segunda-feira, 30 de junho de 2025
FRASE DO DIA (2468)
AINDA A NECESSIDADE DO IMPOSTO SOBRE AS GRANDES FORTUNAS
O imposto sobre as grandes fortunas funciona e faz falta a Portugal.
Francisco Louçã
explica porquê.
UMA VITÓRIA DAS PESSOAS LGBTQIA+ A ASSINALAR
Ministros dos Negócios Estrangeiros de 15 países assinaram declaração
conjunta a rejeitar “todas as formas de violência, criminalização,
estigmatização ou discriminação contra pessoas LGBTQIA+”.
Saiba mais: https://www.publico.pt/2138226
OS PREÇOS EXORBITANTES DAS CASAS QUER PARA ARRENDAR QUER PARA COMPRAR
Desde 2018, os preços de venda das casas duplicaram e as rendas aumentaram
quase 80%, ultrapassando largamente a evolução dos salários.
Saiba mais: https://www.publico.pt/2138175
ISTO NÃO PODE SER, QUERERMOS IMIGRANTES INTEGRADOS, MAS SEM FAMÍLIA, RELIGIÃO E DIREITOS
"Apesar de a liberdade de culto ser um
valor constitucional, CH, PSD e PS estiveram numa manifestação onde se gritou
'mesquita não, não queremos o Islão'. Queremos imigrantes
integrados, mas sem família, religião e direitos". Daniel Oliveira
A LIÇÃO DO DERRUBE DE DITADURAS A PARTIR DO EXTERIOR…
"O Iraque e a Líbia ensinam-nos que o derrube de ditaduras pilotado a partir do exterior raramente acaba bem. Uma lição para aqueles que querem, pela força, derrubar a teocracia iraniana". Rui Cardoso, "Expresso" online
Mais Aqui
domingo, 29 de junho de 2025
O ÓDIO NÃO SE IMPÕE E O AMOR NÃO SE PROÍBE
Tantos milhares nas ruas de Budapeste, para
celebrar o Orgulho que a extrema-direita de Viktor Órban quis proibir. O Bloco
esteve orgulhosamente presente, integrando a maré de gente que recusou deixar sozinhas as pessoas LGBT+ que enfrentam as ameaças conservadoras na Hungria. Hoje, a extrema-direita teve duas lições: o ódio não se impõe e o amor não se proíbe. Catarina Martins
FRASE DO DIA (2467)
Domingos Lopes, “Público”
ERROS E MAU PLANEAMENTO GERAM CAIS NO AEROPORTO DE LISBOA
Os turistas que necessitam de controlo de passaportes para entrar e sair de
Portugal através do Aeroporto de Lisboa, têm enfrentado uma situação
desesperante. Tempo de espera ultrapassa muitas vezes as quatro horas.
Saiba mais em https://jornaleconomico.sapo.pt/.../erros-e-mau.../
sábado, 28 de junho de 2025
ISRAEL NÃO RESPEITA DOS DIREITOS HUMANOS E, PORTANTO, NÃO CUMPRE O ACORDO COM A UE
MAIS CITAÇÕES (339)
(…)
É possível estancar a perda de influência social e encetar
recuperação.
(…)
A Esquerda é bem plural, mas dialoga pouco, e pesa bastante a
parte que opta pela cedência à Direita.
(…)
É necessário que a Esquerda interprete a nova era em que
estamos.
(…)
Na última década do século passado era claro que as
instituições e poderes que nos trouxeram até aqui estavam esgotados.
(…)
Os problemas que levam as pessoas a sentirem-se desprotegidas
têm um somatório de causas e impactos.
(…)
Os problemas com a habitação, a imigração, o SNS, a Escola
Pública carecem de interpretações sociológicas e políticas.
(…)
O Governo da “geringonça” teve grande apoio nos planos social
e económico, desde a sua formação até 2019, e mesmo depois.
(…)
O problema foi que o “programa comum” era minimalista e
António Costa e o PS foram possuídos pela soberba política.
(…)
Só a ação convergente para uma política social transformadora
e boas relações evitarão o desastre.
