre o mundo?

Luís Monteiro, “Público” (sem link)

 

[Dois séculos atrás] a riqueza de alguns coexistia com a pobreza profunda de uma imensidão de seres humanos.

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Essa realidade foi mudando ainda no século XIX e depois, fortemente, no século XX.

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A questão social tornou-se o cerne dos grandes problemas do caminhar da sociedade. Todas as forças sociais, políticas e até religiosas relevantes tiveram de se posicionar.

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Emergiram políticas que foram tentando compatibilizar capitalismo com mínimos de justiça social.

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A afirmação da dignidade do trabalho e o respeito pelo papel dos sindicatos constituíram-se elementos decisivos para os êxitos alcançados. 

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A concentração da riqueza é escandalosa, a ganância de uma ínfima minoria impera, o sofrimento dos trabalhadores e dos povos acentua-se.

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Hoje, como no passado, o capitalismo (…) não respeita, a não ser forçado, os direitos do trabalho, nem a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Além disso, dispensa a democracia.

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É ínfimo o combate às desigualdades. 

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Desrespeitam-se povos que fogem dos impactos negativos das mudanças climáticas e ambientais e das guerras, ou os que fogem â fome e miséria.

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O sindicalismo ainda tem muito a dar à sociedade no dificílimo quadro político que vamos viver. E todas as forças da Esquerda e progressistas lhe devem dar boa atenção.  

Carvalho da Silva, JN

 

Se o (a) leitor (a) percorrer os textos dos programas eleitorais à procura da palavra “regionalização” verificará que simplesmente não aparece na maioria dos partidos.

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Com espanto notei a falha no programa da AD.

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Com verdadeira estupefação pude perceber que o PS, fazendo tábua rasa do processo de descentralização e desconcentração de competências (…) escreve como nada se tivesse passado: “estabelecer um roteiro para a regionalização de Portugal continental, promovendo a análise custo-benefício”.

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Voltamos à estaca zero, à vaca fria, ao ponto de partida, às arrecuas…

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Nem mercado nem Estado podem funcionar como entidades abstratas desligadas dos territórios e das suas especificidades.

Cristina Azevedo, “diário as beiras” (sem link)

 

[Nas últimas quatro décadas] emergiram cenários pautados no quadro da  expansão do neoliberalismo e do recuo das ideologias emancipatórias por um reativar das desigualdades, pelo regresso do autoritarismo, pelo recuo público dos valores da solidariedade, pela propagação do espetro da guerra e do terrorismo, e ainda pela ascensão do populismo.

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[Continuam] a afirmar-se combates positivos no domínio dos direitos, do ambiente, do trabalho, e da qualidade de vida.

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Todavia estes processos enfrentam um quadro geral de pessimismo.

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O humor, seja o quotidiano ou o profissional, tem sentido o impacto deste quadro pessimista e preocupante.

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Sabe-se que ele pode ser um instrumento de resistência contra regimes tirânicos, que sempre o temem, detestam e perseguem.

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Existe atualmente um humor público, chegado através dos meios de comunicação de massa que pretende acompanhar o pior dos novos tempos sombrios.

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Sendo legítimo, em democracia, fazer humor com qualquer tema, este não deve denegrir as pessoas, despertar baixos instintos ou desprezar debate político, servindo objetivamente, nos tempos sombrios que cruzamos, a quem interesse desconsiderá-lo.

Rui Bebiano, “diário as beiras” (sem link)

 

Gaza já foi um campo de concentração, num tempo remoto, há cinco meses. Agora é um campo de extermínio, nos nossos ecrãs.

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[Em Gaza há] gente que comeu a comida dos cães, dos gatos, fez pão com isso. Que está a comer erva da rua, algas do mar com esgoto.

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Soldados [israelitas] dedicam bombas às namoradas antes de carregarem no botão.

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[Muitos soldados israelitas] agora roubam casas em Gaza por sistema.

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Um dos mais ricos e bem equipados exércitos do planeta, na sua versão gangs de Israel.

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E a cada manhã acordo e mais uma estrela da TV em Israel, mais um ministro, por vezes ministra, diz: “Estou orgulhosa das ruínas de Gaza.”

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A brava pequena minoria que combate a ocupação e a guerra, que se nega, por exemplo, a combater, é ostracizada, presa, mesmo.

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Soldados de elite a humilharem milhares de homens, filmando-os despidos, vendados e amarrados, uns atrás dos outros, de cabeça curvada.

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Lula da Silva quebrou um tabu entre líderes democráticos ao comparar o que está a acontecer com o Holocausto.

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 O Holocausto dos judeus da Europa tem circunstâncias únicas, e Lula não põe isso em causa. 

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Da excepção que Israel representa no mundo. Do Holocausto que Israel explorou, transformando-o numa arma apontada para nós até hoje, na maior chantagem política de que há memória.

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Dezenas de milhares de mortos depois [de 7 de outubro], e com milhões em risco de morrerem à fome ou doença, Gaza é o maior campo de extermínio do nosso tempo de vida.

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Israel tem de ser isolado: em nome de Gaza, dos palestinianos, de todos nós, dos judeus em geral. E dos israelitas.

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O tabu do Holocausto acabou. Tal como a utopia de Israel.

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Israel está em autodestruição há muito.

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A guerra interna segue latente.

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Presa na culpa, a Europa sustentou a utopia. Foi cúmplice, com o dinheiro e as armas americanas. Israel chegou a 2023 mais doente que nunca.

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Netanyahu é um escroque.

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O Hamas cravou uma faca em Israel a 7 de Outubro. A faca veio de fora. A doença vem de dentro. Israel não vai destruir a Palestina. Autodestrói-se.

Alexandra Lucas Coelho, “Público” (sem link)


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