domingo, 21 de fevereiro de 2021

MAIS CITAÇÕES (120)

 
À luz de qualquer código moral ou militar, [Marcelino da Mata] cometeu inúmeros crimes de guerra. Por escolha própria e sem remorsos.

(…)

Vangloriava-se de atirar granadas incendiárias para as palhotas e, depois, matar homens, mulheres e crianças.

(…)

A polémica em torno de Marcelino da Mata é mais uma trincheira para recontar a história. 

(…)

Insistir no facto de ser o militar mais condecorado é ignorar que os combatentes negros eram instrumento de propaganda para um regime que vendia a narrativa do ataque externo em vez da sublevação dos colonizados.

(…)

E impor alguém com o perfil de Marcelino da Mata como exemplo não é revisitar a história na sua complexidade, é revisitar a propaganda no seu primarismo.

(…)

É afirmar que, 50 anos depois, ainda não estamos preparados para falar desta guerra. 

(…)

E se é do presente e não de história que falamos, a glorificação de Marcelino da Mata para fins políticos representa tudo o que combato. 

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

muitos milhares de crianças mais pobres estão privadas de qualquer tipo de ensino, por falta de recursos materiais ou culturais. São invisíveis.

(…)

A liberdade é um bem escasso e, numa sociedade desigual, o acesso a ela depende do poder aquisitivo e simbólico de cada um. 

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

A limitação de candidaturas independentes às autarquias é mais uma manobra pérfida mas pouco inteligente. 

(…)

Os partidos do centro estão com medo. 

(…)

O mundo mudou e não foi para melhor, tudo parece ser uma sucessão de prestezas e rapidezes.

(…)

Mas querer fechar o mundo é outro delírio, o de que assim irão controlá-lo.

(…)

O novo modelo de eleição para as CCDR serve para assegurar o seu controlo político. 

(…)

O fim dos debates quinzenais tira voz a partidos menores e enfraquece o Parlamento. 

(…)

A alteração à sorrelfa para constranger candidatos independentes às autarquias é outro degrau nesta escadaria.

(…)

Não é trancando a porta do sistema por dentro que se fortalecerá o centro.

(…)

A erosão do centro tem raízes profundas na Europa, relacionadas com a falta de respostas aos cidadãos.

(…)

À pandemia sucederá um trauma social, agravando os problemas de agora.

(…)

Nem o país, nem as autárquicas, nem o futuro se dividem entre PS e PSD. Quanto mais se murarem, mais isolados ficarão.

Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)

 

Convém recordar uma ideia básica: os direitos homossexuais são uma questão que respeita a todos e não apenas a uma minoria.

(…)

O aspeto central não está no direito à liberdade de expressão de Caupers mas no direito a que sejam esquecidas apreciações tolas escritas no passado.

(…)

Há uma obrigação moral de não esquecer o que foi defendido a propósito do mais horrendo acontecimento do século XX no Ocidente — o Holocausto. 

(…)

Tal como preservar a memória, é importante, coletiva e individualmente, sermos capazes de distinguir tolices de palavras graves, com consequências.

Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

 

A SOS Racismo, associação pioneira em Portugal na denúncia e no combate à discriminação racial e a xenofobia, comemora os seus 30 anos de existência.

(…)

Vingava então e ainda vinga na sociedade portuguesa a ideia de que o racismo era um fenómeno pontual, marginal, devido a atitudes individuais.

(…)

Os tempos mudaram, e muito. Nas instituições, no debate público, em todas as esferas da nossa sociedade encontram-se legados do colonialismo e da ideologia supremacista branca que estruturou a nossa sociedade atual.

(…)

De um outro lado, assistimos à naturalização de discursos de ódio, a uma aceitação e normalização de movimentos de extrema-direita, que ganham muito terreno.

(…)

O racismo está mais evidenciado, mais presente e mais perigoso como nunca vimos na nossa democracia.

Bruno Moraes Cabral, Eddie Pipoca e Mamadou Ba, “Público” (sem link)

 

A pandemia que se abateu sobre a Humanidade veio pôr à prova a capacidade de cada país e no caso europeu da UE (…) de lidar com a doença e defender as respetivas populações.

(…)

Entretanto, como se sabe, as farmacêuticas, por motivos ocultos, falharam o cumprimento do prazo das entregas [negociado com a Presidente da UE]. O atraso significará mais infeções e vítimas.

(…)

Seria de esperar que o incumprimento das empresas tivesse consequências suficientemente fortes para voltar a pô-las nos eixos do cumprimento a que estão obrigadas.

(…)

Em Lisboa, ao lado de António Costa, no dia 15/01/2021, Von der Leyen declarou solenemente que telefonara ao CEO da Pfizer e que ele garantira a entrega. Claro que a Pfizer vai entregar, mas fora do prazo.

(…)

O que está em causa é a facilidade com que estas empresas incumpriram depois de terem recebido milhares de milhões de euros para investir na vacina.

(…)

A eficiência e a competência da senhora Ursula saíram abaladas.

(…)

Do ponto de vista da ajuda aos países com mais dificuldades é interessante focarmo-nos nas peripécias da chamada “bazuca”.

(…)

Sendo a pandemia um terrível flagelo com devastadoras consequências económicas e sociais, era necessário que a UE respondesse coma brevidade resultante da dimensão da própria crise.

(…)

No entanto, a “bazuca” faz lembrar o trem espanhol que nunca se sabe quando chega. 

Domingos Lopes, “Público” (sem link)


Sem comentários:

Enviar um comentário