A deputada Isabel Pires, no debate do Estado da Nação, defendeu que,
perante o impacto da pandemia, era possível ter optado por um caminho diferente
na resposta à crise.
A deputada criticou a forma como o governo tem comunicado ao longo deste
ano e meio, o que tem criado dificuldades no entendimento das medidas de apoio
às empresas e que a confusão e a dúvida sobre as medidas têm efeitos
dissuasores, protelando a recuperação da atividade económica.
A deputada alertou que a concentração da resposta pública nos empréstimos
bancários e nas moratórias levaram ao aumento do endividamento, agravando um
problema pré-existente, conforme confirma, por exemplo, o estudo sobre o Estado
da Nação elaborado pelo ISCTE.
Lembrou que as várias linhas e medidas de apoio não estão a chegar à
esmagadora maioria das micro empresas que delas necessitam e acusa o ministro
de ir ao parlamento debitar muitos números sobre os vários milhões já pagos,
mas a realidade ser muito diferente.
Abordou ainda a questão do desemprego alertando para o facto de muitas
empresas que receberam apoios, e outras grandes empresas, com lucros,
continuarem a utilizar a pandemia como desculpa para levar a cabo despedimentos
coletivos, lembrando o exemplo dos trabalhadores da MEO e das ameaças na banca,
no setor da energia, na Groundforce ou na TAP.
Finalizou questionando o ministro sobre o que prevê para mitigar o efeito
que este aumento de endividamento poderá ter no aumento das falências e no
consequentemente aumento do desemprego, e se vai ou não o governo tomar medidas
efetivas que combatam a vaga de despedimentos coletivos a que estamos a
assistir?
Sem comentários:
Enviar um comentário