(…)
Vangloriava-se de atirar granadas incendiárias para as palhotas e,
depois, matar homens, mulheres e crianças.
(…)
A polémica em torno de Marcelino da Mata é mais uma trincheira
para recontar a história.
(…)
Insistir no facto de ser o militar mais condecorado é ignorar que
os combatentes negros eram instrumento de propaganda para um regime que vendia
a narrativa do ataque externo em vez da sublevação dos colonizados.
(…)
E impor alguém com o perfil de Marcelino da Mata como exemplo não
é revisitar a história na sua complexidade, é revisitar a propaganda no seu
primarismo.
(…)
É afirmar que, 50 anos depois, ainda não estamos preparados para
falar desta guerra.
(…)
E se é do presente e não de história que falamos, a glorificação
de Marcelino da Mata para fins políticos representa tudo o que combato.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
muitos milhares de crianças mais pobres estão privadas de qualquer
tipo de ensino, por falta de recursos materiais ou culturais. São invisíveis.
(…)
A liberdade é um bem escasso e, numa sociedade desigual, o acesso
a ela depende do poder aquisitivo e simbólico de cada um.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
A limitação de candidaturas independentes às autarquias é mais uma
manobra pérfida mas pouco inteligente.
(…)
Os partidos do centro estão com medo.
(…)
O mundo mudou e não foi para melhor, tudo parece ser uma sucessão
de prestezas e rapidezes.
(…)
Mas querer fechar o mundo é outro delírio, o de que assim irão
controlá-lo.
(…)
O novo modelo de eleição para as CCDR serve para assegurar o seu
controlo político.
(…)
O fim dos debates quinzenais tira voz a partidos menores e
enfraquece o Parlamento.
(…)
A alteração à sorrelfa para constranger candidatos independentes
às autarquias é outro degrau nesta escadaria.
(…)
Não é trancando a porta do sistema por dentro que se fortalecerá o
centro.
(…)
A erosão do centro tem raízes profundas na Europa, relacionadas
com a falta de respostas aos cidadãos.
(…)
À pandemia sucederá um trauma social, agravando os problemas de
agora.
(…)
Nem o país, nem as autárquicas, nem o futuro se dividem entre PS e
PSD. Quanto mais se murarem, mais isolados ficarão.
Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)
Convém recordar uma ideia básica: os direitos homossexuais são uma
questão que respeita a todos e não apenas a uma minoria.
(…)
O aspeto central não está no direito à liberdade de expressão de
Caupers mas no direito a que sejam esquecidas apreciações tolas escritas no
passado.
(…)
Há uma obrigação moral de não esquecer o que foi defendido a
propósito do mais horrendo acontecimento do século XX no Ocidente — o
Holocausto.
(…)
Tal como preservar a memória, é importante, coletiva e
individualmente, sermos capazes de distinguir tolices de palavras graves, com
consequências.
Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)
A SOS Racismo, associação pioneira em Portugal
na denúncia e no combate à discriminação racial e a xenofobia, comemora os seus
30 anos de existência.
(…)
Vingava então e ainda vinga na sociedade
portuguesa a ideia de que o racismo era um fenómeno pontual, marginal, devido a
atitudes individuais.
(…)
Os tempos mudaram, e muito. Nas instituições,
no debate público, em todas as esferas da nossa sociedade encontram-se legados do colonialismo e da
ideologia supremacista branca que estruturou a nossa sociedade atual.
(…)
De um outro lado, assistimos à naturalização de
discursos de ódio, a uma aceitação e normalização de movimentos de
extrema-direita, que ganham muito terreno.
(…)
O racismo está mais evidenciado,
mais presente e mais perigoso como nunca vimos na nossa democracia.
Bruno
Moraes Cabral, Eddie Pipoca e Mamadou Ba, “Público” (sem
link)
A pandemia que se abateu
sobre a Humanidade veio pôr à prova a capacidade de cada país e no caso europeu
da UE (…) de lidar com a doença e defender as respetivas populações.
(…)
Entretanto, como se sabe, as farmacêuticas, por
motivos ocultos, falharam o cumprimento do
prazo das entregas [negociado com a Presidente da UE].
O atraso significará mais infeções e vítimas.
(…)
Seria de esperar que o incumprimento das
empresas tivesse consequências suficientemente fortes para voltar a pô-las nos
eixos do cumprimento a que estão obrigadas.
(…)
Em Lisboa, ao lado de António Costa, no dia
15/01/2021, Von der Leyen declarou solenemente que telefonara ao CEO da Pfizer
e que ele garantira a entrega. Claro que a Pfizer vai entregar, mas fora do
prazo.
(…)
O que está em causa é a facilidade com que
estas empresas incumpriram depois de terem recebido milhares de milhões de
euros para investir na vacina.
(…)
A eficiência e a competência da senhora Ursula
saíram abaladas.
(…)
Do ponto de vista da ajuda aos países com mais
dificuldades é interessante focarmo-nos nas peripécias da chamada “bazuca”.
(…)
Sendo a pandemia um terrível flagelo com
devastadoras consequências económicas e sociais, era necessário que a
UE respondesse coma brevidade resultante da dimensão da própria crise.
(…)
No entanto, a “bazuca” faz lembrar o trem
espanhol que nunca se sabe quando chega.
Domingos Lopes, “Público”
(sem link)
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