quarta-feira, 9 de abril de 2025

CITAÇÕES À QUARTA (150)

 
A cólera canta: vinte e oito séculos depois da Ilíada, as piras são dos mortos e dos vivos por toda a Palestina.

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Desde o 7 de Outubro publiquei dezenas de textos sobre este genocídio e a cumplicidade da Europa onde o presidente já foi visado.

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Nunca bordei mas tenho bordados da Palestina talvez desde a primeira vez que fui lá, faz este Abril 23 anos. O bordado são os vestidos, as almofadas, as casas da Palestina. As mãos de pessoas que estarão onde agora?

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Quando o palestiniano Mahmoud Darwish escreveu sobre os seus dias em Beirute debaixo das bombas israelitas, também pensou em Hiroxima.

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Desde que comecei este texto, quantos em Gaza? A todo o momento. A todo o momento que pegamos no telefone, se quisermos.

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Ouvi as rajadas dos que metralhavam a torto e a direito, cérebros lavados ao longo de anos para fuzilar em série, para verem qualquer palestiniano como muito menos do que os belos animais que àquela hora talvez se passeassem por Telavive.

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Por vezes, pela trela de humanos veganos incapazes de comer até um ovo, militantes contra o sofrimento dos animais.

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Sabemos que o Mal abriu uma vala comum, enterrou 15, alguns talvez ainda vivos, depois destruiu as ambulâncias e também as enterrou.

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O Mal reconheceu que mentira, como há um ano e meio mente. Há 58 anos mente. Há 77 anos mente. A guerra de há mais de cem anos contra a Palestina.

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A vala comum dos paramédicos foi só aquele momento em que o ponteiro bate no zénite porque vem de antes há muito. Há muitos mortos.

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Ao longo deste ano e meio quis esperar que algo ainda acontecesse dentro dos líderes europeus. Algo revelado por este Apocalipse. Tarde, insuficiente, mas algo. Já não o espero agora.

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O carniceiro procurado pela justiça foi à Hungria, que lhe estendeu o tapete vermelho, pisou nas Nações Unidas, no Tribunal Penal Internacional. Continua a ser União Europeia lá.

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E, à cabeça da União Europeia, o novel chanceler já tem o seu tapete à espera do carniceiro.

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Que Nações Unidas? Que Direitos Humanos?

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Vemos sobre-humanos na Palestina que continuamente nos dão provas de vida e do que a mata.

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Vemos o desfecho do sionismo, esse fruto monstruoso do monstruoso anti-semitismo europeu. 

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Vemos os menos-que-humanos que sois vós, os untermensch: todos os eleitos que nada fizeram desde 7 de Outubro. 

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[Os] que atacam pró-palestinianos hoje como atacaram judeus ontem e continuam a atacá-los hoje.

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Que censuram, agridem, prendem, deportam.

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Os que se tornam nazis no meu tempo de vida.

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Enquanto os EUA, também usando judeus como arma, assistem à sua própria derrocada.

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[Tenho 57 anos] tive a sorte de ainda ter visto a URSS, saber o Mal que era. Não ter dúvidas sobre o Mal que Putin é. Que a Arábia Saudita é. Que o Irão é.

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O Irão ser o aliado da Palestina é a vergonha da Europa.

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A Europa é a vergonha da democracia, sua suposta mãe e sua coveira.

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Do ponto de vista de quem nasceu aqui [em Gaza], é que a Europa gerou este último resquício do colonialismo, o alimenta em contínuo, é a sua escrava e agora vemos tudo em directo.

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Nunca a Europa desceu tão baixo, caiu tanto para o mundo.

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A vala comum dos 15 paramédicos é a vossa. A vala comum da Palestina é a vossa.

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Escrevo em plena campanha eleitoral para o que será o terceiro governo português desde o 7 de Outubro. Ainda vou votar. Ainda acredito na democracia.

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Sou essa privilegiada, ainda.

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E porque haveremos nós, que vemos Gaza em toda a parte, deixar a Europa aos coveiros da Europa?

