sexta-feira, 8 de novembro de 2024

CITAÇÕES

 [Os eleitores norte-americanos] sendo brancos, negros, hispânicos ou homossexuais, os americanos que fizeram a diferença, votando em Trump ou ficando em casa, fizeram-no por causa da economia, dos salários, das contas para pagar. Aquilo de que a esquerda costumava falar.

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Esta foi, antes de tudo, uma derrota dos democratas.

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Trump até perdeu 1,6 milhões de votos. Só que Kamala perdeu mais de 13 milhões.

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Dois terços [dos norte-americanos} dizem que a economia está mal e, destes, 70% votaram em Trump.

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[Kamala] perdeu voto negro e, acima de tudo, perdeu voto hispânico. 

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Quase todos os governos democráticos foram castigados pela crise inflacionista.

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Não sendo os números da economia maus, procuramos a razão do voto em erros de perceção dos eleitores. 

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Como se viu pelo comportamento eleitoral, quando a condição social supera a identitária, trabalhadores hispânicos e negros votam como os trabalhadores brancos. 

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Esta é a derrota histórica que deu à extrema-direita a hegemonia na classe trabalhadora num dos países mais desiguais do mundo desenvolvido.

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Nestas circunstâncias, Kamala até fez milagres.

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O pecado original foi a recandidatura de Biden. Kamala só foi apanhar os cacos.

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Ainda assim, como é que Trump, depois do [golpe do] 6 de janeiro, consegue ser um dos dois republicanos que, desde 1988, vence no voto popular?

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Porque o sistema normalizou uma tentativa de golpe contra a democracia.

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O Supremo tornou-o inimputável, mudando a natureza do regime.

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[Trump] rodeou-se de gente ainda mais fanática e perigosa do que ele.

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Começa, em janeiro, uma nova ordem de bilionários tecnológicos que se sentarão na cadeira do poder político para moldar o mundo aos seus sonhos distópicos. 

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Talvez as [respostas] certas sejam as que esquecemos.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Ontem foi um dia difícil. Enquanto lutava para erguer a cabeça e respirar fundo, o resultado das eleições norte-americanas pesava profundamente sobre aqueles de nós comprometidos com a sustentabilidade e a ação climática.

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[Estamos perante] a vitória de um líder a quem pouco ou nada importa se um modelo de crescimento económico é sustentável, ambiental e socialmente.

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É um retrocesso. Um passo atrás em direção a um modelo que já sabemos que não funciona a longo prazo.

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Um modelo que ignora a interconexão entre todas as coisas e espécies, que nos coloca num patamar superior ao resto do planeta, apesar dos inúmeros avisos que a natureza nos deixa.

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Certamente existe um limite para o retrocesso que alguém pode provocar, mesmo sentando-se no mais alto dos cargos políticos.

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A economia das energias limpas está firmemente do nosso lado. O argumento para proteger a natureza fortalece-se a cada dia.

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Trata-se de cuidar do planeta de forma que ele nos possa continuar a sustentar.

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Mas o que realmente devolve a esperança, apenas um dia depois, é a dedicação incondicional de todas as pessoas que trabalham para construir um mundo mais seguro, mais limpo e mais inclusivo.

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Quando o sistema falha, os cidadãos lideram.

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O nosso trabalho é agora mais crucial do que nunca.

Nuno Brito Jorge, “Público” (sem link)


Perguntar-se-á se Donald Trump e o que resta de um Partido Republicano em frangalhos representam o que quer que seja das classes trabalhadoras.

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Kamala Harris foi uma boa candidata quando surgiu como um ser humano vs. ciborgue, depois da saída de cena de Joe Biden. 

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A marcação cerrada que Trump deveria ter merecido em tempo certo foi desperdiçada por um não candidato e por uma substituição forçada. 

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O primeiro criminoso condenado a tornar-se presidente dos Estados Unidos conseguiu vencer a eleição, por duas vezes, a duas mulheres. 

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Poderá dizer-se que a América rural e o homem branco não estão preparados para aceitar uma mulher (muito menos negra) no topo da pirâmide.

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É penoso ver como a maioria das mulheres brancas votou em Trump.

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Como Bernie Sanders referiu, o abandono da classe trabalhadora patente no voto democrata não deve constituir grande surpresa para um Partido Democrata que os abandonou.

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Os Estados Unidos são hoje um país com um partido único e já não é vermelho ou azul, personificou-se numa figura hegemónica e ditatorial.

Miguel Guedes, JN


O professor de Yale [ Jason Stanley] explica que desde o tempo de Platão que os filósofos sabem como os demagogos e os candidatos a tiranos ganham processos eleitorais apelando às emoções e, em alturas de “grandes disparidades económicas e sociais”, mostram que sabem como aproveitar “os ressentimentos das pessoas” para seu ganho.

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A América de hoje tornou-se terreno fértil das desigualdades mais abjectas: o mais rico e o mais avançado do planeta convivem com indicadores indignos de um país desenvolvido.

António Rodrigues, “Público” (sem link)


A próxima Administração Trump será, ao que tudo indica, “isolacionista” e hostil em relação à China. Como aliás já aconteceu na primeira vez que Trump passou pela Casa Branca

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A grande diferença é que a economia chinesa está hoje bem pior do que estava há seis anos

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O que Pequim menos quer neste momento é uma luta comercial com Washington.

António Rodrigues, “Público” (sem link)


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