sexta-feira, 20 de junho de 2025

CITAÇÕES

 
Um programa eleitoral é o que um partido faria se governasse sem condicionalismos políticos. 

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Quando não tem maioria, a diferença entre o desejo e o possível nota-se logo no programa de governo.

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[Refiro-me] às novidades que tornaram o programa consistentemente mais à direita, numa extensão inédita. 

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Mas tem de ser coerente: se vira à direita, fala com a direita. 

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O que não faz sentido é fazer as mudanças estruturais com o Chega e a IL e ter os Orçamentos aprovados pelo PS.

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Quanto ao Chega, o PSD anda atrás do prejuízo.

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É a extrema-direita que determina os termos em que se debate a imigração.

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O seu “reformismo” sofre dos pecados que aponta à esquerda: vive de dogmas ideológicos que escondem o serviço que presta a clientelas. 

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Um fetiche pelas leis laborais num país que sofreu de uma precariedade endémica, a que agora acrescenta mudanças à lei da greve, continuando a retirar força aos sindicados.

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Os grandes ganhadores são, em Portugal, o sector financeiro, o retalho alimentar e o imobiliário (de luxo). 

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Na saúde (e provavelmente na Segurança Social), onde três ou quatro grupos partilham um mercado inelástico, repete-se o padrão.

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Quando o Governo cria USF geridas por privados, vai buscar os médicos de família ao público.

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O que o PS foi fazendo por falta de estratégia o PSD faz de forma declarada. 

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Trata-se, e não apenas na saúde, de uma desnatação do Estado.

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A degradação do SNS, assim como a degradação da escola pública, corresponde ao fim da aliança entre a classe média e os mais pobres, que sustenta o Estado social.

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A classe média deixa de querer usar os serviços públicos e, por isso, de os querer pagar por via dos impostos.

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A classe média passa, na ilusão de que o “mérito” a levará até lá, a identificar-se com os mais ricos.

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Este é o Governo mais à direita da nossa história democrática. (Porque o equilíbrio político assim o determina).

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No próximo Orçamento, o pior que pode acontecer é Montenegro viver com os duodécimos do seu OE anterior.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Perante a desinformação, o populismo fez o seu trabalho para cultivar o medo e o ressentimento e, nos últimos anos, Portugal tem escrito páginas inteiras sobre azedume e vinagre.

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As redes sociais ajudaram a criar o pântano, sobretudo a partir do momento em que o poder de quem as detém está ao serviço dos piores escroques. 

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Eis-nos de volta ao discurso de ódio contra migrantes, ciganos, negros, LGBTI.

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Os crimes relacionados com a discriminação e incitamento ao ódio cresceram mais de 200% nos últimos anos e 2024 foi aquele em que se registaram mais casos (421).

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O capítulo sobre a presença de grupos de extrema-direita em Portugal foi retirada, inexplicavelmente, do Relatório de Segurança Interna (RASI).

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O confronto com a realidade é exigente e não se pode silenciar. 

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Com ou sem farda, tem faltado coragem para identificar, punir e trazer para os tribunais o que nem sequer entra no discurso político de um Governo que parece querer continuar a olhar para o país à luz dos seus antigos brandos costumes.

Miguel Guedes, JN

 

Em sectores como o transporte marítimo, as ações concretas para proteger os oceanos continuam a ser manifestamente insuficientes.

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Um dos exemplos mais evidentes são os chamados “scrubbers” (depuradores) – sistemas instalados nos navios para reduzir as emissões de enxofre provenientes da queima de combustíveis fósseis.

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[Os poluentes removidos] são frequentemente descarregados no mar, contribuindo para a acidificação, a degradação dos ecossistemas e potenciais riscos para a saúde humana.

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Na verdade, a instalação de depuradores permite aos navios contornarem a regulamentação internacional e continuar a utilizar o combustível fóssil mais barato e mais poluente disponível.

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Quando queimado, causa danos duradouros à atmosfera do planeta.

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O tipo mais comum de depuradores “limpa” os gases de escape utilizando água do mar ou uma solução química para lavar os gases de escape, reduzindo assim os óxidos de enxofre emitidos para a atmosfera.

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Tal resulta em águas residuais ácidas (…) e outros produtos químicos (…) que são descarregados no oceano.

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[Estes poluentes podem acabar] por chegar ao topo da cadeia − incluindo a nós.

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Cientistas e organizações não-governamentais alertam há muito que mesmo pequenas quantidades desses resíduos tóxicos no oceano têm um grande impacto na vida humana e marinha.

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Em 2023, já 45 países tinham adotado 90 medidas para proibir ou restringir descargas de “scrubbers” nos seus portos ou zonas marítimas e os números continuam a aumentar.

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A opção certa, desde já, é os navios usarem combustíveis com baixo teor de enxofre (combustíveis destilados), não necessitando de o retirar através de quaisquer equipamentos.

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A Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) [deve proibir] tão depressa quanto possível descargas nas águas sob a sua jurisdição.

Francisco Ferreira e Sian Prior, “Público” (sem link)

 

Recentemente, a comunidade LGBTI+ em Portugal tem sofrido ataques sistemáticos por parte da extrema-direita e do grupo neonazi 1143.

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Uma das suas ações mais infames foi o lançamento do chamado “movimento hétero”, uma provocação que não passa de um instrumento de difusão do ódio.

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Qual “direito” está em risco para pessoas heterossexuais? Em que opressão vivem?

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O movimento LGBTI+ nasceu justamente para combater a marginalização histórica e garantir direitos humanos básicos.

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Em contraste, o “movimento hétero” não representa uma causa legítima.

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Não podemos permitir que o discurso de ódio substitua a luta pela dignidade.

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Isso não é liberdade de expressão: é um ataque à democracia.

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É hora de dar um basta. O Ministério Público e as forças de segurança precisam agir de forma enérgica e célere.

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Não deixemos que fanáticos distorçam a fé para justificar a violência.

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Com o bem unido, o mal nunca terá espaço.

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Lutemos juntos contra o neonazismo, o fascismo e qualquer forma de opressão.

Giovanna Tavares, “Público” (sem link)


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