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Ao vosso racismo, ou cobardia sem remédio, 18 mil crianças (ou sabemos lá quantas mais) não mudaram nada até hoje.

Alexandra Lucas Coelho, “Público” (sem link)

 

Muitos escreveram já sobre aquilo que, só a reboque deste caso [da violação de uma jovem de 16 anos em Loures], é agora óbvio: a desumanização crescente das relações entre os adolescentes. Acrescento: e crianças também.

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A relação de causa-efeito é, com mais este caso de Loures, sintoma de que vivemos numa sociedade profundamente doente.

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É precisamente a ditadura digital a causa directa dessa violência e dessa brutalização da vida adolescente. E, acrescente-se, da vida adulta.

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[A geração Z é] uma geração que, nascida e criada em plena "revolução digital", não concebe o seu quotidiano sem tecnologia (o tecno-fascismo, como quero afirmar).

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Geração, portanto, que passa milhares de horas em contacto com essa arma de destruição maciça do pensamento e da sensibilidade.

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A profusão de plataformas onde a superficialidade, a pornografia, a coscuvilhice, a maldade, a mentira são o único interesse e o único produto a consumir.

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[Há uma] relação mortal entre esse consumo dos conteúdos digitais e uma forma de existir que, entre os nossos adolescentes, é inimiga de uma vida saudável.

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Os pais (…) ainda não compreenderam que os filhos estão vivendo uma verdadeira guerra entre a vida e a morte.

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[Influencers] são, eles próprios, a encarnação da estupidez e da boçalidade, do oportunismo e da preguiça.

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Que poder está a ser dado a esta massa de gente ignara, mal formada, cujo único interesse é fazer dinheiro – os ditos influencers?

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Devemos perguntar-nos também se não há uma ideologia da morte a corroer a nossa vida colectiva.

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A adolescência está corrompida por nós: pais e governantes, empresas e ideologia do dinheiro.

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[Àqueles] que têm hoje entre os 12 e os 22, 25 anos, é o acesso à banalidade, à mais nefanda vida que gira em torno do consumismo acrítico de tudo quanto este sistema demoliberal (demoníaco e liberal, apetece dizer) oferece.

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O acesso total às redes sociais mata. Mata a democracia, mata o resto de humano que ainda temos.

António Carlos Cortez, “Público” (sem link)


TETOS NAS RENDAS

 

Não há nenhuma razão para que não se faça em Portugal o que se faz na Holanda: tetos nas rendas. Mariana Mortágua


FIXAR TETOS MÁXIMOS PARA AS RENDAS É UMA MEDIDA INEFICAZ?

 

Conhece a fórmula do Bloco de Esquerda para baixar as rendas Aqui


A GUERRA DE TRUMP

 

Madagáscar pagará 47 por cento de tarifa alfandegária porque exporta baunilha (é o maior produtor mundial) e, sendo pobre, importa poucos produtos dos EUA. Solução de Trump: a baunilha 47 por cento mais cara. Vai diminuir a sua importação? Não, a não ser que acabem os gelados. A guerra de Trump é estúpida, cria inflação e pode desencadear uma recessão mundial. É o que dá ter um fascista na Casa Branca. Francisco Louçã


'BURACO' DO BES APROXIMA-SE DOS 11 MIL MILHÕES DE EUROS

 

Via “Expresso”


IRRESPONSABILIDADE É DIZER QUE TEMOS DE COMPRAR E CONSTRUIR MAIS ARMAS

 

E que pomos em causa o dinheiro para combater as alterações climáticas, e apresentar essa como uma posição responsável. Mariana Mortágua


terça-feira, 8 de abril de 2025

FRASE DO DIA (2423)

 
A dívida [dos EUA] roça os 123% do PIB. O dólar, sobrevalorizado, tornou-se um símbolo de estatuto — e de decadência.

Maria Castello Branco, “Expresso”


UMA EM CADA QUATRO CASAS TEM DE TER CUSTOS ACESSÍVEIS

 

Em todas as cidades, há casas novas a ser construídas. Proposta simples: 25% da nova construção tem de ter custos acessíveis.


