Em Portugal como em França, em Espanha, na Itália, na
Áustria ou nos países nórdicos, a direita tradicional está a incorporar o essencial
do programa da extrema direita.
(…)
O CDS veio proclamar que é pela masmorra que se
cultiva o respeito pelas polícias.
(…)
[Ao propor o fim dos debates quinzenais e a extinção
da Comissão parlamentar de Transparência] o PSD faz assim sua a retórica do Chega
sobre a podridão do “sistema” e, tal como o Chega, faz dos deputados em geral
gente suspeita por natureza.
(…)
O que é verdadeiramente importante é que Rui Rio vá
assim ao encontro do populismo da extrema direita e desista de vincular o
parlamento a ser ele próprio o primeiro garante da transparência que a
democracia exige.
(…)
[O contributo da direita para o crescimento da extrema
direita em Portugal] combinado com a persistente inimizade da direita com o
Estado Social, são excelentes notícias para André Ventura.
José Manuel Pureza, “Diário as beiras” (sem
link)
Para eles [protofachos e
mini Trumps, a liberdade é] um parente próximo da lei da selva.
(…)
Pode haver uma lógica
oculta naqueles que trazem a liberdade na boca para a quererem ver espezinhada
todos os dias.
(…)
A IL escolheu o caminho
que não traça diferenças entre a não regulação do mercado económico e a não
regulação do discurso criminoso de ódio e de desinformação que, em última
análise, matará toda a liberdade.
(…)
Num mundo onde as
"fake news" podem ganhar eleições, é bom saber quem está conivente.
(…)
O ódio é uma doença e tem
de ser tratado.
Precisamos de modos de
financiamento que não envolvam endividamento, e medidas que garantam o
aprovisionamento, sobretudo em bens e serviços essenciais. As bazucas europeias
não são uma coisa nem outra.
(…)
Hoje, quando se observa o
que se passa na TAP, vemos que está ali um vespeiro onde é urgente, mas muito
difícil, meter as mãos.
(…)
As opções políticas e de
gestão erradas, quando não criminosas, adotadas ao longo do tempo
respaldaram-se, tantas vezes, em determinações da UE.
(…)
Em breve bastantes
empresas grandes e médias necessitarão de resgastes e imensas pequenas estão
dolorosamente entregues à sua sorte.
(…)
É inquietante ver o
Governo demasiado sensível ao comentário mediático, técnica e politicamente
muito pobre, a desvalorizar a inteligência coletiva e a continuar à espera,
quando são já tão visíveis nuvens negras.
Foi a própria ciência a
mostrar-nos que não faz
qualquer sentido falar em raças humanas distintas,
muito menos em hierarquias.
(…)
A escultura de António
Vieira ainda transmite a ideia de um povo indígena atrasado e infantilizado.
Nesse sentido não é só paternalista, perpetua mesmo concepções racistas.
(…)
Se a estátua de António
Vieira não é problemática, por que razão foi ela cercada por neonazis em 2017, quando um grupo de activistas
anti-racismo tentava fazer uma manifestação de protesto pacífica?
Daniel Gamito
Marques, “Público” (sem link)
O sistema racial moderno
substitui o anterior sistema escravocrata e, se é verdade que o extingue, fá-lo
apenas quando são criadas as condições para a perpetuação das relações de poder
que o caracterizavam.
(…)
Os alvarás pombalinos das
décadas de 1760 e 1770, que, ao enquadrarem a progressiva abolição da condição
de escravo no território metropolitano, o fazem como incentivo à transferência
de pessoas negras escravizadas para outras províncias do império, a fim de
poderem ser mais bem exploradas.
João
Figueiredo, “Público” (sem
link)
[O ministro israelita da
Guerra Moshe Dayan] implementou [depois de 1967] o plano de ocupação através da
imposição, à força, da política dos factos consumados, confiscando as
propriedades e os territórios dos cidadãos palestinianos para os colonizar,
controlando assim a terra e as pessoas.
(…)
[Dez anos depois, o
partido Likud] foi
claro na sua posição, recusando abdicar de um centímetro que fosse dos
territórios palestinianos ocupados.
(…)
Desde o início da ocupação
até ao dia de hoje, um terço do povo palestiniano já passou pela prisão e todo
o povo no geral continua a sofrer diariamente.
(…)
Cinquenta e três anos
depois da abominável e injusta ocupação de 1967, Netanyahu anuncia a anexação
de um terço do território palestiniano por Israel.
(…)
A anexação e roubo da
maioria do território agrícola e dos recursos hídricos da população
palestiniana será assim o último prego no caixão da paz.
Nabil Abuznaid, Embaixador da Palestina em Portugal, Público (sem link)
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