domingo, 3 de outubro de 2021

MAIS CITAÇÕES (149)

 
Os compreensíveis festejos da direita por perder por menos, no país, mostram a dimensão da sua ambição: acomodou-se a uma vocação minoritária.

(…)

Já Lisboa, em que a vitória é, pela surpresa, um feito extraordinário, levanta questões difíceis ao PSD.

(…)

Com as regras das eleições autárquicas, em que ganha o primeiro, foi suficiente para Moedas. 

(…)

Na capital, a direita mobilizou-se e concentrou voto.

(…)

Como mostra o aumento da abstenção nas freguesias mais de esquerda e a sua diminuição nas de direita, a esquerda desmobilizou. 

(…)

Para aplicar todo o seu programa [Moedas] teria de ter maioria. 

(…)

[Em Lisboa a oposição tem de preparar-se] para concorrer coligada, com um rosto mobilizador, daqui a quatro anos.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

[A proibição de venda de um conjunto de produtos nas escolas públicas] desencadeou lamentáveis reações. 

(…)

Trata-se de uma medida que vem de encontro aos anseios de grande parte da sociedade portuguesa.

(…)

O despacho (nº 8127/2021) só peca por tardio e reúne um vasto consenso no país. 

(…)

82% dos portugueses apoiam a intervenção do Estado no domínio específico dos alimentos nas escolas. 

(…)

Com um bom senso e um nível de informação que reflete melhorias na literacia dos portugueses, a opinião pública veio reconhecer o óbvio.

(…)

Num país em que 31,6% das crianças têm excesso de peso e 14% são obesas e onde os erros alimentares têm um efeito devastador na saúde pública.

(…)

A lista de doenças resultantes de uma alimentação pouco saudável é infelizmente longa.

(…)

Felizmente os conselhos diretivos das escolas anteciparam-se muitas vezes.

(…)

[Muitas crianças são] expostas à vasta operação mediática e comercial de uma indústria alimentar cujos propósitos estão longe de querer promover a saúde pública.

(…)

A pseudoliberdade para comer errado, [leva a que sejam] as famílias mais pobres e educacionalmente menos capacitadas que mais vulneráveis estão às propostas da junk food.

(…)

A escola afirma e dá o exemplo. 

(…)

É preciso melhorar a qualidade das cantinas tornando a refeição uma prática educativa em si mesma e não um serviço barato.

(…)

Tal como é preciso ligar a educação para a alimentação à educação para a saúde.

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)

 

Esta vitória [do PS nas autárquicas] convive com tendências que devem fazer soar várias campainhas.

(…)

Todos os dados dão conta de que o PS é um partido crescentemente ancorado no voto dos mais velhos, dos menos qualificados e daqueles que vivem com dificuldades económicas.

(…)

Ao mesmo tempo, há indícios de que o PS está em perda junto dos mais jovens, dos mais qualificados .

(…)

As campanhas eleitorais do PS têm sido um fator de desmobilização eleitoral.

Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

 

Os resultados eleitorais de uma grande cidade, Lisboa em primeiro lugar, Porto e Coimbra a seguir, têm sempre uma interpretação nacional.

(…)

Duas razões para a desmobilização que afectou o PS: a convicção da vitória, alimentada pelas sondagens, e o cansaço (nacional, em particular) com uma governação exausta e cada vez pior.

(…)

O que se passa hoje é que durante uma campanha eleitoral é muito difícil saber como as coisas estão a correr.

(…)

Há uma contradição de fundo entre o programa da coligação Novos Tempos e o programa “real” das forças motoras internas ao grupo à volta de Moedas e à miríade de pequenos partidos que o apoiaram.

(…)

Os programas eleitorais têm um papel irrelevante nesta escolha, pelo que os Novos Tempos podiam lá pôr o que quisessem que a “direita” não deixaria de ir lá votar como votou.

(…)

O programa dos Novos Tempos estava cheio de “almoços grátis”.

(…)

Rio ganhou tempo e alguma folga comunicacional.

(…)

[Os adversários de RIO] por sua vez, continuarão amanhã a fazer o mesmo que faziam antes, até o PSD ser capturado pela direita mais radical.

(…)

[A vitória de Moedas] é uma estratégia mobilizadora para a direita, pode ser eficaz contra o PS isolado, mas é perdedora contra uma aliança de esquerda pós-eleitoral.

(…)

Em ambos os casos [a pandemia e as suas repercussões económicas] a oposição não conseguiu ir mais longe do que críticas pontuais, seja de Rio, seja dos partidários dos decibéis.

(…)

Costa conseguiu muita coisa, mas nunca conseguiu contrariar a fragilidade de um governo minoritário do PS que precisa de aliados orçamentais.

(…)

A perda de soberania em matérias fundamentais como o Orçamento é mais grave do que se pensa.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)


Sem comentários:

Enviar um comentário