(…)
[É nas eleições autárquicas] que se podem mais facilmente
identificar oportunistas e forjar aproximações sem perda de identidades
específicas.
Quando vim trabalhar com ecólogos e biólogos, cientistas
ambientais, trouxe comigo não apenas os instrumentos da sociologia, mas
sobretudo a vontade de interrogar a aparente separação entre o social e o
natural, tão sedimentada na tradição científica moderna.
(…)
Estávamos preocupados em mostrar a importância das dimensões
sociais e culturais nos processos ecológicos e em mostrar que os fenómenos
ecológicos são, também eles, socialmente produzidos, mediados por formas de
ocupação, uso, perceção e simbolização dos territórios.
(…)
Mas faltava ir mais longe e aprofundar as estruturas de poder
e as formas de desigualdade que moldam as configurações ecológicas do mundo em
que vivemos.
(…)
[De qualquer modo], é preciso desmontar os próprios
modos de produção do conhecimento que naturalizam as desigualdades,
invisibilizam os conflitos e silenciam os sujeitos não humanos.
(…)
Cada vez mais jovens cientistas sociais reconhecem a urgência
de pensar o mundo para além das dicotomias sujeito/objeto, humano/não humano.
(…)
Sentem que faz sentido reconhecer a agência das águas, das
florestas, dos animais, das pedras.
(…)
[Há que] reconhecer que habitamos mundos partilhados, e
que esses mundos exigem novas formas de conhecimento, mais humildes, mais
relacionais, mais implicadas e comprometidas com o todo.
Fátima Alves, “diário as beiras”
Eu não preciso de achar piada à Joana Marques, para defender
que ela tem todo o direito de fazer o humor que entender.
(…)
Quem não gostar, não vê, que é o que eu faço, mas não precisa
– nem pode – tentar calá-la.
(…)
A grande dificuldade em aceitar que o humor tem limites é
definir quais são esses limites.
(…)
Porque é que a minha sensibilidade é mais válida do que a de
quem acha piada ao que eu acho lamentável?
(…)
[Aconteceu no Brasil um humorista ser condenado] a mais de
oito anos de prisão por um conjunto de piadas infelizes é negar o que de melhor
o humor nos dá: um espaço de absoluta liberdade, evasão e criatividade.
(…)
No dia em que os humoristas começarem a ter medo de ser
processados – ou, pior, presos – o humor acaba, porque ele é fruto da
Liberdade. E amar a Liberdade é amá-la sempre, mesmo – e especialmente – quando
ela é desconfortável.
(…)
O humor tem que ser democrático, senão não existe. E na
Democracia, já sabemos, cabem todos. É isso que a define.
(…)
Eu não gosto da música dos Anjos, mas defenderei sempre o
direito que eles têm a fazer a música que entendem e o direito que, quem gosta,
tem a ouvi-la.
(…)
Também não gosto particularmente do humor da Joana Marques,
mas espero que ela tenha sempre todo o espaço para o fazer.
(…)
Do que eu gosto mesmo é da Liberdade, que dá a cada um o
direito de se expressar livremente.
(…)
E o que eu espero é que a Liberdade seja um fato que, mesmo
quando desconfortável, serve a todos por igual.
(…)
O
humor pode ser à vontade do freguês, mas a Liberdade não.
Martha Mendes, “diário as beiras”
Posso dizer que não me recordo de viver uma época pautada por
uma situação política global tão caótica e de difícil decifração quanto a que
agora nos cabe.
(…)
Prova disto é a visível incapacidade dos analistas políticos,
mesmo dos mais bem preparados, para interpretar os acontecimentos em curso e
lhes antecipar consequências.
(…)
A principal razão pela qual se torna agora particularmente
difícil analisar escolhas e prever saídas no domínio da política global,
prende-se com quatro fatores: o esvaziamento das grandes ideologias, o
menosprezo pelo papel da ética, a banalização das escolhas erráticas e o
excesso de informação.
(…)
A perda dos faróis da ideologia trouxe consigo um
esvaziamento de horizontes, abrindo espaço a uma afirmação limitada ao curto
prazo de objetivos e de valores.
