sábado, 26 de junho de 2021

CITAÇÕES

 
O pontapé de saída para uma lei que enquadre o trabalho subordinado nas plataformas digitais está dado, com um projeto em cima da mesa desde o início da semana.

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As plataformas digitais introduziram uma grande transformação nos modos de organizar, regular, controlar e gerir o trabalho. Essa transformação tem de ter uma resposta que proteja quem trabalha.

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[as plataformas digitais] têm vindo a atirar um número crescente de trabalhadores para fora das regras básicas do direito do trabalho.

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Em Portugal, são já mais de 80 mil os que fazem do trabalho nas plataformas a sua atividade principal ou única. Sem direitos.

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[O argumento das plataformas é que se trata de] uma atividade gerida por um algoritmo, alegam, não é um trabalho por conta de outrem e por isso não deve haver contratos.

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Para quem entrega comida, por exemplo, é a plataforma que permite o acesso aos clientes e, portanto, à atividade.

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A plataforma tem então, através da gestão algorítmica da atividade, os poderes de uma entidade patronal.

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Pode uma plataforma ter um negócio que depende do trabalho de outros e ter todos estes poderes de empregador, sem ter as responsabilidades correspondentes?

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Até quando vamos conviver pacificamente com um enorme exército de estafetas e motoristas sem salário mínimo, sem férias remuneradas, sem acesso a pensões, sem possibilidade prática de gozarem uma baixa por doença, sem estarem protegidos em caso de acidente, sem nenhum limite de horas de trabalho, sem qualquer direito de representação coletiva?

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Felizmente, noutros países, alguns tribunais têm dito rotundamente que não a este engodo.

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As multinacionais encontraram no nosso país um paraíso para o seu “modelo de negócio”, levando ao extremo este mecanismo de invisibilização jurídica do trabalho que é feito nas plataformas.

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Conseguiram, aliás, que o Governo fizesse uma lei à medida da Uber no que aos motoristas diz respeito. Aprovada em 2018, por acordo entre PS, PSD e CDS, a lei é caso único no mundo (pela negativa!).

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O caso é tão escandaloso e choca tão de frente com o que têm decidido tribunais de outros países, que o próprio Governo veio esta semana abrir a possibilidade de “eliminar este intermediário”.

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Em si mesmo, isso não significa garantir contratos, mas é o reconhecimento de que a lei que foi feita não podia ser. 

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Infelizmente, o PS deu mostras, no anterior processo de alteração à lei do trabalho, que é capaz das mais criativas soluções.

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E agora, o que vai o Governo fazer?

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Esta proposta concreta pode bem ser a base desse caminho comum.

José Soeiro, “Expresso” Diário

 

O que será o trabalho no futuro e quais os instrumentos de trabalho preponderantes? Sugerir que tudo vai ser novo é um exercício perigoso a resvalar para a fraude.

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Partindo de análise construída com alguns companheiros de trabalho, direi que ao Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho falta uma observação consistente sobre o contexto nacional e a análise do enquadramento das políticas da União Europeia.

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Os objetivos de melhoria de condições de trabalho e de vida dos trabalhadores e a necessária identificação (e medidas de precaução) dos impactos das mudanças na segurança social ou na proteção social mereciam mais atenção.

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As precariedades laborais constituem um gravíssimo problema na sociedade portuguesa.

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Trabalhadores desprotegidos e com baixos salários são presa fácil para manipulações. Não se adie mais o combate à precariedade.

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É recomendada a promoção da Contratação Coletiva, mas tal objetivo não é atingível sem se reequilibrar as relações de trabalho e sobre isso nada se diz. 

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O ser humano tem de estar sempre no centro, em todas as formas de organizar e regular o trabalho.

Carvalho da Silva, JN

 

Com tantos dados ao dispor, com tanta experiência acumulada, tínhamos obrigação de fazer muito melhor [na forma de lidar com a pandemia].

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Do ponto de vista do poder, assistimos à pior gestão pandémica desde que a pandemia rebentou.

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Em breve, contaremos quantos [concelhos] se aguentam sem voltar a confinar ou sem voltar ao teletrabalho.

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A adequação da matriz faz sentido porque o conhecimento adquirido obriga à evolução.

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Com a variante Delta a ser prevalente em Agosto, a economia bem pode ir dizendo adeus à época.

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Devíamos corar de vergonha pela forma insultuosa e ingerente na política de saúde pública britânica, como reagimos ao anúncio de Boris Johnson de retirar Portugal da lista verde.

Miguel Guedes, JN

 

[Em 2020 pediu-se] às novas gerações um esforço brutal: fiquem em casa, pelos vossos pais, pelos vossos avós – neguem os instintos, rejeitem essa avidez com que a vida vos pede para ser vivida, suspendam-se, guardem-se.

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E as novas gerações cumpriram, apesar de nunca lhes ter sido verdadeiramente reconhecido esse altruísmo e sacrifício.

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Uma sociedade que se organizou pelos mais velhos (…), não percebeu verdadeiramente o peso do isolamento social que caiu sobre crianças e jovens, nem releva o fardo que carregam para o futuro.

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Ano e meio desde o início da pandemia e é aos jovens que continuam a pedir para serem um exemplo, a quem colocam toda a responsabilidade em cima dos ombros.

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Sabemos como falharam os que impediram o levantamento das patentes e colocaram os lucros das empresas à frente das nossas vidas, roubando tempo aos jovens.

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O que dizer do paupérrimo plano de recuperação das aprendizagens que mostra a desistência do Governo em aplacar os efeitos pandémicos no conhecimento dos jovens?

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Como perceber um Governo que dizia ter uma matriz que orientaria uma estratégia para o confinamento e desconfinamento e que dá saltos nas medidas sem qualquer plano compreensível ou com escolhas que parecem feitas em cima do joelho?

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As novas gerações já lidaram com uma crise sísmica do capitalismo financeiro, têm a medonha herança de uma crise climática sem precedentes e carregarão para sempre os efeitos da crise pandémica.

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O futuro será conquistado por eles a um sistema que não lhes serve.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

Se verificarmos o dinheiro efectivamente gasto, que não o inicialmente orçamentado, no sector da Educação, em percentagem do PIB, constata-se que o seu peso diminuiu sempre, desde 2014.

Santana Castilho, “Público” (sem link)


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