sábado, 29 de outubro de 2022

MAIS CITAÇÕES (204)

 
Roberto Jefferson é uma daquelas personagens obscuras que encontramos quando descemos às catacumbas da política brasileira. 

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Jefferson esteve envolvido no processo do “mensalão” (como beneficiário e denunciante para reduzir a sua pena).

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Para lidar com a avalancha de desinformação, o Tribunal Supremo Eleitoral tem mandado retirar milhares de posts, vídeos e imagens.

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Por decisão judicial, a polícia foi buscar Jefferson a casa, para que passasse de prisão domiciliária (por outro processo) para preventiva.

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Jefferson, que tinha um arsenal em casa, recebeu os agentes com 20 tiros e duas granadas, ferindo dois. 

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Bolsonaro facilitou o armamento da população para contar com “milícias do bem” que, dos tribunais aos resultados eleitorais, nada respeitam se não lhes for conveniente.

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No momento da detenção, só faltou um pedido de desculpas pelo incómodo.

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Bandido, para a extrema-direita brasileira, não é um criminoso como Roberto Jefferson, que atirou sobre a polícia e teve direito a tratamento VIP. 

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Ela sempre viveu bem no meio do crime. 

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[Para a extrema-direita] bandido é o pobre, o favelado, o negro. 

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É insuportável manter altos níveis de desigualdade sem desumanizar o pobre.

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E Bolsonaro representa o ódio social profundo que marca uma elite moldada por séculos de escravatura.

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[Bolsonaro] disse, em 2015, que só votaria no auxílio à pobreza se viesse associado ao controlo de natalidade, caso contrário seria um incentivo para os pobres se reproduzirem.

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Disse que o pobre não estava preparado para a educação.

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[Bolsonaro] opôs-se à regulamentação do trabalho das empregadas domésticas, com um efeito brutal no Brasil, e ao Bolsa Família, que ajudou a tirar milhões da fome. 

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Há registos de patrões a ameaçarem os seus trabalhadores de despedimento se Lula vencer e a prometerem prémios se a vitória for de Bolsonaro.

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Um mandato de Trump e outro de Bolsonaro chegaram para disseminar o vírus do ódio quase até à loucura coletiva. 

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Se Bolsonaro for reeleito, será letal. O Brasil será dos “bandidos de bem”.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

António Costa sabe que quando o calor aperta a sua agenda ideológica não é assim tão diferente [do passismo].

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Entre diminuir a dívida ou aproveitar a suspensão das regras do euro para subir salários e pensões a par com a inflação, ele não hesita. Cumpre o que Bruxelas lhe pede.

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O seu tom de ódio contra o Bloco de Esquerda faz parte do filme.

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E precisa, sobretudo, de se convencer a si próprio de que a sua “troika light” será perdoada.

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Mas pode não ser. A pobreza e o desalento são grandes.

Ângela Silva, “Expresso” (sem link)

 

O Brasil é relevante nas mudanças geopolíticas em curso à escala global e será, seguramente, influente na nova era que já começou.

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O que está em confronto nestas eleições no Brasil? São duas opções económicas? São as personalidades de Jair Bolsonaro e de Lula da Silva? 

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Por que razão a campanha eleitoral se tem desenvolvido num clima tão crispado, cheio de insultos, de desinformação, de ódio?

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É inequívoco que o confronto é bem mais que entre modelos económicos: é mesmo em torno do modelo de sociedade.

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O neoliberalismo e a economia financeirizada que o integra têm exigências económicas e sociais só exequíveis com a presença de forças reacionárias e fascistas nos altos cargos do poder.

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O insulto e o ódio disseminaram-se, embora em doses bem diferentes em cada uma das candidaturas, mas não nasceram agora.

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Hoje, existe a esperança de a Esquerda mais o Centro e alguns setores da Direita serem vencedores com a candidatura de Lula.

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Grande parte do povo brasileiro não desistiu da luta.

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Bolsonaro na presidência perverteu valores republicanos e democráticos.

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Incentivou o belicismo, o racismo, o ódio às diferenças na sexualidade e a misoginia, num país de enorme diversidade cultural e étnica. 

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Defendeu políticas de educação e de saúde que negam a ciência, foi um desastre para o ambiente.

Carvalho da Silva, JN

 

Os últimos meses têm sido caracterizados por um clima económico de incerteza, marcados por uma subida das taxas de juro em resposta ao aumento da inflação.

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A inflação é considerada, ao contrário de outros impostos (IRS, por exemplo), um imposto regressivo.

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Quanto menor for o rendimento de um agregado familiar, menor será, em termos relativos, a sua capacidade para adequar o seu cabaz de consumo em função da variação dos preços.

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Por este motivo, quando a inflação aumenta, isto é, quando os preços aumentam, quem sofre mais, em termos relativos, são os mais pobres.

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No entanto, estudos recentes indicam que não só são os mais pobres quem sofre mais, mas também os mais velhos.

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As famílias mais pobres sofrem mais o efeito da subida dos preços em bens de primeira necessidade (produtos alimentares e bebidas não alcoólicas), enquanto os mais ricos sentem mais ao nível dos preços de hotéis e restauração.

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Quando olhamos para a faixa etária, o mesmo estudo indica que são os mais velhos (reformados e pensionistas) que, à semelhança dos mais pobres, sentem mais os efeitos da inflação nos bens de primeira necessidade.

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Seria de esperar que qualquer tipo de apoio às famílias para mitigar os efeitos da inflação fosse diferenciado de acordo com os seus rendimentos, pois só assim seria socialmente justo.

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Não parece socialmente justo que uma família que ganhe em média 833 euros mensais receba o mesmo apoio que uma que receba 2.700 euros.

André Oliveira, “Público” (sem link)

 

Os dados mais recentes do Eurostat mostram que a taxa de desemprego em Portugal [15,9%] é superior à média da União Europeia [13%].

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Os jovens com menos de 30 anos enfrentam hoje em dia desafios consideráveis para encontrar emprego correspondente às suas competências.

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Quase metade dos jovens europeus tem contratos de trabalho temporários (45,9%) em comparação com um em cada dez dos restantes trabalhadores.

Jorge Bernardino, “Diário de Coimbra” (sem link)


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