(…)
Antes, ia viabilizar o OE apesar da descida do IRC.
(…)
Agora, vai viabilizar o OE e a descida do IRC.
(…)
Se não tivesse cedido à chantagem, o PS deixaria a AD
abraçada ao Chega no IRC e Montenegro a abrir a caixa de Pandora do
desequilíbrio das contas.
(…)
Com toda a justiça, o PS quer transformar o bónus para as
pensões, que o Governo queria oferecer de uma assentada em vésperas de
autárquicas, num aumento permanente.
(…)
No entanto, a mesma AD estava disponível para perder mais
dinheiro com uma descida mais acentuada do IRC, contando para isso com o voto
do Chega.
(…)
Pedro Nuno Santos acredita que este Governo é tão fraco que
só tem de esperar sentado que se estatele.
(…)
De facto, a ministra da Saúde é só a primeira bomba-relógio a
explodir.
(…)
Leitão Amaro conseguiu provocar uma greve ao atribuir ao
consumo de álcool dos maquinistas uma sinistralidade ferroviária que nunca teve
essa causa.
(…)
[O problema] é de incompetência e de política.
(…)
Este Governo foi pensado para preparar eleições rapidamente.
É como o leite do dia: em pouco tempo ficou fora da validade.
(…)
Quem julga que este Governo é moderado acredita que a
fronteira entre a esquerda e a direita é o défice (…) e os salários dos
funcionários públicos.
(…)
Com o SNS em declínio, a estratégia é entregar tudo ao
privado.
(…)
Ignora-se o que realmente interessa: a instrumentalização
política das polícias, sobretudo para a criminalização mediática dos
imigrantes.
(…)
Perante um Governo que chegou a um estado de desgraça tão
depressa, PS até poderia esperar sentado.
(…)
Mas nem o líder é indicado para essa estratégia — o que só
diz bem dele — nem a política portuguesa é como antes.
(…)
Quanto mais o Chega crescer mais o PS será pressionado a
garantir o falso cordão sanitário simulado pela AD, amarrando-se ao Governo.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
Há cerca de duas semanas, Trump ganhou
as eleições presidenciais nos EUA.
(…)
Começámos
a semana passada com a abertura da COP29 e com o relatório provisório de 2024 da
Organização Meteorológica Mundial, que indica que 2024 “está a
caminho de ser o ano mais quente de que há registo.
(…)
[No
Uganda, Nyombi Morris, um ativista
climático] teve que fugir do Uganda por se encontrar em risco de vida, depois
de ser alvo de “ameaças e acusações falsas” sobre a sua alegada
homossexualidade.
(…)
Desde Maio deste ano,
que a atividade sexual entre pessoas homossexuais passou a ser punida no Uganda
com pena de prisão perpétua ou pena de morte.
(…)
Nyombi
Morris “identifica-se como um homem cisgénero heterossexual” e que a história
que espoletou as ameaças “não é mais do que um boato”.
(…)
Ou
seja, a notícia gira em torno de demonstrar que Nyombi não só não é
homossexual, e que é injusto considerá-lo como tal.
(…)
É
crucial divulgar que o ativismo climático de Nyombi é visto como tão perigoso
que o governo ugandês arranjou formas persecutórias e ameaças à sua vida e à
sua família, através das leis homofóbicas do seu país, para o fazer parar.
(…)
Para
proteger e defender os direitos de todos os ativistas climáticos e ecossistemas
afetados no Uganda e em todo o planeta pela exploração e transporte de petróleo
(…) não pode ser preciso discutir ou demonstrar
que Nyombi, no caso, não é homossexual.
(…)
O foco
da notícia, a sua força, como fonte de informação, catalisadora de pensamento
crítico e até de ação politizada, tem de ser no fato de a acusação de
homossexualidade servir para perseguir este ativista.
(…)
O que
importa é apontar como a violência, opressão e repressão de pessoas LGBTI+ e
ativistas climáticos são um só lado da mesma moeda, estruturadas e
estruturantes do capitalismo que tem dominado o mundo há demasiado tempo.
(…)
O que
importa é apontar como as leis assassinas de pessoas LGBTI+ existentes
atualmente no Uganda e noutros países africanos têm origem nesse passado
colonial, sobretudo britânico (…) sustentado
pela contínua exploração, manipulação e saque destes territórios, suas
comunidades e ecossistemas pelo norte global.
(…)
O que importa é que pessoas ativistas climáticas, LGBTI+,
mulheres, racializadas, pertencentes a minorias étnicas, migrantes têm agora
(…) que se aliar e lutar por todos os seus direitos.
Susana Batel, “Público” (sem link)
Importa perceber porque continuam as instituições a falhar na
protecção dos seus estudantes e investigadores.
(…)
O ensino superior português continua em atraso na construção
de mecanismos responsáveis pelo acompanhamento dessas denúncias.
(…)
A
urgência de entender como estes problemas são tratados (ou não) pelas
instituições é visível quando Portugal se destaca pelas altas taxas de assédio
em espaços universitários.
(…)
As
reitorias e direcções das instituições do ensino superior continuam a agir com
complacência, acumulando processos arquivados e perpetuando um ciclo de
inércia.
(…)
Desde
2022, foram criadas comissões e portais de denúncia, mas estas medidas são
insuficientes sem a criação e revisão de códigos de conduta que prezem pela
eficácia e pela prevenção.
(…)
O que
invariavelmente surge em resposta à inércia do sistema são os colectivos
feministas e de vítimas organizados por estudantes e/ou investigadores, como é
o caso do Academia sem Assédio em Coimbra.
(…)
É crucial garantir o apoio a estes colectivos, percebendo o
que têm para dizer e as suas propostas.
(…)
É
preciso que os espaços universitários ouçam as vítimas e que actuem com a
compaixão e a urgência que a situação exige.
(…)
Os
estudantes precisam de garantias imediatas de que as universidades se
esforçarão para ser espaços seguros, onde as denúncias são tratadas com
seriedade e respeito devido.
Rafael Pereira, “Público” (sem link)
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