sexta-feira, 14 de outubro de 2022

CITAÇÕES

 
Diz-se que o primeiro-ministro recebeu uma salva de palmas quando garantiu aos deputados da maioria absoluta que o aumento das pensões será acima da inflação.

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É um sinal curioso de devoção partidária, pois todos os ‘aplaudidores’ sabem que se trata de uma mentira.

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O próprio Governo afirma que pagará 8% às pensões mais baixas e menos do que a inflação aos outros pensionistas, depois deste ano em que todos perderam. 

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A ministra veio mesmo dizer que, se se cumprisse a lei que prevê os tais 8% (…) então a sustentabilidade da Segurança Social seria tão afetada que se perderiam 13 anos no futuro do sistema.

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Um mês depois, o Orçamento apresenta contas (…) que desmentem as anteriores e permitem concluir que, pagando-se o valor legal, o saldo seria de mais de 2 mil milhões.

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As receitas da Segurança Social continuam a crescer e que garantem mais 40 anos do sistema, mesmo sem novas formas de financiamento.

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Se esta fosse a única trapaça do Orçamento, poder-se-ia fingir que não se sabe de nada.

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Há uma taxa sobre as mais-valias em especulação com criptomoedas, mas quem as tiver na carteira por um ano tem uma milagrosa isenção.

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E há depois a resposta à subida dos juros do crédito imobiliário, em que o Governo oferece a solução da redução da retenção na fonte (…), ou seja, zero.

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Limita agora o aumento das rendas, mas cogita liberalizá-las a meio do ano, cumprindo finalmente a lei de Assunção Cristas, que o PS tanto criticou.

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É a jura eterna: este ano ficarão por cumprir mais de 2 mil milhões [de investimento público], tendo sido orçamentado um esplendoroso crescimento não realizado.

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Para o ano volta-se à promessa de cumprir o que não foi cumprido neste, e assim continuará pelos tempos atrás dos tempos.

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De facto é a maior redução [das pensões] em termos reais dos últimos 15 anos.

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[O Primeiro-Ministro] não resistiu a dourar a política energética como “a maior intervenção de sempre” no mercado do gás e da luz, se bem que afinal seja um terço do prometido.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Não há nada de ecuménico no perdão do cristianismo que permita aproximação ou desvalorização de um conjunto de criminosos que viva encoberto em sociedade. Não é pecado, é crime.

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Qualquer presidente da República (PR) deve deixar a apreciação do número de abusadores e criminosos à porta da Igreja.

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[Trata-se de um] inultrapassável mau momento [do PR] que o pedido de desculpas desagrava, mas não faz esquecer. 

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[A frase do presidente é] incompreensível na boca de qualquer pessoa, insustentável na voz de um PR.

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O presidente não foi mal compreendido, o presidente foi infeliz. 

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Todos os episódios anteriores [relacionados com os abusadores sexuais dentro da igreja] deixaram Marcelo cair em tentação. Mas só na avaliação da contabilidade das vítimas, caiu em pecado.

Miguel Guedes, JN

 

[No dia 6 de outubro] eu soube, através da rádio, das 20 mulheres e crianças de origem não revelada que naufragaram e morreram no mar Egeu.

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Morreram porque a Europa não se entende sobre qual porta abrir.

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Não foram sepultadas na sua terra. Foram sepultadas no mar.

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Em vez de condenar as políticas e lógica de controlo fronteiriço, condenamos pais e jovens que embarcam em viagens tortuosas.

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Como europeia, defendo que a Europa deve abandonar a lógica de controlo de fronteiras xenófoba e colonial que liga a migração ao crime.

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O medo é uma arma eficaz para mover e polarizar opiniões. A nós, cidadãos europeus, cabe-nos não nos deixarmos levar pelo medo.

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[Não são muitos os que vêm] a Europa acolhe respectivamente 13% e 21,5% dos refugiados e requerentes de asilo do mundo inteiro.

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Em Portugal, o número de indivíduos que requerem asilo é muito menor do que o número de portugueses que saem do país procurando um futuro melhor.

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[Não nos tiram emprego]. Segundo o Banco Mundial, a integração de requerentes de asilo e refugiados, depois da primeira fase de choque, estimula a empregabilidade e faz prosperar um país.

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Também podemos honrar a educação que os migrantes têm e perceber que não são uns trastes.

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As políticas de recepção de migrantes que os criminalizam e os enviam, sem respeito algum pelos seus direitos, é um sintoma que nos alerta sobre a saúde da Europa.

Ana Santos, “Público” (sem link)

 

Que arrendamento no mercado privado poderão pagar famílias que recebem no máximo o ordenado mínimo?

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Como os movimentos sociais pela habitação têm recordado “há muita casa sem gente e muita gente sem casa”, sejam imóveis vazios à responsabilidade do Estado ou na mão de privados que jogam à especulação imobiliária.

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Enquanto casas se transformam em airbnbs, o património edificado é transformado em hotéis boutique e habitações de luxo para uma classe média-alta nacional e internacional.

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E, assim, vão-se aumentando para preços exorbitantes as rendas e o preço das casas e quem vive efetivamente a cidade é expulso dela.

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[Para a classe média jovem e outros], a resposta é viver em cubículos, partilhar casa ou abalar definitivamente para a periferia.

Cristina Roldão, “Público” (sem link)

 

Na aldeia de Kokiro, no distrito de Turkana North [Quénia], onde a seca varreu tudo e deixou o pó, acontece hoje um dos piores desastres humanitários que o mundo desconhece, nas palavras da ONU.

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Os números do Living Planet Report da Zoological Society of London, citados pelo Guardian esta quinta-feira, mostram que desde 1970 a fauna do planeta decresceu 69%.

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A acção humana está a contribuir para dizimar a vida no planeta com o desequilíbrio ecológico que fomenta.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Cabe aos artistas pôr tudo em questão, provocar reacções (boas ou más), deitar abaixo e construir de novo. Sem eles, o mundo não teria avançado o que avançou.

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Quantos artistas arderam na fogueira (literal e metaforicamente) por serem hereges, só porque a sua imaginação os levou mais longe que o comum dos mortais.

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A verdade é que o regresso dos artistas às listas negras dos Estados Unidos, num eco moderno do mccarthismo, é um retrocesso que, tal como no passado, pode levar à autocensura e condicionar o caminho do artista na exploração de ideias e territórios.

António Rodrigues, “Público” (sem link)


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