sábado, 5 de dezembro de 2020

CITAÇÕES

 
Apesar do valor propagandístico, a ligação entre hidrogénio e descarbonização é ténue. 

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Quando o governo escolhe articular a estratégia [para o hidrogénio] com as grandes empresas poluidoras, fica garantido que a mesma se tornará um travão à descarbonização.

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É necessário utilizar um combustível real - renovável ou fóssil - para produzir o hidrogénio que alimentará um sistema energético. 

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O que seria uma virtuosidade, será, como veremos, um dos maiores problemas do hidrogénio a partir desta abordagem.

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A actual estratégia nacional para o hidrogénio é a extensão para a periferia da estratégia industrial do centro da Europa, em particular da indústria do gás fóssil. 

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Nas mais de 50 reuniões sobre hidrogénio divulgadas por Galamba, só uma (depois de terminada a consulta pública da estratégia) foi com uma instituição académica. 

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Não é preciso fazer um esforço enorme para perceber quem são os autores do cerne da estratégia nacional: os maiores poluidores portugueses e uma parte da indústria holandesa.

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O Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 é insuficiente para manter o aumento da temperatura abaixo dos 1,5ºC e até dos 2ºC até 2100.

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Há um absurdo claro em Portugal, no que diz respeito ao hidrogénio e descarbonização: nós não temos um excesso de renováveis, nós temos falta de renováveis. 

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Enquanto houver fósseis no sistema, faltam renováveis.

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O pináculo da estratégia é mesmo o projecto H2Sines, que se apresenta como exemplo acabado de como não utilizar hidrogénio verde. 

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A Galp está no projecto como um grande consumidor, através da refinaria de Sines, disse em Fevereiro, o que significa mesmo usar hidrogénio para refinar mais combustíveis fósseis.

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Nenhum governo em capitalismo não imputa ao povo os custos do seu apoio a actividades privadas, sejam o BPN, o Novo Banco ou o hidrogénio verde.

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Em capitalismo é incompreensível que introduzir renováveis no sistema só é útil se tirar fósseis do sistema, é incompreensível perceber que o objectivo não é fazer dinheiro.

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A estratégia europeia de hidrogénio continua a alimentar os fósseis.

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Não vamos fingir que não sabemos há décadas que no mundo capitalista o Estado é uma extensão mais ou menos directa dos interesses das indústrias e das empresas privadas. 

João Camargo, “Expresso” Diário

 

Na União Europeia são mais de 700 mil pessoas sem abrigo e, segundo uma resolução recente do Parlamento Europeu, o fenómeno aumentou 70% na última década. 

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[Apesar disso] com a retração brutal do turismo depois do boom dos últimos anos, talvez nunca como hoje tenham existido tantos quartos e casas vazias nas grandes cidades.

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[Em Portugal] os últimos números apontavam a existência de cerca de 6 mil pessoas em situação de sem abrigo.

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Calcula-se que cerca de 35 mil idosos residam em lares clandestinos, nas condições que se imaginam.

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[O programa “Renda Segura”] não funciona. 

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As poucas respostas de emergência criadas pelo Governo na área da habitação estão a falhar. 

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No verão, havia 322 mil pessoas com moratórias no pagamento das hipotecas de crédito à habitação, só que estas acabam no final de março e (…) podemos assistir a uma vaga de incumprimentos, penhoras e despejos como nunca vimos.

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Continuamos no essencial com a mesma lei de 2012 [do governo de direita] que liberalizou os arrendamentos.

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As políticas públicas de habitação permanecem num aflitivo estatuto de menoridade.

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Só enfrentaremos a crise da habitação, que tem tudo para agravar-se, se tivermos essa política [pública] e se ela quiser de facto mudar de paradigma.

José Soeiro, “Expresso” Diário

 

A pandemia apanhou a TAP desprevenida e ainda enrolada em problemas antigos.

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A TAP enfrentou tudo e a tudo sobreviveu, mas com cicatrizes que ainda perduram.

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São essas cicatrizes que, apesar do resultado operacional positivo nos últimos anos (antes de pagamento de juros e créditos), têm colocado continuadamente as contas do Grupo TAP no vermelho.

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A culpa para a situação da TAP não está nos seus trabalhadores, está nas várias equipas de gestores que teve e num poder político que não soube lidar com uma empresa estratégica.

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O termo “concorrência” é aplicado aqui [na TAP] num sentido diferente do habitual - a regra da Comissão Europeia é fazer vista grossa aos países do centro da Europa e ser draconiana com os da periferia.

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O plano de reestruturação da TAP que o Governo vai apresentar em Bruxelas é a resposta a essa exigência da Comissão.

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O plano é brutal: o maior despedimento coletivo dos últimos anos com a saída de quase 3000 trabalhadores, redução do número de aviões e corte no número de rotas.

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Quem vai esfregando as mãos de contentamento são os alemães da Lufthansa, que sabem que no final tudo lhes irá cair no colo.

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Se a Comissão Europeia quer mesmo apoiar os Estados “no seu esforço de protecção dos trabalhadores e empresas”, o Governo tem de lutar até ao limite para evitar a destruição de tanto emprego qualificado.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

2020 vai ser o ano de menor número de nascimentos e registar-se-á um aumento de mortalidade, por efeitos diretos e indiretos da pandemia covid-19 e por influência de fatores associados às alterações climáticas.

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No "Relatório Global sobre os salários 2020/2021", da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado esta semana, constata-se que, em Portugal, os impactos da pandemia conduziram a uma redução da massa salarial de 13,5%.

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Se os países não tivessem adotado subvenções temporárias a perda teria sido ainda mais penalizadora para os trabalhadores com retribuições baixas e para as mulheres.

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Os mercados agem para propiciar lucro a quem os domina e não para pôr em prática uma "estratégia de recuperação centrada no ser humano" como defende a OIT. 

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Portugal surge, no contexto dos 28 países analisados, como aquele onde é mais dura a perda para os trabalhadores. 

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São imperiosas políticas que evitem uma nova vaga de emigração.

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A perda de população em idade ativa e fértil é uma das principais causas da baixa da natalidade, e será um drama para a evolução demográfica do país.

Carvalho da Silva, JN

 

Qualquer razão que leve uma ou um grupo de pessoas, maior ou menor, a sair da sua zona de conforto e manifestar-se dias a fio, não pode ser encarado como marketing, birra ou defeito de software interno de uns quantos. 

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Independentemente do contexto despropositado de qualquer político em comitiva, é para serem ouvidos que grevistas fazem greve. 

Miguel Guedes, JN


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