(…)
[Marcelo] exposto durante 15 anos, semanalmente e em horário
nobre, fez-se Presidente em dois canais de televisão.
(…)
Precisamos de um jornalismo que escrutine o poder. Não precisamos
de substituir a democracia pela mediocracia.
(…)
A campanha populista contra os gastos dos candidatos é uma
campanha pelo monopólio mediático sobre a política.
(…)
Quem paga as dispendiosas campanhas do Chega, apesar da magra
subvenção de um partido com um deputado?
(…)
O [populismo] mais desbragado medrou nos tabloides.
(…)
Mas elas [campanhas] têm de ser feitas
fora da televisão e não podem ficar reféns das redes sociais. E isso custa
dinheiro.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem
link)
[Somos] um país que
desconfia, que se autoderrota, mesmo contra as evidências, e que aguarda com
entusiasmo provinciano que as coisas corram mal.
(…)
Há motivos para nos
congratularmos com a resposta que os serviços públicos portugueses deram às
solicitações dos cidadãos.
(…)
O Serviço Nacional de Saúde,
que conseguiu lidar com uma pressão que se anunciava ingerível.
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Persistindo 800 mil
portugueses sem médico de família, é fundamental sinalizá-los precocemente.
(…)
O que faz pouco sentido é
assumirmos que somos incapazes de enfrentar coletivamente dificuldades.
Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)
Soerguer um futuro em 2021
exige novas convicções para velhas esperanças.
(…)
Num ano em que as economias
caem, as bolsas sobem.
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Os salários médios subiram
em Portugal em 2020, porque os empregos de salários mais baixos foram os mais
devastados, assim subindo a média.
(…)
Os preços das casas não
caíram, porque se fizeram menos negócios e os mais aflitos tiveram moratórias
de crédito que hão de acabar com o estrondo de múltiplos petardos..
(…)
O mesmo Estado que está em
condições de bancarrota consegue empréstimos a juros de quase 0%.
(…)
Sem os apoios dos Estados,
teríamos andado à paulada.
(…)
E sem essa coisa que soa
abstrata, chamada política monetária, estaríamos de gatas.
Pedro Santos Guerreiro, “Expresso”
(sem link)
Já
sabemos o que este Governo entende como transição energética (atrevendo-se até
a falar em justa): todo o poder nas empresas que detêm os monopólios económicos
sobre a energia.
(…)
Isto leva
ao despedimento de centenas de trabalhadores e promove a construção de um
modelo energético antidemocrático.
(…)
Modelo
este que, sem ouvir os trabalhadores ou a sociedade em geral, pretende
reproduzir a mesma lógica fóssil com outras fontes. Tudo pago com dinheiros
públicos.
(…)
O encerramento da
Refinaria de Matosinhos vem de mãos dadas com
o despedimento de 1500 trabalhadores.
(…)
Em
capitalismo verde, mesmo que o Governo tenha algo a dizer — e o Estado
português é accionista da Galp —, deixa aos capitalistas privados as decisões.
(…)
Olhando
para a Central de Sines, que nos mostra como isto poderá evoluir: fechou;
alguns trabalhadores serão, eventualmente, empregados no projecto para
exploração de energias renováveis de hidrogénio verde; fim.
(…)
A única
“justiça” foi o Governo garantir que a empresa privada (EDP) nada teve de pagar
da sua responsabilidade histórica pelas suas emissões, nem teve de responder
pelo futuro dos trabalhadores que teve a seu cargo.
(…)
Por fim,
o massacre de 540 animais na Quinta da Torre Bela liga-se
à “necessidade”, identificada pelo promotor de um projecto solar no local, de
os eliminar “para minimizar os impactos ambientais”.
(…)
O modelo
de produção solar projectado por Matos Fernandes e Galamba replica o pior do
modelo energético fóssil.
(…)
A
transição energética de Matos Fernandes e Galamba é mudar a origem dos
combustíveis e manter o modelo explorador e destruidor, e a propriedade dos
monopólios energéticos históricos em Portugal.
(…)
Tudo
financiado com dinheiros públicos e sem alcançar os cortes necessários das
emissões de gases com efeito de estufa.
(…)
As
empresas do capitalismo fóssil estão a transformar-se nas empresas do
capitalismo verde; e, nesta transição, o Governo só garante a sua
“justiça": a defesa prioritária da propriedade e dos lucros para os
accionistas privados.
Bianca Castro, “Público” (sem link)
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