quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

CITAÇÕES À QUARTA (89)

 
Os trabalhadores das forças de segurança têm vindo a manifestar-se publicamente por melhores condições de trabalho e melhores salários.

(…)

Este confronto de relacionamento laboral com o Governo já vem de há vários meses sem que isso, que se saiba, tenha diminuído a efectiva assunção das suas responsabilidades estatutárias e deontológicas e a missão das organizações de que fazem parte.

(…)

Entretanto, há dias (3/2/2024), verificaram-se incidentes de (des)ordem pública relacionados com um jogo de futebol para a segurança do qual não houve elementos da PSP ou GNR suficientes, por a maior parte dos escalados para essa função ter apresentado “baixa médica”.

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Como a de quaisquer outros trabalhadores, desde que institucionalmente organizada e enquadrada, é legítima a luta dos trabalhadores das forças de segurança por melhores condições de trabalho, por aquilo que consideram uma remuneração justa.

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Reivindicam um “suplemento de risco” equiparado ao que, há algum tempo, foi atribuído pelo Governo a trabalhadores da Polícia Judiciária.

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[Declarações públicas de altos responsáveis governamentais vão no sentido de] que os trabalhadores das forças de segurança merecem e por isso carecem de melhores salários e condições de trabalho.

(…)

Ora, o que a propósito se pergunta é porque é que, então, não se lhes reconhece uma remuneração-base justa para a “natureza, qualidade e quantidade” (…) das de outros trabalhadores visando “pagar” a assunção de riscos suscitados pelo exercício concreto do seu trabalho.

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Riscos que são os do trabalho dos trabalhadores das forças de segurança, como também os do trabalho de muitos outros trabalhadores.

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Então, mais importante do que lhes seja paga, "subsidiada", a sujeição a maiores riscos para a saúde, integridade física ou vida, será que, tanto quanto possível, se garanta a esses trabalhadores (das forças de segurança ou a quaisquer outros) a prevenção desses riscos.

(…)

Prevenção que, para além de medidas e meios de ordem organizacional e material, porque “o trabalho tem um braço longo”, também passa, e muito, por condições de trabalho e salários dignos.

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[Não sejam também] os salários, porque insuficientes para o necessário e digno sustento pessoal e familiar, a fragilizar os trabalhadores nas relações de trabalho.

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[Qualquer] forma de protesto e de luta inerente às condições laborais de exercício de qualquer profissão (…)  deve sempre evidenciar, para além do cumprimento da inerente lei a íntima relação dessas condições (…) com a essência da missão do serviço público em causa.

João Fraga de Oliveira, “Público” (sem link)

 

[Nos Açores é] a pessoa que rompeu o cordão sanitário com a extrema-direita para chegar ao poder que está a pedir que a oposição se anule para ele passar a dispensar a extrema-direita, quando já não precisa dela.

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Defendi a geringonça e defendo que governe quem constrói maiorias.

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[Defender isto] não serve quando se fica em segundo e deixa de servir quando se fica em primeiro, achando que quem lidera o bloco oposto tem o dever de se abster de ser oposição.

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Que autoridade tem [a AD nos Açores] para pedir apoio do PS para impedir a influência da extrema-direita a mesma pessoa que se aliou ao Chega para impedir que o PS governasse? Não será descaramento a mais?

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José Manuel Bolieiro não se pode aliar ao Chega quando fica em segundo, para conquistar o poder, e exigir ao PS que o livre do Chega quando fica em primeiro, porque sabe que agora será chamado a governar. 

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O teste à fanfarronice do Chega é o teste à coragem e determinação do PSD.

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Mas, quando até já percebeu que o Chega vai viabilizar o governo de Bolieiro, tenta-se aproveitar a oportunidade, reduzindo a pressão sobre o Chega da e transferindo-a para o PS, por cálculo político na campanha nacional.

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Quando perde, o PSD usa o Chega para impedir que o PS governe, quando ganha, usa-o para impedir que o PS faça oposição. 

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[O PSD/Açores] não tem qualquer problema com as ideias do Chega.

Daniel Oliveira, “Expresso” online (sem link)

 

Com todos os descontos que, sabemos todos, devem ser dados às previsões das sondagens, certo é que houve uma mudança. A AD finalmente cresceu.

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[Nos Açores] para já, Bolieiro insiste na orientação que anunciou no seu discurso de vitória: vai governar em maioria relativa.

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Bolieiro nunca excluiu um entendimento com o Chega.

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Encosta à parede o Chega e tenta encostar o próprio PS. Porquê? Porque deixa a estes partidos a batata quente de viabilizarem a sua governação.

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Chega não tem nenhuma razão, que seja politicamente séria, para não viabilizar a governação de Bolieiro.

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Claro que revelarem falta de seriedade nunca foi obstáculo para as decisões do Chega.

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No que diz respeito ao Chega, podemos contar com os cenários mais bizarros. Nada surpreenderá.

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Uma vez que [a coligação de direita] ganhou, não é certamente do PS a responsabilidade de impedir que o Chega suba à governação.

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Claro que Bolieiro não está a arriscar nada.

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De repente, parece que Bolieiro não aceita acordos com o Chega e que Montenegro honra a palavra que deu nesse sentido.

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Atenção que ainda falta muito para 10 de março e que as sondagens são produtoras efetivas de intenções de voto. Esqueçam as previsões.

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Temos uma garantia: nenhum voto à esquerda será um voto perdido para impedir a direita de chegar ao poder.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)

 

De norte a sul, multiplicam-se as iniciativas de autarquias, associações cívicas, agentes culturais e estabelecimentos de ensino [para celebrar o 25 de Abril de 1974].

(..)

Durante quase meio século, Portugal viveu sob um regime ditatorial, de partido único, em que a censura, a repressão e o uso da violência eram instrumentos centrais de atuação do Estado.

(…)

Um país analfabeto e pobre, com profundas desigualdades, onde eram insignificantes as possibilidades de mobilidade social.

(…)

Um país que travou, durante 13 anos, uma Guerra Colonial que comprometeu o futuro de milhares de jovens e o deixou isolado na arena internacional.

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O 25 de Abril operou um movimento de rutura que provocou mudanças profundíssimas no sistema político e na economia, mas também na cultura e nas mentalidades, em toda a sociedade.

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As comemorações permitem-nos rememorar criticamente datas e acontecimentos, figuras e processos, celebrando a história e um futuro que todos queremos mais justo e participado.

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Conhecer o passado permite-nos valorizar as conquistas de Abril e combater a indiferença e o esquecimento.

(…)

Preservar a liberdade e a democracia é um dever de todos. Celebremos Abril.

Maria Inácia Rezola, “Público” (sem link)


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