domingo, 7 de novembro de 2021

MAIS CITAÇÕES (154)

 
A coligação negativa de que António Costa precisava para governar teve uma missão positiva: a de reverter as medidas da troika, impedindo que se tornassem permanentes, como aconteceu com a legislação laboral.

(…)

Foi com a revogação da reforma laboral de 2012 que o PSOE e o Podemos acabaram de reforçar um rumo político partilhado.

(…)

E em Espanha há um acordo escrito, com ministros da Unidas Podemos.

(…)

O combate da esquerda à caducidade das convenções coletivas corresponde a uma defesa radical da negociação.

(…)

[A negociação coletiva] faria mais pelo aumento do salário médio e pelas condições de vida do que centenas de subsídios.

(…)

Só uma esquerda de serviços mínimos acha que a clivagem com a direita se fica pela decência de alguns apoios sociais.

(…)

Uma das lições desta experiência é que, sendo apenas uma coligação negativa ou ficando-se pela “mercearia orçamental”, como lhe chamou Manuel Alegre, estes entendimentos [como a “geringonça”] não têm futuro. 

(…)

A ‘geringonça’ só terá futuro se BE e PCP não forem esmagados e aceitarem um acordo e ministérios.

(…)

A luta parece ser com o BE e com o PCP, mas está dentro do PS. Surda, porque o momento pré-eleitoral e o divórcio litigioso não ajudam à franqueza.

(…)

Costa não é neutral nesta guerra. Apenas é, como sempre foi, menos direto.

(…)

Estará em causa o pluralismo da esquerda e, com ele, a própria identidade do PS.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

O que é uma autarquia sem cidadania? E o que é uma cidadania sem participação? E o que é uma participação sem conhecimento?

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)

 

A solução para a estabilidade e para a governabilidade passará inevitavelmente por coligações mais ou menos formalizadas. 

(…)

Sistemas eleitorais proporcionais implicam, quase por definição, coligações, o que requer uma cultura de negociação e compromisso que escasseia entre nós.

(…)

A responsabilidade de governar deve recair no partido mais votado do espaço político com mais deputados.

(…)

[À esquerda] de cada vez que os partidos viram as costas uns aos outros, estão, de facto, a afrontar a vontade dos seus próprios eleitores. 

(…)

Se com uma maioria parlamentar à esquerda é, de novo, à esquerda que cabe encontrar soluções de governabilidade.

(…)

Depois, sobra o mais difícil: compreender o descontentamento que faz medrar o populismo e responder às suas causas profundas.

Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

 

Na sexta-feira, dia 5, foi dia de mobilização em massa (…) uma certa invencibilidade no ar quando olhamos ao nosso redor e percebemos que estamos rodeados de milhares e milhares de pessoas que, tal como nós, querem construir um mundo diferente. 

(…)

[Cimeira do clima] que continua a ser um palco para o poder imperialista do Norte Global.

(…)

A verdadeira liderança não está dentro da Cimeira; está nas ruas, está no movimento. 

(…)

É preciso que [a crise climática] não afecte mais quem é menos responsável, e que se responsabilize quem é mais responsável. 

(…)

Exigimos cortes urgentes de emissões de forma a limitar o aquecimento global em 1,5 ºC; exigimos o fim de quaisquer novos investimentos em combustíveis fósseis; exigimos que os 100 mil milhões prometidos aos países mais vulneráveis sejam entregues; exigimos garantias e protecção para todos os trabalhadores e pessoas na linha da frente da crise climática.

(…)

[Ativistas climáticos no Afeganistão] Após a tomada de poder dos taliban, receberam inúmeras ameaças de morte.

(…)

E em Portugal, também se sairá às ruas, em resposta ao apelo internacional de protesto no âmbito da COP26.

Bianca Castro, “Público” (sem link)

 

Nas próximas eleições há duas questões essenciais: uma é saber que solução de governabilidade será possível, se nenhum partido tiver maioria absoluta; outra é saber que PSD vai às urnas.

(…)

Dois partidos são a chave de tudo, o PS e o PSD, mas os outros podem ser decisivos, em função de alianças ou desavenças com um destes dois.

(…)

O problema do PS é com a “geringonça”, o do PSD consigo próprio.

(…)

O PS quer continuar a dominar grande parte do Estado, o PSD quer chegar lá e fazer o mesmo.

(…)

Nunca a degenerescência dos grandes partidos pesou mais em reduzir a sua actuação às prebendas que o acesso ao poder lhes pode dar.

(…)

Qual é o grande fermento actual de tudo isto? A chamada “bazuca”.

(…)

Vai ser de cortar à faca, mais no PSD do que em tudo o resto.

(…)

O conflito PS-PSD será sempre uma meiguice comparado com o que se passa dentro de portas, mesmo com um Rangel com os decibéis todos.

(…)

É também aqui que se juntam grandes interesses cujos investimentos na comunicação social têm recrudescido nos últimos anos, numa estratégia trumpista.

(…)

O que está em jogo é estratégico para a direita radical em Portugal: capturar o partido que tem os votos, o PSD.

(…)

[Vê-se que esta direita é radical] no modo como interpretam a realidade nacional retratando Portugal como um país perdido.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Apesar do aumento cada vez mais rápido das temperaturas, do esgotamento dos recursos, parte da humanidade parece ainda não entender a urgência.

(…)

Mas se estamos numa emergência cientificamente inquestionável, há muitas questões ainda em aberto para se conseguir reduzir o cenário catastrófico que um aumento da temperatura acarreta.

(…)

Para alcançar a neutralidade de carbono até 2050 temos de mudar o sistema elétrico, fechar as centrais a carvão, acabar com veículos a gasolina e gasóleo, isolar melhor as casas, substituir o aquecimento por bombas de calor, inventar novos processos industriais...

(…)

[O aumento do custo da energia]é, em certa medida, o sinal da resistência das energias fósseis à inevitabilidade de um mundo que não as pode continuar a utilizar.

(…)

De acordo com um estudo do Instituto Rousseau, em junho deste ano, “os principais bancos continuam a financiar combustíveis fósseis em grande escala”.

(…)

Na UE são notórias as divisões sobre quem deve pagar a fatura das alterações climáticas.

(…)

Quanto às promessas do Acordo Paris de 2015 para ajudar os países mais pobres a fazer a transição, elas ainda estão por cumprir.

(…)

Seja lá como for, o que se passar com eles não deixará de nos afetar a todos.

(…)

O aquecimento climático ligado às atividades humanas é conhecido há cerca de quarenta anos.

(…)

A sua [das petrolíferas] motivação foi sempre o lucro, numa ganância cega. 

(…)

O aumento da atividade económica andou sempre a par do aumento do uso de energia e da exploração constante dos recursos naturais.

(…)

[Temos de perceber que] o ser humano começa a deixar de ser a medida de todas as coisas.

Paulo Dentinho, “Público” (sem link)


Sem comentários:

Enviar um comentário