PREÇOS DAS CASAS EM PORTUGAL SOBEM QUASE TRÊS VEZES MAIS DO QUE NO RESTO DA EUROPA

A ADMINISTRAÇÃO TRUMP RETIROU AS PROTECÇÕES AMBIENTAIS QUE COBRIAM MAIS DE METADE DAS TERRAS GERIDAS PELO SERVIÇO FLORESTAL DOS ESTADOS UNIDOS

HOJE COMEMORA-SE O DIA INTERNACIONAL DA PESSOA CIGANA

 

Não basta hastear bandeiras, é preciso cumprir os compromissos com a democracia e apoiar as associações de integração e inclusão da comunidade cigana.


ORDENS DE DEPORTAÇÃO DA AUTORIDADE DE BERLIM, CONSIDERADAS CASO PREOCUPANTE

 

Um cidadão norte-americano, um polaco e dois irlandeses receberam ordens de deportação da autoridade de imigração de Berlim. Investigadores e politólogos do país consideram o caso preocupante, já que nenhum dos quatro indivíduos foi condenado por qualquer crime.

Mais Aqui


“NUMA GUERRA, OS ÚNICOS BENEFICIADOS SÃO OS FABRICANTES DE ARMAS E OS BANCOS”

 

Via Bernardino José Guia


segunda-feira, 7 de abril de 2025

A HABITAÇÃO É A CAUSA MAIS FRATURANTE DOS NOSSOS DIAS

 

As pessoas trabalham e não conseguem pagar uma casa. Se eu só pudesse falar de um tema nesta campanha, só falava de habitação. Mariana Mortágua


FRASE DO DIA (2422)

 
A ameaça que enfrentamos hoje não é apenas uma crise global de saúde pública, mas também uma catástrofe humanitária em grande escala, que exige uma acção e cooperação global que priorize, acima de tudo, a vida das pessoas.

Esther C. Casas e Claire Watherhouse


MAIS DE 5 MIL MULHERES ATRAVESSAM FRONTEIRAS NA EUROPA PARA ABORTAR TODOS OS ANOS

 

São revelações da investigação internacional #ExportingAbortion, da qual o Expresso faz parte.

Mais Aqui


É PRECISO TRAZER A RESPIRAÇÃO DA DEMOCRACIA DE NOVO AO PARLAMENTO

 

Francisco Louçã


ORDENS DO IMPERADOR JÁ ATINGEM INTERESSES PORTUGUESES

 

EUA enviam cartas a empresas portuguesas para abandonarem políticas de diversidade

Leia aqui: https://www.publico.pt/2128791


A VIOLAÇÃO DEVE SER CONSIDERADA UM CRIME PÚBLICO

 

A violação, tal como já acontece com a violência doméstica, deve ser um crime público. As vítimas precisam da segurança de saber que contam com o apoio de toda a sociedade, que ninguém olha para o lado.


O PRESIDENTE-PISTOLEIRO ORDENOU UM RECURSO MAIS FREQUENTE À PENA DE MORTE

 

"As instruções do Presidente são muito claras: devemos recorrer à pena de morte sempre que possível", afirmou Pam Bondi.

Mais Aqui


“ESTOU APENAS A CUMPRIR ORDENS”

 

Tal como durante os anos 30 do século XIX, no oeste americano, no decurso do regime nazi na Alemanha e, atualmente nos EUA, há ações de agentes criminosos que têm lugar, “seguindo apenas ordens”.

“As recentes ações dos agentes da Lei da Imigração e Costumes ilustram uma tendência perturbadora: o municiamento das leis de imigração para reprimir dissidentes políticos, particularmente entre estudantes internacionais que protestam contra o genocídio em Gaza.” Mais Aqui (em inglês)

Via Celeste Santos


domingo, 6 de abril de 2025

FRASE DO DIA (2421)

 
[Nos EUA] a competição eleitoral persiste, mas de forma desigual, pois aqueles que estão no poder manipulam as regras do jogo em seu favor, usando os recursos do Estado.

