sábado, 2 de janeiro de 2021

CITAÇÕES

 
Convém lembrar que uma parte considerável da resposta à crise pandémica será decidida no período de seis meses em que Portugal assume o leme da União Europeia.

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Se já conseguimos vislumbrar o fim da pandemia, bem mais duradoura será a luta contra a crise económica e social.

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A “bazuca” europeia demorará meses a chegar aos países.

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Nas medidas de resposta à crise, o Governo tem chegado tarde e com pouco músculo.

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Nas próximas semanas ficará demonstrado que, mesmo com uma profundíssima crise económica, o Governo tem apertado os cordões à bolsa.

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Os dados da execução orçamental assim o estão a demonstrar e, fechadas as contas de 2020, veremos que o défice ficará abaixo das previsões.

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O Governo subestima os efeitos económicos e sociais da crise e, por isso, não apoiou as pessoas e a economia como devia, nem investiu o necessário nos serviços públicos.

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É fundamental recuperar o emprego e garantir uma economia digna, o que só será possível com um investimento público forte e decidido.

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Vejamos o exemplo do Serviço Nacional de Saúde e as fragilidades que enfrenta por o Governo regatear investimentos.

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A instabilidade laboral é uma ferida aberta na nossa economia.

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O investimento público, seja nacional ou comunitário, deve garantir estabilidade e combater desigualdades. 

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emergência climática já fez disparar todos os alarmes, não podemos protelar as respostas.

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A recuperação económica também deve ser uma resposta à crise climática, não podemos deixar as preocupações ambientais para trás.

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A reação da União Europeia a estas emergências tem sido parca, ou mesmo má.

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Apesar de propagandear preocupações ambientais, quando chega a hora da verdade não consegue virar a página das energias fósseis.

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Aproveitar a presidência da União Europeia para fazer diferente, exigir mais responsabilidade e colocar na agenda os valores que nos garantam a prosperidade desejada.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

A deflação tornou-se o fantasma que ameaça as economias mais ricas do planeta e nenhuma sabe como deve ser enfrentada ou, menos ainda, como pode ser vencida.

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O Japão não soube o que fazer: nem injeções de liquidez, nem reduções de impostos, nem discursos inflamados conseguiram mudar a tendência [da deflação]. 

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A deflação pode ser uma armadilha prolongada.

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Alguns economistas otimistas apontam que a deflação é o efeito da queda duradoura dos preços do petróleo.

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Em todo o caso, nem o preço do petróleo é hoje determinante da média da inflação nem este fator se alterará a curto prazo.

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A deflação parece estar mais diretamente relacionada com a queda estrutural da procura agregada e com o mar de liquidez que abunda nas economias desenvolvidas.

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A deflação alimenta-se de quatro processos perigosos. O primeiro é o adiamento de decisões de consumo (…) o segundo é o aumento do peso das dívidas (…) O terceiro é que, (…) as empresas reduzem o investimento e o emprego.

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É a quarta consequência que é a mais perigosa. A redução duradoura dos juros distorce a aplicação das poupanças, ao promover a busca do risco (…), deslocando os capitais para o mercado financeiro.

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Assim, o preço das ações e de outros títulos dispara, como se verifica neste paradoxo de termos a maior recessão de 80 anos e os recordes históricos das bolsas de valores.

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Os beneficiários desta economia vudu são os detentores de títulos financeiros, que enriquecem como Midas.

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A deflação e o delírio financeiro estão para durar. Não são boas notícias.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Ao longo deste ano perdemos médicos no SNS, além de faltarem milhares de enfermeiros e outros técnicos de saúde.

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A idade média dos médicos de saúde familiar é de 59 anos e nos próximos três anos devem reformar-se cerca de 1300, além de outros 1500 especialistas hospitalares.

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Os concursos deste ano para novos lugares de especialista sublinharam o défice. 

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O corporativismo da Ordem bloqueia a criação de quadros alargados para as especialidades e o sector privado vai buscar muitos especialistas ao SNS.

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Ora, a falta de resposta a este problema foi o principal erro do Governo em 2020.

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Assim, a misteriosa razão pela qual defensores do SNS se recusam terminantemente a salvar essa prioridade democrática é o mais ameaçador túnel que atravessamos.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

As causas dos graves problemas do país [que vieram à tona no tempo do Governo PSD/CDS] não tinham afinal resultado de gastos excessivos do povo, mas sim de negócios ruinosos e roubos feitos por banqueiros e grandes senhores "investidores".

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Resultaram ainda da perda de instrumentos de política vitais para o desenvolvimento.

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As políticas adotadas após 2015 atenuaram sacrifícios e produziram pequenas reparações, mas não mudaram estruturalmente o rumo.

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A banca revelou-se como o grande sorvedouro da riqueza nacional que, sem controlo público, continua por estancar.

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Está em marcha a tentativa de um "retorno à normalidade" que dê por adquirido, quer as desigualdades e injustiças que esta crise aprofundou e tende a agravar, quer a inevitabilidade de os portugueses aceitarem o modelo e práticas que nos conduziram aqui.

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[Os portugueses estão a ser levados a acreditar que] a invocação das incertezas, a ideia de que a pandemia, ao "atingir todos", é a causa da redução de salários e do desemprego que se perspetiva (muito dele oportunista), para servir os negócios que aí vêm.

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Neste quadro, precisamos de políticas que estanquem os sorvedouros, de mais economia e menos negócios de oportunidade, de políticas que priorizem o objetivo de servir os seres humanos.

Carvalho da Silva, JN

 

[O campo da cultura] é um campo totalmente minado pela desprotecção ao sabor da incúria dos diversos poderes políticos que, durante a pandemia, atirou milhares de pessoas e famílias para os limites da sobrevivência e da caridade.

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Se olharmos para este dia 1 como uma espécie de início de um ano zero que nos permita apenas respirar, acabaremos rapidamente sufocados em arrependimento no próximo e inevitável sufoco.

Miguel Guedes, JN


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