terça-feira, 16 de junho de 2020

AUDIÇÃO DA PRESIDENTE DO IHRU




Hoje ficámos a saber que o IHRU [Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana] tem vindo a identificar mais problemas do que os que tem vindo a dar conhecimento. Aliás, informação deste Instituto ou do Ministério que tutela a habitação tem de ser arrancada quase a ferros. Foi o que aconteceu hoje.
O que se espremeu:
No Primeiro Direito, as identificações feitas pelas Estratégias já entregues dão conta de um aumento das necessidades habitacionais em 77% relativamente ao levantamento publicado no início de 2018. Sim 77%.
Neste programa apenas quatro acordos foram celebrados com 8733 agregados familiares abrangidos dos 19728 identificados pelas 27 Estratégias já entregues até ao momento.
Sobre Promoção Direta do IHRU, apenas Almada e Setúbal parecem vir a ser felizes contempladas com um plano de resposta por parte do Estado. Nada contra, falta é para os restantes municípios com brutais necessidades.
Existem uns míseros 7M (milhões de euros) para reabilitação do edificado do IHRU este ano. Contam ter 4000 fogos reabilitados até 2023. O plano detalhado terá de ser solicitado e pedido.
Dos 1896 pedidos de apoio ao arrendamento apenas 479 foram já atendidos e tramitados, o resto está num vazio de burocracia entre os pouquíssimos técnicos do IHRU que fazem um trabalho meritório e os inquilinos que necessitam de apoio por perda de rendimentos. Existem cerca 1 300 000 pessoas em mercado de arrendamento privado em Portugal. Nem 500 tiveram resposta.
Seguirão novas perguntas por escrito para a quantidade de informação que ficou em falta, quer sobre a alienação dos fogos que tenham sido construídos com o apoio do IHRU, quer sobre a falta de resposta aos apoios solicitados, quer sobre o plano detalhado de reabilitação de fogos do IHRU, quer sobre a qualidade de habitação pública vaga e que poderia já responder a necessidades habitacionais. A urgência na resposta habitacional está evidente e não pode ser feita com meios números, meias respostas valores recauchetados e uma intervenção errática. Centenas de milhares de vidas dependem da capacidade de intervenção do Estado na garantia de um parque habitacional público, de travar a especulação e de garantir uma legislação coerente que protege quem vive no nosso país. (Maria Manuel Rola)

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