(…)
A
relação de forças obrigou-o a não fazer [em 2015] enquanto ministro o que
sempre defendeu enquanto economista liberal.
(…)
Houve,
no entanto um domínio em que o PS se mostrou sempre irredutível: a perpetuação
dos cortes que a troika fez.
(…)
De
facto, a pandemia provou à saciedade as consequências da informalidade, dos
contratos precários (…), dos falsos recibos verdes (que (…), dos longos
períodos experimentais durante os quais vigora o despedimento livre e nenhuma
compensação.
(…)
A
pandemia demonstrou, também, como o desequilíbrio da lei laboral, (…), é uma
fragilidade estrutural na resposta à crise.
(…)
Porquê,
então, o compromisso de Costa que parece querer gravar na pedra a lei laboral
da troika?
(…)
O
Código do Trabalho que temos é um problema e a pandemia veio comprová-lo de
forma reforçada. O apego de Centeno e de Costa à herança da direita é
insustentável.
José Soeiro, “Expresso” Diário
Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, respondeu
aos deputados na Assembleia da República que a hipótese de usar uma ala da
prisão de Caxias para colocar imigrantes estava a ser estudada. [É uma absoluta
mentira]
(…)
Quando a resposta foi dada, em inícios de junho, já o Serviço
de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços
Prisionais (DGRSP) tinham assinado um protocolo para esse
efeito há meses - desde
fevereiro.
(…)
O plano já estava em marcha e em implementação, só o país e o
órgão de soberania que tem a função constitucional de fiscalizar o governo não
sabiam de nada.
(…)
[A explicação do Governo] não justifica uma escolha que
contraria as orientações internacionais ao colocar os imigrantes num espaço
físico cujo simbolismo é associado à criminalidade.
(…)
A imigração não é uma questão de polícia, nem os imigrantes
devem ser tratados como criminosos.
(…)
Que política é esta de um governo que se diz de
esquerda?
(…)
Creio que o motivo para a ocultação da verdade radica nesta
política indigna e desumana.
(…)
Com a atual política, as pessoas migrantes são sempre
tratadas como suspeitas ou criminosas, é essa a sua condição perante o Estado
Português e da qual têm de fazer prova contrária.
(…)
Portugal precisa de imigrantes, fundamentais no combate ao
envelhecimento demográfico, garantia de funcionamento de vários serviços
essenciais do país.
(…)
Ter uma política humana de imigração é urgente para garantir
que quem recebemos tenha o tratamento digno que merece.
(…)
Se não há política de imigração digna, se a prisão é o
destino oficial de quem chega para trabalhar no nosso país, são as redes
tráfico humano que reinam.
Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)
A profunda relação entre o trabalho, o
emprego e a proteção social está no cerne de qualquer estratégia para
reconstrução do tecido social.
(…)
É preciso valorizar o trabalho e criar
mais e melhor emprego, o que passa por reforçar e qualificar o tecido produtivo
e garantir os direitos sociais e laborais às pessoas.
(…)
O tecido produtivo está deslaçado, não
basta fazer-lhe chegar dinheiro.
(…)
Mude-se de agulha nas políticas
económicas e assegure-se um sistema de relações laborais em condições de dar
efetividade ao diálogo e à negociação coletiva.
(…)
O sistema de proteção de que precisamos
exige compromissos de solidariedade social estruturada.
(…)
É indispensável reforçar o sistema de
segurança social.
(…)
Na maioria das situações a precariedade
só tem uma justificação: ser instrumento de redução da remuneração do trabalho.
(…)
O governador do Banco de Portugal já
veio, esta semana, alimentar o peditório: só sabe olhar trabalho e salários
como variável de ajustamento.
[A IL] com aquele traço de
chico-espertismo populista de quem se julga superior e com o "mui
confiante" golpe de asa do marketing inovador, quiseram ser os
"enfants terribles" dos arraiais. Foi um duro golpe popular.
(…)
O que não se imaginaria é que o seu [de
Passos Coelho] regresso à política activa, através do comentário político,
fosse um arraial popular de arremesso às latas.
Mais
de 55% dos alemães, franceses e mesmo portugueses entenderiam que a UE está num
ponto de rutura.
(…)
Dois
dos principais objetivos deste semestre português reduziram-se a pouco: a
Cimeira Social do Porto emitiu declarações já esquecidas e a Cimeira UE-Índia
foi atropelada pela tragédia de um país cujo Governo garantiu que as preces
evitavam a covid.
(…)
Esta
semana foi vendida nos mercados financeiros a primeira tranche de dívida
europeia, sendo de notar a decisão curiosa de excluir da operação 10 dos
maiores bancos do mundo, (…) apontados como promotores de práticas
anticoncorrenciais.
(…)
Como é
sabido, a operação chegará a €750 mil milhões, 5,6% do PIB da UE, para
subsídios e empréstimos ao longo de cinco anos.
(…)
A
Comissão está mandatada para apresentar até ao final do mês as suas propostas
sobre novas fontes de financiamento para pagar esta emissão de dívida para o
NextGeneration.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
Dentro
de semanas concluir-se-á a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão
e o facto tem imenso significado.
(…)
É só a
segunda vez que os Estados Unidos são derrotados numa guerra.
(…)
[A
saída de Cabul] não é possível disfarçar que se trata de uma derrota, como
aconteceu com a anterior ocupação soviética.
(…)
No
Afeganistão, a NATO declarou-se dona do mundo — e foi vencida. Ver-se-á o que
fica dessa derrota.
(…)
[Ao
intervir no Afeganistão, NATO e EUA], já não se trata de garantir a segurança
naquela área [do Atlântico Norte], mas de promover a intervenção das suas
potências em qualquer parte do mundo.
(…)
[A
NATO] teme que [a China] venha a ganhar vantagem tecnológica, por exemplo na
Inteligência Artificial, a chave do século XXI.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
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