sábado, 2 de outubro de 2021

CITAÇÕES

 
Merkel dominou a política continental, primeiro prosseguindo o eixo franco-alemão de Mitterrand e Kohl e, depois, afirmando uma indiscutida hegemonia solitária.

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Foi ela quem marcou a política destrutiva dos países da periferia com a crise das dívidas de 2011 das troikas, sacrificando Portugal.

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O que é facto é que os governos europeus se sentem órfãos.

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No seu país, no entanto, o cansaço-Merkel dominava. Não é para menos. A sua herança é pesada.

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Ainda hoje [a Alemanha] é um dos maiores emissores de dióxido de carbono per capita, acima da média europeia.

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A Alemanha não aproveitou os juros negativos para remodelar a sua infraestrutura. 

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O investimento público baixou dos 4% (…), uma média historicamente inédita na Alemanha, com efeitos trágicos.

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[A transição demográfica] significa um custo para os sistemas de pensões, agravado pelos juros negativos, e mobiliza a necessidade de imigração, que tem um preço político explorado pela extrema-direita.

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A herança de Merkel é, sobretudo, a fuga ao problema.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Um dos mistérios da campanha eleitoral foi a bravata de António Costa contra a Galp, prometendo-lhe uma “lição exemplar” pelo despedimento coletivo que está em curso. 

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Tratou-se unicamente de uma mensagem nacio­nal para abrir telejornais.

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O Governo é acionista da Galp (7%) e não moveu uma palha em qualquer momento do processo.

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A ministra do Trabalho poderia ter impedido o despedimento coletivo e ficou impávida.

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A “lição exemplar” é que a Galp fica a saber que pode fazer o despedimento coletivo.

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Sendo desagradável o despedimento, siga a parada.

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Não vejo como se possa conceber um sketch mais curioso sobre o “segura-me, se não eu bato” de um Governo em relação a um gigante económico.

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Era não só possível como necessário gerir a redução de emissões e, ao mesmo tempo, garantir o emprego destes técnicos qualificados.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

O quadro institucional pelo qual a União se rege foi moldado tendo a estratégia e os interesses da Alemanha no centro. 

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Se se concretizar uma guerra comercial dura entre o "Ocidente" e a China, as suas [da Alemanha] fragilidades vão aumentar face à sua dependência energética da Rússia e de mercados perante a China.

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Nos comentários políticos surgem análises carregadas de elogios à figura e obra da quase ex-chanceler alemã.

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[Merkel] termina o mandato parecendo não saber (será?) o que fazer com o Pacto de Estabilidade perante o esforço feito para responder aos impactos da pandemia.

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O que sobrará para nós, portugueses?

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Os que pregam que a "bazuca" tudo resolverá estão a enganar-nos. 

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No PRR estão identificados meios financeiros para reforçar capacidades do Estado em áreas fundamentais para as pessoas.

Carvalho da Silva, JN

 

À medida que a retoma económica se instala mundialmente, a procura por matérias-primas disparou e o mesmo aconteceu nos preços do combustível e do gás.

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E, alerta à navegação, não há qualquer teto à vista.

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Os mais pessimistas não se arriscam a fazer prognósticos tal é a volatilidade.

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A energia elétrica seria a nossa salvação num mercado de energia que está a ficar louco. 

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Só que o esperado nem sempre se torna realidade, particularmente quando do outro lado da balança do interesse público se encontram os interesses das grandes empresas de produção de eletricidade.

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Para garantir lucros avultados às grandes empresas elétricas o Governo decidiu desviar do Fundo Ambiental centenas de milhões de euros.

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Isto não é política climática, é um saque.

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O mercado de eletricidade está baseado em regras absurdas em que o Governo não quer mexer, para não tocar nos interesses dessa elite económica.

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Na prática, estamos a pagar a água que passa nas barragens para a produção de eletricidade ao preço de gás natural - o tal que já quadruplicou de preço desde abril.

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O problema tem derivações internacionais.

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A situação é catastrófica e começará a sentir-se em Portugal de forma cada vez mais visível.

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São novas rendas para beneficiar os mesmos de sempre, desta feita à custa de dinheiro público que devia ser usado para combater as alterações climáticas ou criar mais eficiência energética.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

O presente confirma-o. Apesar de socialmente desequilibrada, ocorreu uma democratização dos meios eletrónicos.

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Todavia, esta explosão trouxe também consigo a possibilidade de tudo poder ser dito, transmitido e publicamente exposto, sem que instrumentos capazes de impedir a mentira e a manipulação.

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 Em sociedades hipercomunicantes, onde «online» e «offline» se confundem, são indispensáveis regras que protejam uma comunicação capaz de aproximar, mas combatam a que instala a violência e o caos. 

Rui Bebiano, “Diário as beiras”

 

Este modelo de cidadania [democracia] assenta no pluralismo, no respeito pela diferença expressa pela multiplicidade de vozes e na valorização da divergência de opinião como ponto de partida para o progresso social.

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A Carta do Porto Santo, como ficou designada, por ter sido nesta ilha portuguesa que se juntaram vários decisores políticos da União Europeia, é um guia de ativismo que exorta a uma nova democracia cultural na Europa.

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A cultura é tanto a tradição que herdamos como a criação contemporânea.

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A Carta do Porto Santo propõe aos decisores políticos o desenvolvimento de planos de ação que liguem a educação à cultura, respeitando os desafios da diversidade, da inclusão e da democracia. 

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É preciso, através da cultura, conceder a oportunidade de participar, de estar mais informado e instruído, de permitir criar e fruir experiências culturais.

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O ativismo pela cultura e pela arte converte-se num grito de liberdade da sociedade.

Bruno Paixão, “Diário as beiras”


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