(…)
O triunfo do individualismo e do conceito de «sucesso»,
articulados com a expansão do neoliberalismo, tornaram obsoleta a ideia de que
ela deve fundar-se, como desejou Camus, «em comportamentos que a legitimam ou
contrariam».
(…)
O cidadão comum espera agora tudo e o seu contrário.
(…)
Já o quarto fator, que amplia os demais, traduz-se na
reprodução excessiva, acrítica e não hierarquizada de informação, tendente a
disseminar por todo o lado a dúvida, o engano, a incerteza e a instabilidade.
(…)
Nestas condições, todo o juízo crítico do analista político,
que não é um adivinho, se torna arriscado, com forte tendência para se
concentrar nas meras hipóteses e para se tornar falível cinco minutos depois.
Rui Bebiano, “diário as beiras”
POR UM MUNDO SEGURAMENTE MAIS JUSTO
Se os super-ricos fossem chamados a contribuir,
o mundo passaria a ser perfeito? Não, mas seria seguramente mais justo.
Mariana Mortágua
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“O AMOR É UM DIREITO HUMANO COMO QUALQUER OUTRO”
Embora o "Pride" seja frequentemente visto como uma celebração,
começou originalmente com uma manifestação contra a brutalidade policial no bar
Stonewall Inn, em Nova Iorque.
À medida que a comunidade LGBTI de Stonewall Inn, liderada principalmente
por mulheres trans, resistia, a brutalidade policial aumentava ao longo dos
seis dias de manifestações, o que espoletou a força do ativismo LGBTI nos EUA.
Em muitos locais do mundo, o "Pride" é um protesto que destaca e
comemora a luta pelos direitos das pessoas LGBTI.
Na véspera do Dia do Orgulho, recordamos que o amor é um direito humano em
qualquer parte do mundo. AI
sexta-feira, 27 de junho de 2025
CITAÇÕES
(…)
Conotado com Cortez e Sanders, Mamdani passou
as semanas seguintes às presidenciais a visitar os bairros onde Trump teve o
melhor resultado de um republicano em décadas.
(…)
Numa cidade onde 70% dos eleitores são
democratas, ouviu sempre o mesmo: Trump fala do custo de vida e das
dificuldades dos trabalhadores.
(…)
A resposta de Mamdani foi uma campanha com
foco, centrada no controlo do preço da habitação, em autocarros gratuitos,
cuidados de saúde, creches para todos e mercearias municipais em cada bairro a
propostas mais ridicularizada (até por cá).
(…)
O Presidente chamou-lhe “lunático 100%
comunista”, mas há analistas republicanos preocupados com um democrata que fala
do custo de vida.
(…)
O sucesso de Mamdani resulta da capacidade de
nunca sair da sua agenda, mesmo quando os outros se concentram na criminalidade
ou na imigração.
(…)
E de tentar reconectar os democratas,
embevecidos com o sucesso de uma economia com níveis de desigualdade
semelhantes aos que conduziram à crise de 1929, com a sua tradicional base eleitoral.
(…)
[A nível da Europa] o eleitorado parece
acreditar em soluções progressistas na escala onde sente que ainda há
alternativas.
(…)
[A cúpula democrata financeira] investiu
dezenas de milhões em anúncios contra Mamdani, usando as suas críticas a
Israel, mas pensando no seu programa fiscal e social.
(…)
Entre o silêncio e a omissão, a maioria do
partido [democrata] parece resignada e à deriva.
(…)
A exceção é a ala de Mamdani, Sanders e Cortez,
que junta centenas de milhares de pessoas pelo país fora.
(…)
[A esquerda norte-americana e europeia devem
ter] a sua própria agenda, em torno da desigualdade na distribuição de
rendimentos e na incapacidade de as classes médias viverem nas suas cidades.
(…)
Isso exige coragem perante o poder do dinheiro,
que encontrará em mínimos de decência sinais de lunática radicalidade.
(…)
Esta é uma das mensagens de Zohran Mamdani: um
candidato dos cidadãos enfrenta os candidatos do dinheiro que compra a
democracia na cidade [de Nova Iorque].