Mariana Pereira Guimarães, “Público”


TODOS TÊM DIREITO À PROTEÇÃO NA SAÚDE E HABITAÇÃO DIGNA: A CONSTITUIÇÃO FAZ 49 ANOS

 

Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, e o Estado assegura o direito à habitação. Parece lógico, não?

Está escrito na Constituição, que faz agora 49 anos que entrou em vigor.


DOIS MIL CIENTISTAS DENUNCIAM “CLIMA DE MEDO” NOS ESTADOS UNIDOS

 

Três quartos dos investigadores ponderam deixar o país.

Mais Aqui


VIOLAÇÃO NÃO SE FILMA, CONDENA-SE E DEVE SER CRIME PÚBLICO

 

As vítimas têm de saber que a sociedade está do seu lado.

Sabe mais em: https://www.nowcanal.pt/.../bloco-de-esquerda-defende-que...


ULTIMAS NOTÍCIAS DE DIREITOS HUMANOS

 




Os ataques dos colonos israelitas continuam na Cisjordânia ocupada, os direitos LGBTI na Hungria estão a ser ameaçados, o estado de Ahmadreza Djalali piorou na prisão no Irão, mas não faltaram também boas notícias.

Percorra as últimas notícias de Direitos Humanos e diga-nos nos comentários qual foi para si a melhor notícia. AI

Mais Aqui


GAZA: MIL BEBÉS TERRORISTAS?

 

Via “Diário de Coimbra”


OS ESTADOS UNIDOS SÓ SALVAM O MUNDO NOS FILMES DE HOLLYWOOD

 

Na vida real, é preciso salvar o mundo dos Estados Unidos.

Via “Poesia-me”


sábado, 5 de abril de 2025

MAIS CITAÇÕES (327)

 
Com o turbilhão de mudanças induzidas nas relações económicas e comerciais – de forma mais visível pela Administração dos Estados Unidos da América –, que sistema de comércio internacional teremos no futuro? 

(…)

Deve estar enganado quem, nos EUA, na Europa ou noutras latitudes, se refugia na ideia de que basta fazer de morto e esperar que a tempestade passe. O baralho está a ser manipulado.

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O “livre comércio” sempre funcionou bem a favor dos poderosos, nem sempre a favor dos outros. Sustentou uma certa “ordem” num longo espaço temporal. 

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Em regra, favoreceu a imposição do abaixamento dos custos do trabalho, dos salários e da proteção social, mas foi apresentado sempre como determinante para o desenvolvimento e a democracia.

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Esquecemo-nos de que nem poderes divinos garantem aos seres humanos alianças eternas.

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Habituamo-nos a ver os países ricos numa defesa acérrima do “livre comércio” e os pobres a tentarem condições pontuais de “protecionismo” para minorar os sacrifícios dos seus cidadãos. Agora, este filme surge de pernas para o ar.

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A mensagem de Trump identifica-se com o que ele sente: falta de emprego digno e baixo nível de vida.

Carvalho da Silva, JN

 

[Robert F. Kennedy Jr.] foi empossado como secretário da Saúde dos EUA, uma ideia tão absurda como pôr um terraplanista aos comandos da NASA (com, claro está, intensidade apaixonada)

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Neste recém-instalado reinado anticiência já despontam os primeiros sinais de alerta. Há um surto de sarampo no Texas, cujo foco inicial foi um grupo de cristãos evangélicos, com escolas próprias, nas quais a maior parte das crianças não está vacinada.

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RFK Jr. não é apenas um inócuo antivacinas na intimidade, antes externaliza e inocula a estupidez. Causa mossa, tem inclusivamente um passado ativista anti-vacinação.

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Mas nada será como dantes, com todo o poder da saúde americana agora nas suas mãos, sob o desígnio Make America Healthy Again.

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Entretanto, este surto de sarampo continua a somar casos, RFK Jr. faz recomendações tresloucadas sobre como (não) conter a gripe das aves e os EUA saem da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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É, sem meias palavras, um imenso retrocesso civilizacional. Os negacionistas tomaram as rédeas do poder.

