sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

CITAÇÕES

 
Não me considero em posição de afirmar se Mortágua viu ou não pessoas a ser expulsas das casas onde moravam há anos, se se apercebeu do pânico dos idosos e se a sua avó ficou sobressaltada quando, por essa altura, recebeu cartas do seu senhorio.

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O que posso afirmar é que, enquanto advogada, assisti a todas essas situações. 

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Atrevo-me a garantir que todos os idosos que receberam cartas dos senhorios naquela altura, ou pelo menos aqueles que sabiam da alteração legislativa, ficavam em sobressalto.

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Talvez os leitores tenham a experiência do sobressalto de receber uma qualquer carta da Autoridade Tributária. Somos todos humanos e reagimos todos ao perigo.

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Reabilitaram as cidades, e claro que isso é positivo, mas à custa da expulsão de centenas ou milhares de pessoas que deixaram passar o prazo de resposta aos senhorios, que deixaram de poder pagar as rendas aumentadas ou que simplesmente viram os contratos chegar ao fim, decorrido o período de transição.

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Pagou-se um preço muito alto pela reabilitação.

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[Acusar Mariana Mortágua de ter mentido] ajuda muito a estabelecer o paralelismo com o populismo da extrema-direita, que de facto tem mentido quase todos os dias nesta pré-campanha.

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[A Mariana Mortágua] deve ser reconhecido rigor no que afirma e o prévio estudo dos temas sobre os quais fala. A comparação é ofensiva.

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É altamente esclarecedor que continuem a defender uma lei que tanta mossa fez à vida de milhares de portugueses e que acabou por contribuir para a crise na habitação que enfrentamos.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)

 

Como notas em subtítulo, as juras sobre o que é verdade numa campanha política repleta de demagogia onde essa verdade, se interessa, não é reconhecida como elemento fundamental.

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A verdade interessa pouco quando a perseguição a quem não diz a verdade já ganhou e as notas artísticas não têm a mentira como ponderação.

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Os bravos do pelotão em feiras poderão voltar à tradicional forma de fazer política que garanta os votos dos mesmos.

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Às voltas com a verdade, Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro digladiam números que dificilmente sustentam ou entendimentos reversíveis sobre o que pode ser a governabilidade do país. 

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No momento em que os portugueses se revêem ao espelho numa crise de afirmação, é estranho que os políticos lhe entreguem falsas certezas em ritmo expresso.

Miguel Guedes, JN

 

Na última década temos testemunhado o avanço, embora parcial, dos direitos humanos das pessoas LGBTQIA+ em diversos países, incluindo Portugal.

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Infelizmente esse avanço tem sido acompanhado por um movimento conservador e reacionário que se posiciona contrário a estes progressos sociais.

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A casa de banho é o espaço que melhor ilustra o crescimento dos movimentos fundamentalistas e de extrema-direita, pois este espaço traz consigo todo um imaginário estereotipante e policialesco das formas de ser e estar no mundo.

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Assim, o uso das casas de banho por pessoas com identidade de género não binária ou por pessoas trans e travestis se tornou “controverso” e as casas de banho viraram um espaço de disputa,

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Diversos estudos apontam para o impacto negativo que a falta de respeito pela autodeterminação da identidade e expressão de género traz para crianças e adolescentes trans, sobretudo no ambiente escolar.

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Segundo a UNESCO, no âmbito da União Europeia, em 2019, apenas 8% das pessoas entre os 15-24 anos de idade se declararam abertamente LGBTQIA+ na escola, enquanto 43% disseram ter sido alvo de burlas, insultos e ameaçadas na escola por serem LGBTIA+.

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Em Portugal há um vasto conjunto de exemplos recentes que ilustram o avanço de discursos e políticas “antigénero”, antitrans”, “anti-LGBT” e da chamada “ideologia de género”, principalmente no âmbito escolar, promovidos por grupos e partidos de extrema-direita.

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Há também partidos políticos que usam suas plataformas para fazer campanha contra casas de banho mistas nas escolas, como é o caso do Chega.

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Nenhum dos argumentos usados por esses grupos e partidos políticos de extrema-direita são embasados em evidências científicas, muito pelo contrário, são apelações baseadas em ideias estereotipadas e acima de tudo estigmatizantes de um segmento da população, nomeadamente a população transgênera.

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[Há evidência documentada] que estudantes LGBTQIA+ têm sofrido violência e discriminação por não ter o acesso às casas de banho e balneários garantido.

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Cerca de um quarto [de muitos/as jovens LGBTI] evita frequentar espaços como os balneários, casas de banho ou aulas de Educação Física”.

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As casas de banho são uma necessidade de todos, mas ainda são um espaço inacessível para muitos.

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Contudo, dentro desta temática, uma alternativa à desinformação e os discursos de ódio é conhecer iniciativas e projetos que trabalhem estas questões e que possam, eventualmente, ajudar-nos a superar as barreiras culturais e políticas que se utilizam como fundamento para manter vigentes as desigualdades de género.

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[Esse projetos demonstram que] para uma parcela da população aceder a este espaço implica antes atravessar (e sobreviver) a um conjunto de interdições e vetos.

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Como visto, o debate sobre casas de banho vem de longe e atravessa diferentes países, mas tem em comum o crescimento da extrema-direita.

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É imprescindível também repensar a segregação das casas de banho não só desde o ponto de vista da arquitetura, mas à luz dos corpos que irão fazer uso desse espaço.

Josefina Cicconetti, “Público” (sem link)


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