Daniel Oliveira, “Expresso”
(sem link)
A ciência, enquanto fonte privilegiada de
evidências pode, e quer, contribuir para melhores políticas públicas.
(…)
Em Portugal, há muito boa ciência a ser
produzida.
(…)
Nem sempre é fácil aceder a esse conhecimento.
(…)
As partes podem conversar, mas nem sempre se
compreendem.
(…)
É, por
isso, fundamental existirem estruturas capazes de interpretar, sintetizar e
traduzir o conhecimento científico de forma acessível, para que os decisores o
possam integrar de forma informada.
(…)
Deve haver espaço para discurso direto e feedback contínuo entre investigadores e responsáveis pela
formulação de políticas.
(…)
Infelizmente, muitos investigadores sentiram,
no passado, que as suas contribuições caíram no vazio, por falta de retorno ou
valorização.
(…)
Acredito
que o diálogo com investigadores durante o processo legislativo resultaria num
enquadramento legal mais correto, mais exequível e com resultados mais
benéficos para todos.
(…)
Estruturas
que intermedeiem este diálogo são essenciais para prevenir conflitos de
interesse e garantir que a ciência contribui de forma isenta e construtiva.
(…)
Ao mesmo tempo, enfrentamos um preocupante
processo de descredibilização da ciência.
(…)
Cabe às instituições científicas a
responsabilidade de divulgar o seu conhecimento de forma clara, rigorosa e
compreensível.
(…)
Neste
espírito, o Laboratório Associado Terra assumiu o compromisso de se aproximar
da administração pública, promovendo uma interface estruturada entre ciência e políticas
públicas (SPI – Science Policy Interface).
(…)
A ciência está aqui. Está disponível. E quer
ajudar.
(…)
Que
saibamos todos reconhecer o seu valor, fortalecer os canais de diálogo com a
administração pública e construir, juntos, políticas mais justas, eficazes e
sustentáveis.
Paulo Branco, “Público” (sem link)
[A NATO] prega estacas de destruição no
Estado social europeu que construiu a pulso durante décadas.
(…)
Portugal vai reforçar em cerca de mil milhões
de euros a verba para o investimento directo (…) num investimento total
que suportaria sete meses de custos do SNS.
(…)
E assim se entendem as prioridades.
(…)
Que os EUA queiram desmantelar o Estado social
europeu, não admira. Mas, à excepção de Espanha, que o faça com a concordância
acéfala da União Europeia é de um requinte que ilumina a vergonha alheia.
(…)
Mark Rutte devia saber, enquanto pateta alegre
diplomático que, ao nível da psicologia barata, Trump ganha sempre por goleada.
(…)
Resta a consolação de pouco disto ser para
valer.
(…)
Ou seja, só o imediato é para levar a sério, já
que em 2029 estaremos – provavelmente – com uma nova administração
norte-americana e todo um novo mundo que não se adivinha.
20 MIL TRABALHADORES PROPUSERAM AO PARLAMENTO UMA LEI PARA CONCILIAR TRABALHO E FAMÍLIA
20 mil
trabalhadores propuseram ao Parlamento uma lei para conciliar trabalho e
família, para ter vida e tempo livre. A direita quis convencê-los de que a
rejeição dessa proposta era para seu próprio bem. Contra o paternalismo da direita, eu acho que estes trabalhadores estão cheios de razão. Mariana Mortágua
PASSEIO PAVIMENTADO E PASSADEIRAS ENTRE AS VENDAS E A ROTUNDA DO HOSPITAL DE PORTIMÃO
Moção apresentada pelo Bloco de Esquerda na Assembleia de Freguesia de
Portimão a 26/06/2025, para que seja construído um passeio e passadeiras entre
as Vendas e a rotunda do Hospital. Aprovada por unanimidade.
https://portimao.bloco.org/.../mocao-passeio.../3662
Assembleia de Freguesia de Portimão
Moção
Passeio pavimentado e passadeiras entre as Vendas e a rotunda do Hospital
O troço da estrada que vai das vendas até à rotunda do hospital não tem
nenhum passeio lateral nem passadeiras. Em consequência, torna-se complicado,
ou até eventualmente perigoso, fazer esse percurso a pé.