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O passo seguinte neste reinado é cercar aqueles que combatem o obscurantismo – os cientistas.

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Já está a acontecer, sob a forma de despedimentos e redução de financiamento científico

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A ex-maior comunidade científica do mundo (na verdade, foi recentemente ultrapassada pela da China) está em risco de colapso.

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Eis um governo visceralmente anti-intelectual, a obstaculizar o avanço científico a um nível nunca visto.

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[Esta cruzada anti intelectual] está a perseguir estudantes universitários que se manifestaram pelos direitos humanos na Palestina e corta ou planeia cortar fundos a diversas universidades que se recusaram a reprimir as manifestações dos seus estudantes.

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Julgo não haver exemplos deste tipo de ataque frontal à liberdade académica noutros países cujo regime seja outro que não o totalitarismo.

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Ao que tudo indica Trump não será um querido líder entre os cientistas.

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Este é o atual cenário americano, onde o absurdo permeia a realidade. Nem todos quererão viver nesta segunda vinda do obscurantismo.

Pedro Laires, “Público” (sem link)

 

A fuga de cérebros é um fenómeno histórico com diversos exemplos. Nós próprios temos vários, que infelizmente vão no sentido que nos prejudica.

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Na última década, Portugal foi dos países europeus onde a fuga de cérebros mais se acentuou, com um significativo impacto económico que foi até recentemente estimado.

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No extremo oposto, talvez nenhum outro país tenha beneficiado tanto da fuga de cérebros como os EUA.

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Isto aconteceu quando o contexto político e social era desfavorável no nosso lado e próspero no outro lado do Atlântico.

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A tendência inverte-se e surgem sinais de marcha-atrás no êxodo de talentos.

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[Foi da Alemanha, no contexto da ascensão do nazismo que muitos] cientistas emigraram – o que contribuiu para que os EUA se firmassem como a maior potência científica e tecnológica (e, já agora, militar) do mundo no pós-guerra.

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Hoje, o obscurantismo americano repele cérebros e a Europa deverá estar pronta para os acolher.

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A reversão deste fenómeno é, portanto, uma inequívoca oportunidade para a Europa, que deverá saber atrair os melhores talentos nas áreas técnico-científicas em que está mais atrasada.

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Nós, por cá, deveríamos saber acompanhar esta “corrida aos cérebros”.

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Relembrar que não é só a ciência que está a ser atacada, mas que esta é uma investida da indecência e do absurdo em toda a linha, ataca também a educação, a cultura e os direitos fundamentais.

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Que toda esta tragédia americana, que se abate sobre o mundo, nos sirva pelo menos de ferramenta e seja uma oportunidade para ganharmos alguma sabedoria.

Pedro Laires, “Público” (sem link)

 

Vivemos tempos estranhos. Não apenas difíceis. Mas estranhos, porque o que antes nos causava indignação agora muitas vezes nos deixa apenas em silêncio.

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O medo voltou, mas com novas máscaras. E com ele, a coragem. Parece contraditório, mas não é. Há um medo que paralisa, sim.

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Mas há também a ausência do medo que se transforma em arrogância e abuso.

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[Há políticos] a violar direitos humanos com a maior das naturalidades. E nada acontece.

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Não há sanções, nem sociais, nem legais, nem morais. 

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Assistimos a uma espécie de flexibilização da ética e da legalidade.

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O medo deixa de ser reação e passa a ser condição e é aí que a liberdade se desfaz.

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Vamos aprendendo, quase sem notar, a aceitar certos abusos como parte do funcionamento normal das coisas. 

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Porque quando deixamos de acreditar que vale a pena lutar, abrimos caminho para que tudo continue como está, e pior, como se fosse natural!!!!

(..)

É preciso dar maior visibilidade ao que temos vindo a assistir em vários cantos, grupos, comunidades, onde as pessoas se juntam e dizem basta. 

(…)

A coletivização da coragem talvez seja a única saída real que temos.

Fátima Alves, “diário as beiras”