sexta-feira, 27 de junho de 2025

CITAÇÕES

 
Zohran Kwame Mamdani. É o nome do favorito à presidência da cidade com mais judeus em todo o mundo, fora de Israel [Nova Iorque]. 

(…)

Conotado com Cortez e Sanders, Mamdani passou as semanas seguintes às presidenciais a visitar os bairros onde Trump teve o melhor resultado de um republicano em décadas.

(…)

Numa cidade onde 70% dos eleitores são democratas, ouviu sempre o mesmo: Trump fala do custo de vida e das dificuldades dos trabalhadores. 

(…)

A resposta de Mamdani foi uma campanha com foco, centrada no controlo do preço da habitação, em autocarros gratuitos, cuidados de saúde, creches para todos e mercearias municipais em cada bairro a propostas mais ridicularizada (até por cá). 

(…)

O Presidente chamou-lhe “lunático 100% comunista”, mas há analistas republicanos preocupados com um democrata que fala do custo de vida.

(…)

O sucesso de Mamdani resulta da capacidade de nunca sair da sua agenda, mesmo quando os outros se concentram na criminalidade ou na imigração.

(…)

E de tentar reconectar os democratas, embevecidos com o sucesso de uma economia com níveis de desigualdade semelhantes aos que conduziram à crise de 1929, com a sua tradicional base eleitoral.

(…)

[A nível da Europa] o eleitorado parece acreditar em soluções progressistas na escala onde sente que ainda há alternativas.

(…)

[A cúpula democrata financeira] investiu dezenas de milhões em anúncios contra Mamdani, usando as suas críticas a Israel, mas pensando no seu programa fiscal e so­cial.

(…)

Entre o silêncio e a omissão, a maioria do partido [democrata] parece resignada e à deriva.

(…)

A exceção é a ala de Mamdani, Sanders e Cortez, que junta centenas de milhares de pessoas pelo país fora.

(…)

[A esquerda norte-americana e europeia devem ter] a sua própria agenda, em torno da desigualdade na distribuição de rendimentos e na incapacidade de as classes médias viverem nas suas cidades.

(…)

Isso exige coragem perante o poder do dinheiro, que encontrará em mínimos de decência sinais de lunática radicalidade.

(…)

Esta é uma das mensagens de Zohran Mamdani: um candidato dos cidadãos enfrenta os candidatos do dinheiro que compra a democracia na cidade [de Nova Iorque]. 

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

A ciência, enquanto fonte privilegiada de evidências pode, e quer, contribuir para melhores políticas públicas.

(…)

Em Portugal, há muito boa ciência a ser produzida.

(…)

Nem sempre é fácil aceder a esse conhecimento.

(…)

As partes podem conversar, mas nem sempre se compreendem.

(…)

É, por isso, fundamental existirem estruturas capazes de interpretar, sintetizar e traduzir o conhecimento científico de forma acessível, para que os decisores o possam integrar de forma informada.

(…)

Deve haver espaço para discurso direto e feedback contínuo entre investigadores e responsáveis pela formulação de políticas.

(…)

Infelizmente, muitos investigadores sentiram, no passado, que as suas contribuições caíram no vazio, por falta de retorno ou valorização.

(…)

Acredito que o diálogo com investigadores durante o processo legislativo resultaria num enquadramento legal mais correto, mais exequível e com resultados mais benéficos para todos.

(…)

Estruturas que intermedeiem este diálogo são essenciais para prevenir conflitos de interesse e garantir que a ciência contribui de forma isenta e construtiva.

(…)

Ao mesmo tempo, enfrentamos um preocupante processo de descredibilização da ciência. 

(…)

Cabe às instituições científicas a responsabilidade de divulgar o seu conhecimento de forma clara, rigorosa e compreensível.

(…)

Neste espírito, o Laboratório Associado Terra assumiu o compromisso de se aproximar da administração pública, promovendo uma interface estruturada entre ciência e políticas públicas (SPI – Science Policy Interface).

(…)

A ciência está aqui. Está disponível. E quer ajudar.

(…)

Que saibamos todos reconhecer o seu valor, fortalecer os canais de diálogo com a administração pública e construir, juntos, políticas mais justas, eficazes e sustentáveis.

Paulo Branco, “Público” (sem link)

 

[A NATO] prega estacas de destruição no Estado social europeu que construiu a pulso durante décadas.

(…)

Portugal vai reforçar em cerca de mil milhões de euros a verba para o investimento directo (…) num investimento total que suportaria sete meses de custos do SNS. 

(…)

E assim se entendem as prioridades. 

(…)

Que os EUA queiram desmantelar o Estado social europeu, não admira. Mas, à excepção de Espanha, que o faça com a concordância acéfala da União Europeia é de um requinte que ilumina a vergonha alheia.

(…)

Mark Rutte devia saber, enquanto pateta alegre diplomático que, ao nível da psicologia barata, Trump ganha sempre por goleada. 

(…)

Resta a consolação de pouco disto ser para valer.

(…)

Ou seja, só o imediato é para levar a sério, já que em 2029 estaremos – provavelmente – com uma nova administração norte-americana e todo um novo mundo que não se adivinha.

Miguel Guedes, JN


Sem comentários:

Enviar um comentário