(…)
E o recuo de Ventura, que começámos a ver nos Açores, já se
sente no país.
(…)
Saltando dos Açores para o continente, o PSD e o seu exército
de comentadores exigem que o PS se comprometa a viabilizar um Governo do PSD se
este ficar em primeiro.
(…)
Montenegro não aceita trabalhar em cenários de derrota, mas
exige que Pedro Nuno Santos o faça.
(…)
[Pedro Nuno Santos] liderará a oposição em caso de derrota.
(…)
Pelo contrário, Montenegro, que teve dois anos para preparar
estas eleições e tem tudo a seu favor, já estava com os dias contados se
perdesse as europeias.
(…)
Se não devolver o poder ao PSD depois de tantos anos de seca,
irá borda fora.
(…)
Ou Montenegro arranja uma forma de dar o dito por não dito e,
mesmo perdendo, forma Governo com uma maioria de direita que conta com o Chega,
ou demite-se.
(…)
Se o PS ficar em primeiro e não tiver maioria de esquerda
para governar, não está em posição igual à do PSD, que tem a possibilidade de
fazer maioria com o Chega.
(…)
É aqui que está o truque: a direita quer o melhor dos dois
mundos.
(…)
[O Chega] serve para impedir o PS de governar, se ganhar, e
para impedir o PS de fazer oposição, se perder.
(…)
No momento em que o PS dissesse que viabilizava um Governo do
PSD, libertaria voto de direita para o Chega.
(…)
E no momento em que o PSD dissesse que viabilizaria um
Governo do PS os eleitores mais à direita votariam no Chega, para o impedir.
(…)
Uma aliança informal entre PS e PSD retira ao segundo partido
a liderança da oposição, entregando essa função ao Chega.
(…)
É trabalhar para lhe dar 30% nas eleições seguintes.
(…)
O que os dois blocos políticos têm de fazer é assumir que o
Chega está fora das contas de todos.
(…)
Se o Chega não conta, e o eleitorado do PSD não quer que
conte, basta o PSD e o PS assumirem isso mesmo. Os eleitores ponderarão esse
facto no momento do voto.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
Rafah era
o reduto supostamente seguro para onde os civis na Faixa de Gaza podiam fugir e
refugiar-se da guerra, na sequência da violência bélica que se agravou nos
últimos meses.
(…)
Estas pessoas foram enganadas por todos os
“senhores da guerra”, de todos os lados envolvidos.
(…)
A Amnistia Internacional investigou e documentou
quatro ataques a Rafah.
(…)
Três deles ocorreram de noite, o normal período
de descanso.
(…)
Os
locais destes ataques foram visitados pela Amnistia Internacional. Todos se
situavam em diferentes zonas residenciais de Rafah, onde não foi encontrado
qualquer objetivo militar, nem alvos militares legítimos.
(…)
Tratando-se
de – aparentemente – ataques deliberados e indiscriminados contra civis e
objetos civis, devem ser investigados como crimes de guerra.
(…)
Pelo menos 95 pessoas – civis, sublinhe-se – perderam a vida. Destas, 42 eram crianças.
(…)
Este tipo de ataques indiscriminados, que ferem
e matam civis, são crimes de guerra.
(…)
Famílias inteiras foram dizimadas e esta forma
de fazer guerra tem sido um padrão que viola o direito internacional.
(…)
Em Rafah, a população é hoje cinco vezes maior
do que antes da guerra.
(…)
Este cenário tem de reforçar os apelos sobre a
urgência de um cessar-fogo, da ajuda humanitária
(…)
É
preciso um embargo às armas, à guerra, à violência. Será o lucro do armamento
mais importante do que a paz?
Pedro A. Neto, “Público” (sem link)
As políticas de baixos salários tornam acidentada a vida de
grande parte dos portugueses.
(…)
Existem pronunciamentos (até do presidente da CIP em várias
entrevistas) que convergem na constatação de que o valor médio dos salários de
quem trabalha em Portugal devia estar entre 15% e 20% acima do seu valor atual.
(…)
Entretanto, [no início do século, o PSD] foi cirúrgico nas
alterações à legislação laboral para alavancar políticas de desvalorização
salarial.
(…)
Na atual campanha eleitoral, o PSD acompanhado de toda a
Direita, recupera as propostas da CIP de falsos aumentos salariais.
(…)
Toda a Direita - com mais requinte a Iniciativa Liberal - usa
e abusa da demagogia que “o Estado é egoísta” e que chegou o momento de “o
Estado fazer sacrifícios pelas pessoas”.
(…)
Ora, Portugal necessita muito de investir na saúde, no
ensino, nas forças de segurança, na proteção social.
(…)
Se o Estado substituir os patrões no pagamento de parte dos
salários, ficam menos recursos para investir.
[Segundo
dados do INE] o número de pessoas com dois ou mais empregos atingiu no ano
passado um recorde de mais de 251 mil portugueses.
(…)
No ano
passado existiram mais 16200 pessoas (um aumento de 7% face ao ano de 2022) que
tiveram necessidade de encontrar uma fonte de rendimento adicional.
(…)
A
maioria dos profissionais que acumula dois empregos em 2023 tinha formação
superior (141900), seguindo-se os detentores do ensino secundário (55800) e do
básico (53300)
(…)
Isto
significa que é entre os licenciados que que existe uma maior percentagem de
portugueses com duplo emprego.
(…)
Outro
lado preocupante é o aumento dos contratos precários (…) que aumentou pela
primeira vez desde 2019 para 17,4%, mais 0,9 pontos percentuais que em 2022, o
que demonstra o aumento da precariedade do emprego em Portugal.
(…)
Ainda
de acordo com o INE, no seu relatório de Novembro de 2023, a taxa de risco de
pobreza em Portugal aumentou 17% em 2022.
(…)
O
aumento da pobreza, abrangeu todos os grupos etários, embora de forma mais
significativa os menores de 18 anos.
(…)
Por
outro lado, a taxa de risco de pobreza afetou mais significativamente as
mulheres (de 16,8% em 2021) para 17,7% em 2022) do que os homens ((de 15,9% em
2021 para 16,2% em 2022).
Jorge Bernardino, “Diário de Coimbra” (sem link)
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