Quando, há duas semanas, alcançámos a
fasquia de um milhão de teses, 40% dos quais no privado, ficámos a saber que os
laboratórios poderão ter recebido entre 40 e 50 milhões de euros.
(…)
[Há quase 50 anos, Milton Friedman
sugeria que se deve aproveitar a crise] para fazer o que é impensável por ser
muito impopular.
(…)
Não precisamos ir muito longe para nos
lembrarmos de como a aterragem da troika na Portela foi sentida como uma
oportunidade para impor o que nenhum programa eleitoral suportaria.
(…)
[Milton Friedman publicou na New York
Times Megazine em 13 de Setembro de 1970] um panfleto afirmando que a
responsabilidade social da empresa é somente o lucro dos acionistas, não tem
obrigação perante a comunidade.
(…)
A Gilead Sciences cobra 2100 euros pelo
tratamento com Remdesivir. (…) E aqui está como uma empresa que faz da crise
uma oportunidade não responde a obrigações sociais, mas aos lucros dos
acionistas.
(…)
Na década de 90, Mandela enfrentou as
grandes farmacêuticas violando as patentes e replicando os medicamentos
antissida, dado que a África do Sul não conseguia pagar os preços exorbitantes.
(…)
Precisamos de saber salvar vidas de novo
contra a bela oportunidade de negócio.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Nunca uma multinacional [como a
Facebook] teve tanto poder sobre os Estados nem tanta influência sobre os utilizadores.
(…)
À frente do colosso, Zucherberg é a mais
moderna mistura de um barão da indústria e de um corsário do rei.
(…)
O FB está a mostrar uma prosápia que
desmente a lenda da plataforma aberta que põe toda a gente em comunicação feliz.
(…)
Como qualquer espaço público, as redes
sociais devem obedecer a normas que sejam aplicáveis e verificáveis e devem
garantir o seu cumprimento.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Esta crise, que pode durar um tempo
indeterminado, para a aviação comercial trata-se de um tsunami.
(…)
Precisamos de uma companhia aérea de bandeira,
mas temos pouca capacidade para a sustentar.
(…)
Portugal necessita, em simultâneo, de
capitalizar uma empresa [TAP] já muito endividada e garantir injeções
financeiras no futuro.
Pedro Adão e
Silva, “Expresso” (sem link)
O [nosso] nervoso resulta de uma
expetativa infundada: a de que o confinamento iria vencer o vírus.
(…)
Há cada vez mais sinais de que a
imunidade é muito variável e que uma vacina eficaz pode ser uma quimera.
(…)
Quem não trabalha com a ciência tem de
trabalhar com a percepção e com o medo.
(…)
Tenho poucas certezas sobre o que nos
está a acontecer. Só uma se vai instalando: que isto vai durar.
Daniel Oliveira,
“Expresso” (sem link)
Com efeito, desde os
incêndios de 2003 e de 2017 que esta área florestal pública [da Mata Nacional
de Leiria] se encontra sob gestão de abandono.
(…)
A questão que importa
colocar é como irá o Estado ocupar terrenos privados, para neles concretizar as
operações de reconversão “exigíveis”, se nas áreas sob sua gestão directa não
concretiza as operações exigíveis?
Paulo
Pimenta de Castro, “Público” (sem
link)
A liberdade de expressão
só tem sentido para o discurso que detestamos, não para o que nos agrada.
(…)
A censura prévia, a
censura a posteriori,
a auto-censura, a censura por omissão, cresce.
(…)
O problema do ascenso da
censura não se limita apenas às redes sociais, tem também um efeito de policiamento
da linguagem que neste momento nos EUA ganhou foros de uma verdadeira paranoia.
(…)
O caminho da censura
faz-nos perder a liberdade, que anda no ar que se respira mais do que nas leis.
Pacheco
Pereira, “Público” (sem
link)
Partidos políticos que
proclamem o ódio racial e disseminem o fascismo devem ser ilegalizados e os
seus eleitos no parlamento devem perder os mandatos, conforme o disposto na lei
fundamental.
(…)
[O Chega] uutiliza a
Assembleia da República para fazer propostas inconstitucionais e de incitamento
ao ódio (castração química, confinamento específico das comunidades ciganas, o
fim do combate à discriminação racial, etc.).
(…)
[Com a manifestação do
Chega] André Ventura ensaiou e conseguiu traduzir no espaço público a narrativa
da negação e da banalização do racismo.
(…)
À moda de populistas como
Bolsonaro, Viktor Orbán, Salvini ou Trump, André Ventura, consciente da
sobrevivência de um imaginário salazarista na sociedade portuguesa, não tem
pejo em assumir-se com o Messias da direita.
Associação
Cavaleiros de S. Brás e outras associações antirracistas e antifascistas, “Público”
(sem link)
Vários cientistas
sociais apontam para a importância de estudar os brancos com o intuito de
desvelar o racismo, pois estes, intencionalmente ou não, têm um papel
importante na manutenção e legitimação do sistema opressor do racismo.
Cláudia Silva, “Público” (sem link)
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