domingo, 3 de janeiro de 2021

MAIS CITAÇÕES (113)

 
Despolitizar a política é, há anos, uma das principais ocupações da comunicação social. Neste caso, alimentando a ideia de que os candidatos podem gastar o mesmo por estarem em igualdade de circunstâncias.

(…)

[Marcelo] exposto durante 15 anos, semanalmente e em horário nobre, fez-se Presidente em dois canais de televisão. 

(…)

Precisamos de um jornalismo que escrutine o poder. Não precisamos de substituir a democracia pela mediocracia.

(…)

A campanha populista contra os gastos dos candidatos é uma campanha pelo monopólio mediático sobre a política. 

(…)

Quem paga as dispendiosas campanhas do Chega, apesar da magra subvenção de um partido com um deputado?

(…)

O [populismo] mais desbragado medrou nos tabloides.

(…)

Mas elas [campanhas] têm de ser feitas fora da televisão e não podem ficar reféns das redes sociais. E isso custa dinheiro.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

[Somos] um país que desconfia, que se autoderrota, mesmo contra as evidências, e que aguarda com entusiasmo provinciano que as coisas corram mal. 

(…)

Há motivos para nos congratularmos com a resposta que os serviços públicos portugueses deram às solicitações dos cidadãos.

(…)

O Serviço Nacional de Saúde, que conseguiu lidar com uma pressão que se anunciava ingerível.

(…)

Persistindo 800 mil portugueses sem médico de família, é fundamental sinalizá-los precocemente.

(…)

O que faz pouco sentido é assumirmos que somos incapazes de enfrentar coletivamente dificuldades.

Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

 

Soerguer um futuro em 2021 exige novas convicções para velhas esperanças.

(…)

Num ano em que as econo­mias caem, as bolsas sobem.

(…)

Os salários médios subiram em Portugal em 2020, porque os empregos de salários mais baixos foram os mais devastados, assim subindo a média.

(…)

Os preços das casas não caíram, porque se fizeram menos negócios e os mais aflitos tiveram moratórias de crédito que hão de acabar com o estrondo de múltiplos petardos..

(…)

O mesmo Estado que está em condições de bancarrota consegue empréstimos a juros de quase 0%. 

(…)

Sem os apoios dos Estados, teríamos andado à paulada.

(…)

E sem essa coisa que soa abstrata, chamada política monetária, estaríamos de gatas.

Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)

 

Já sabemos o que este Governo entende como transição energética (atrevendo-se até a falar em justa): todo o poder nas empresas que detêm os monopólios económicos sobre a energia.

(…)

Isto leva ao despedimento de centenas de trabalhadores e promove a construção de um modelo energético antidemocrático.

(…)

Modelo este que, sem ouvir os trabalhadores ou a sociedade em geral, pretende reproduzir a mesma lógica fóssil com outras fontes. Tudo pago com dinheiros públicos.

(…)

encerramento da Refinaria de Matosinhos vem de mãos dadas com o despedimento de 1500 trabalhadores.

(…)

Em capitalismo verde, mesmo que o Governo tenha algo a dizer — e o Estado português é accionista da Galp —, deixa aos capitalistas privados as decisões.

(…)

Olhando para a Central de Sines, que nos mostra como isto poderá evoluir: fechou; alguns trabalhadores serão, eventualmente, empregados no projecto para exploração de energias renováveis de hidrogénio verde; fim.

(…)

A única “justiça” foi o Governo garantir que a empresa privada (EDP) nada teve de pagar da sua responsabilidade histórica pelas suas emissões, nem teve de responder pelo futuro dos trabalhadores que teve a seu cargo.

(…)

Por fim, o massacre de 540 animais na Quinta da Torre Bela liga-se à “necessidade”, identificada pelo promotor de um projecto solar no local, de os eliminar “para minimizar os impactos ambientais”.

(…)

O modelo de produção solar projectado por Matos Fernandes e Galamba replica o pior do modelo energético fóssil.

(…)

A transição energética de Matos Fernandes e Galamba é mudar a origem dos combustíveis e manter o modelo explorador e destruidor, e a propriedade dos monopólios energéticos históricos em Portugal.

(…)

Tudo financiado com dinheiros públicos e sem alcançar os cortes necessários das emissões de gases com efeito de estufa. 

(…)

As empresas do capitalismo fóssil estão a transformar-se nas empresas do capitalismo verde; e, nesta transição, o Governo só garante a sua “justiça": a defesa prioritária da propriedade e dos lucros para os accionistas privados.

Bianca Castro, “Público” (sem link)


Sem comentários:

Enviar um comentário