Assim, a Assembleia de Freguesia de Portimão, reunida a 26 de Junho de
2025, apela às entidades competentes, nomeadamente às Infraestruturas de
Portugal, para que seja construído um passeio na berma do troço de estrada
referido e passadeiras onde seja necessário.
O membro eleito pelo Bloco de Esquerda
Miguel Madeira
RIQUEZA PRIVADA CONTINUA A AUMENTAR ASTRONOMICAMENTE A NÍVEL GLOBAL
Um relatório divulgado pela Oxfam Internacional
revela um “aumento astronómico” na riqueza privada entre 1995 e 2023, com um
crescimento de 342 biliões de dólares (296,4 biliões de euros), oito vezes maior que o da riqueza pública. Via RR
Mais Aqui
“A PROCURA DE COMIDA NUNCA DEVE SER UMA SENTENÇA DE MORTE.”
Enquanto a população de Gaza enfrenta ferimentos e mortes ao tentar obter
ajuda humanitária, o secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatiza:
“Não podemos permitir que o sofrimento dos palestinianos em Gaza seja
empurrado para as sombras.”
https://www.un.org/.../secretary-generals-press-encounter...
quinta-feira, 26 de junho de 2025
FRASE DO DIA (2466)
Luísa Semedo, “Público”
26 JUNHO: DIA MUNDIAL DAS NAÇÕES UNIDAS
A
Carta das Nações Unidas foi assinada faz hoje 80 anos. É uma expressão do seu
tempo. E esse tempo mudou drasticamente. Mas é muito mais que isso. É um código
de decência e de razoabilidade nas relações entre os Estados. Quando pensamos
numa ordem internacional na qual prevaleça a paz em diálogo dialético com a
autodeterminação, os direitos humanos e o desenvolvimento, a Carta das Nações
Unidas é o referencial dessa ordem. A distância entre o nosso tempo e a Carta é
a tragédia do nosso tempo. É a nossa tragédia. Mas é também um desafio à nossa teimosia em sermos gente decente. José Manuel Pureza
quarta-feira, 25 de junho de 2025
CITAÇÕES À QUARTA (160)
(…)
[Seguro]é, provavelmente, dos
candidatos à esquerda que mais divide o espaço que teria
de representar quem, aí, queira sonhar ir a uma segunda volta.
(…)
O
único espaço de expansão de Seguro seria em parte do centro e na direita que gosta dele na medida em que sempre
detestou Costa.
(…)
[Divide
a esquerda] quem avança sabendo não ter qualquer capacidade de conquistar o
máximo de votos possíveis nesse espaço, sobretudo quando ele está diminuído.
(…)
A condição para ser um candidato de esquerda e
sonhar ir a uma segunda volta (improvável) é não
ter anticorpos nesse espaço.
(…)
Na esquerda, Seguro é sinónimo de anticorpos.
(…)
O problema de Seguro não é começar baixo (é
protocandidato há tanto tempo que até terá segurado apoiantes), é não
ter para onde crescer.
(…)
Não evita outras candidaturas à esquerda, por
se perceber que, se elas não existirem, boa parte do voto
socialista e de esquerda irá para o almirante ou para abstenção.
(…)
O problema de Seguro é ter conseguido unir a
esquerda para o afastar e a dividir com o seu regresso.
(…)
Seguro
representa o ressentimento em relação a Costa. Para isso, há candidatos de
sobra.
Daniel Oliveira, “Expresso” online
O PS ficou atrás da extrema-direita. O Bloco e o PCP sofreram as suas piores derrotas
eleitorais.
(…)
Editoriais sanguinolentos anunciam a extinção
da esquerda e comissionistas esfuziantes festejam a vitória.
(…)
Não estamos a viver um novo ciclo eleitoral,
por definição passageiro, mas sim a instalação de um novo regime.
(…)
A desagregação do compromisso anterior responde
a uma mudança estrutural da relação de forças. Ela resulta da imposição, pelos
sectores dominantes da finança.
