(…)
Reforçou-se a evidência da
centralidade do trabalho na definição da qualidade de vida de cada cidadão,
confirmou-se uma relação profunda entre o trabalho, o emprego e a proteção
social, e entre a quantidade e qualidade do emprego e o progresso da sociedade.
(…)
Neste 1.º de Maio
afirmemos, em primeiro lugar, a solidariedade com todos os que ficaram no
desemprego ou nele podem cair a curto prazo.
(…)
Há ou não política social
da UE? Há sim, e má.
(…)
[A caracterização do populismo
atual encontra-se] nas desastrosas políticas das últimas décadas que
liberalizaram e precarizaram o trabalho, destruíram a indústria, promoveram o
desemprego, financeirizaram a economia, acentuaram desigualdades e injustiças,
geraram pobreza.
(…)
A tática política de
invocar medos sobre o futuro, para esconder a falta de resposta aos problemas
reais do presente contínuo, é feia, mas está aí.
Não pode ser negado à
Direita o direito de percorrer o seu próprio caminho de extermínio, se uma das
suas candidatas, Suzana Garcia, declara desejar que o Bloco de Esquerda seja
exterminado.
(…)
Portugal pede um banho de
ética e a Direita responde com um banho de mofo.
(…)
A vertiginosa felicidade
com que alguns democratas se aprestam a querer ouvir, na primeira fila e sem
contraditório, o homem do partido da prisão perpétua, dos portugueses de bem e
da misoginia, da cerca sanitária a etnias (…) tem um nome: conivência.
Há agendas que teimam em semear o ódio e a
divisão.
(…)
A exterminadora implacável que o PSD apresenta como candidata
autárquica ao concelho da Amadora mostrou, novamente, que é uma ameaça à
democracia e à livre expressão de opiniões.
(…)
[O PSD é] um partido que deixou de defender uma
linha política ou de ter uma memória histórica para se transformar numa equipa
de comunicação cujo único objetivo é dizer que é um cordeiro o lobo que lhe
veste a pele.
(…)
Enquanto alguns procuram o ódio e a divisão, eu
prefiro dedicar este texto ao que nos une, a uma das maiores realizações que
alcançamos enquanto país: o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
(…)
Em todos os dias [o SNS] é a rede de segurança
que não deixa ninguém sem cuidados de saúde.
(…)
Há vários motivos para orgulho no SNS, mas
aquele que mais se destaca nas comparações internacionais é o da mortalidade
infantil.
(…)
Em quatro décadas de existência, o nosso país
passou de uma das maiores taxas de mortalidade infantil do mundo a uma das menores.
(…)
Falar do serviço de Obstetrícia e do Bloco de
Partos do CHTS [Centro Hospitalar Tâmega e Sousa] é provavelmente falar da joia
mais brilhante desta coroa.
(…)
Sei que o SNS é muito grande e tem realidades
muito diferentes, mas há valores, cultura, experiência e partilhas de
conhecimento que são transversais.
(…)
Quando agradeço às e aos profissionais do
serviço de Obstetrícia do CHTS, é a todos os profissionais do SNS que digo
Obrigado.
Pedro Filipe Soares,
“Público” (sem
link)
[O grupo de comunicação social do Observador] é um projecto
político da ala mais radical da direita portuguesa e o que verdadeiramente nele
conta é a opinião e a mobilização da tribo pelos comentários.
(…)
Esta lista [de opinadores] comunica com blogues,
alguns actualmente muito próximos do Chega e da extrema-direita, que não é a
mesma coisa que a direita radical.
(…)
Só a lista de nomes e posições revela como a
vitimização da direita sobre o acesso aos órgãos de comunicação social é apenas
isso, vitimização.
(…)
A Maçonaria está também presente, a do PSD e a
outra, da direita radical.
(…)
O MEL [Movimento Europa e Liberdade] não está a
fazer um colóquio ou um debate, está a fazer uma “convenção”. Isso significa
que há pertença, e é por isso que tem sentido falar de uma espécie de
“congresso” de uma certa direita, a direita que inclui o Chega, a Iniciativa
Liberal, o CDS e… parte do PSD.
(…)
Nem nenhum problema sério da direita
conservadora, democrática e liberal será lá discutido. Compreende-se que seja
assim, não é para isso que eles vão lá.
(…)
O primeiro problema da direita é a ineficácia
eleitoral.
(…)
O segundo problema, que é a causa do primeiro,
é a sua radicalização e tribalização.
(…)
O terceiro problema, que deriva do segundo e
explica o primeiro, é a errada análise da realidade política, com uma
aproximação ideológica e política que tem medo de dizer ao que vem, com uma
enorme ambiguidade em relação à ditadura e à guerra colonial.
Pacheco Pereira, “Público”
(sem link)
[Outro] problema é a essência do Facebook, como de outras
redes sociais: a empresa não quer que se investigue o seu poder algorítmico, o
mecanismo de controlo da contaminação. Sem se avaliar essa tecnologia de
polarização não se evitarão novas vagas de ódio.
(…)
Discutem-se, por isso, várias respostas a este poder da
plataforma, que vão para além do caso Trump, para se concentrarem na proteção
democrática.
(…)
Se não agirmos a tempo, essas empresas [donas das redes sociais]
virão a dominar os Estados, afirma [Nick Srnicek].
(…)
Se as redes sociais forem forçadas a responsabilizar-se pelo que
publicam, como acontece aqui, proteger-se-ão para evitarem incentivar crimes.
(…)
Seriam também forçadas a abolir o anonimato, que é uma das raízes
da cultura de violência.
(…)
[Trump] se tornou um pretexto para que o Facebook esconda a sua
responsabilidade na trumpização do mundo. O problema é o poder dos donos da
rede.
(…)
Depois do negacionismo de Trump e Bolsonaro, um terceiro populista
de extrema-direita faz o seu povo pagar o preço da tragédia sanitária. É
Narendra Modi, o primeiro-ministro da Índia.
(…)
[A Índia é] um país com 1400 milhões de habitantes e que é o maior
produtor de vacinas do mundo.
(…)
Nenhuma cerimónia foi adiada e Modi, em campanha eleitoral, reuniu
dezenas de milhares de pessoas numa sequência de comícios.
(…)
A capacidade produtiva não está a ser completamente utilizada e,
ao ritmo atual, a população demorará mais de um ano a ser vacinada.
(…)
Entra então o negócio: quem tiver entre 18 e 45 anos pode comprar
a sua vacina, o mercado salva os ricos.
(…)
Seria difícil conceber uma tão metódica destruição da vida humana,
mas é assim a Índia comandada por Modi.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
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