(…)
A
viragem de milionários e operadores políticos para o fascismo é a sua expressão
[o liberalismo económico escolhe o autoritarismo], pelo que Trump não é uma
anedota, é o rei do mundo.
(…)
O novo
regime não é uma minhoca ocasional, é o fruto designado; não é um azar, é o
triunfo de um novo sistema de poder em que a extrema-direita se torna o vector
do governo.
(…)
A esquerda está desarmada por não querer ver o
inimigo.
(…)
A
crise social não resulta de erros; pelo contrário, é o resultado do sucesso do
mercado e o mercado é insaciável.
(…)
Nenhum
governo deste regime brutalista corrigirá o colapso na saúde ou na habitação,
antes estará empenhado no desmantelamento do SNS e na subida dos preços das
casas, duas das condições para a acumulação das rendas oligárquicas.
(…)
Nos
escombros do antigo regime brilham ainda algumas pepitas, como as dos direitos
constitucionais que dificultaram o corte nas pensões na troika.
(…)
Não haja ilusões: esperar uma mão salvadora
vinda das glórias do passado (…) só nos transformará em estátuas de sal.
(…)
Só haverá esquerda viável fora das redes
Zuckerberg-Musk, onde se podem dinamitar adversários.
(…)
O
encarniçamento reaccionário contra a Mariana é um caso de estudo, uma mulher
jovem é lapidada se dirigir uma força de esquerda.
(…)
É preciso criar um novo espaço público, sem a
toxicodependência que nos degrada.
(…)
E a
política, depois: se o novo regime se define pela desigualdade classista da
acumulação de capital, apoiada em rendas e no terror do empobrecimento, é aí
que se deve definir o combate.
(…)
Não
serão promessas de remendos do velho regime que mobilizarão quem sofre a espera
das consultas hospitalares ou quem sabe que só terá casa se morrer um familiar.
Francisco Louçã, “Público” (sem link)
A questão da Palestina e, em especial, a situação
de Gaza deixou há muito de ser uma questão meramente política.
(…)
Mas Gaza é, acima de tudo, uma questão moral. Uma
questão de decência.
(…)
A perspectiva simplesmente humana, aquela que nos
permite avaliar os nossos actos e os dos outros independentemente da
profundidade dos nossos conhecimentos históricos ou geoestratégicos, sobreleva
todas as outras análises.
(…)
Gaza é uma questão moral da mesma maneira que o
Holocausto judeu da II Guerra Mundial pode ser lido de muitas perspectivas mas
é, antes de mais, acima de tudo, uma questão moral.
(…)
Como é possível que seres humanos possam fazer
isto, de forma fria, premeditada e constante, a outros seres humanos?
(…)
Que razão política, militar, geoestratégica, pode
justificar isto? Que argumento pode justificar os milhares de assassinatos de
crianças, à bomba, a tiro, pela fome? Um massacre planeado para ontem, para
hoje, para amanhã, para sempre, até não haver mais crianças para matar?
(…)
Como se pode parar este genocídio?
(…)
Há algo que temos de fazer porque não podemos
calar-nos sem nos tornarmos cúmplices do horror.
(…)
Aquilo que podemos e devemos fazer é falar,
escrever, denunciar, gritar, exigir. Antes de mais exigir dos nossos dirigentes
políticos que obedeçam ao imperativo moral de parar o massacre já.
(…)
Exigir que Portugal reconheça o estado da
Palestina, sem mais manobras dilatórias, respeitando a sua própria palavra de
apoio à solução dos dois estados.
(…)
Isto mesmo é o que é exigido numa petição
assinada por mais de 12.000 cidadãos portugueses que o Em Causa apoia.
(…)
É um passo que incentivará outros países e a
União Europeia a fazer o mesmo.
(…)
[É um passo que] separa claramente quem está do
lado dos direitos humanos, do lado da decência, e quem olha com indiferença os
milhares de mães palestinianas que apenas podem dar aos seus filhos o conforto
de uma curta mortalha e das suas lágrimas.
José Vitor Malheiros, "emCausa"