(…)
Jefferson
esteve envolvido no processo do “mensalão” (como beneficiário e denunciante
para reduzir a sua pena).
(…)
Para
lidar com a avalancha de desinformação, o Tribunal Supremo Eleitoral tem
mandado retirar milhares de posts, vídeos e imagens.
(…)
Por
decisão judicial, a polícia foi buscar Jefferson a casa, para que passasse de
prisão domiciliária (por outro processo) para preventiva.
(…)
Jefferson,
que tinha um arsenal em casa, recebeu os agentes com 20 tiros e duas granadas,
ferindo dois.
(…)
Bolsonaro
facilitou o armamento da população para contar com “milícias do bem” que, dos
tribunais aos resultados eleitorais, nada respeitam se não lhes for conveniente.
(…)
No
momento da detenção, só faltou um pedido de desculpas pelo incómodo.
(…)
Bandido,
para a extrema-direita brasileira, não é um criminoso como Roberto Jefferson,
que atirou sobre a polícia e teve direito a tratamento VIP.
(…)
Ela
sempre viveu bem no meio do crime.
(…)
[Para
a extrema-direita] bandido é o pobre, o favelado, o negro.
(…)
É
insuportável manter altos níveis de desigualdade sem desumanizar o pobre.
(…)
E
Bolsonaro representa o ódio social profundo que marca uma elite moldada por
séculos de escravatura.
(…)
[Bolsonaro]
disse, em 2015, que só votaria no auxílio à pobreza se viesse associado ao
controlo de natalidade, caso contrário seria um incentivo para os pobres se
reproduzirem.
(…)
Disse
que o pobre não estava preparado para a educação.
(…)
[Bolsonaro]
opôs-se à regulamentação do trabalho das empregadas domésticas, com um efeito
brutal no Brasil, e ao Bolsa Família, que ajudou a tirar milhões da fome.
(…)
Há
registos de patrões a ameaçarem os seus trabalhadores de despedimento se Lula
vencer e a prometerem prémios se a vitória for de Bolsonaro.
(…)
Um
mandato de Trump e outro de Bolsonaro chegaram para disseminar o vírus do ódio
quase até à loucura coletiva.
(…)
Se
Bolsonaro for reeleito, será letal. O Brasil será dos “bandidos de bem”.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
António
Costa sabe que quando o calor aperta a sua agenda ideológica não é assim tão
diferente [do passismo].
(…)
Entre
diminuir a dívida ou aproveitar a suspensão das regras do euro para subir
salários e pensões a par com a inflação, ele não hesita. Cumpre o que Bruxelas
lhe pede.
(…)
O seu
tom de ódio contra o Bloco de Esquerda faz parte do filme.
(…)
E
precisa, sobretudo, de se convencer a si próprio de que a sua “troika light”
será perdoada.
(…)
Mas
pode não ser. A pobreza e o desalento são grandes.
Ângela Silva, “Expresso” (sem link)
O Brasil é relevante nas mudanças
geopolíticas em curso à escala global e será, seguramente, influente na nova
era que já começou.
(…)
O que está em confronto nestas eleições
no Brasil? São duas opções económicas? São as personalidades de Jair Bolsonaro
e de Lula da Silva?
(…)
Por que razão a campanha eleitoral se tem
desenvolvido num clima tão crispado, cheio de insultos, de desinformação, de
ódio?
(…)
É inequívoco que o confronto é bem mais
que entre modelos económicos: é mesmo em torno do modelo de sociedade.
(…)
O neoliberalismo e a economia
financeirizada que o integra têm exigências económicas e sociais só exequíveis
com a presença de forças reacionárias e fascistas nos altos cargos do poder.
(…)
O insulto e o ódio disseminaram-se,
embora em doses bem diferentes em cada uma das candidaturas, mas não nasceram
agora.
(…)
Hoje, existe a esperança de a Esquerda
mais o Centro e alguns setores da Direita serem vencedores com a candidatura de
Lula.
(…)
Grande parte do povo brasileiro não
desistiu da luta.
(…)
Bolsonaro na presidência perverteu
valores republicanos e democráticos.
(…)
Incentivou o belicismo, o racismo, o ódio
às diferenças na sexualidade e a misoginia, num país de enorme diversidade
cultural e étnica.
(…)
Defendeu políticas de educação e de saúde
que negam a ciência, foi um desastre para o ambiente.
Carvalho da
Silva, JN
Os
últimos meses têm sido caracterizados por um clima económico de incerteza,
marcados por uma subida das taxas de juro em resposta ao aumento da inflação.
(…)
A inflação é considerada, ao contrário de outros impostos
(IRS, por exemplo), um imposto regressivo.
(…)
Quanto
menor for o rendimento de um agregado familiar, menor será, em termos
relativos, a sua capacidade para adequar o seu cabaz de consumo em função da
variação dos preços.
(…)
Por
este motivo, quando a inflação aumenta, isto é, quando os preços aumentam, quem
sofre mais, em termos relativos, são os mais pobres.
(…)
No entanto, estudos recentes indicam que não só são os mais
pobres quem sofre mais, mas também os mais velhos.
(…)
As
famílias mais pobres sofrem mais o efeito da subida dos preços em bens de
primeira necessidade (produtos alimentares e bebidas não alcoólicas), enquanto
os mais ricos sentem mais ao nível dos preços de hotéis e restauração.
(…)
Quando
olhamos para a faixa etária, o mesmo estudo indica que são os mais velhos
(reformados e pensionistas) que, à semelhança dos mais pobres, sentem mais os
efeitos da inflação nos bens de primeira necessidade.
(…)
Seria
de esperar que qualquer tipo de apoio às famílias para mitigar os efeitos da
inflação fosse diferenciado de acordo com os seus rendimentos, pois só assim
seria socialmente justo.
(…)
Não
parece socialmente justo que uma família que ganhe em média 833 euros mensais
receba o mesmo apoio que uma que receba 2.700 euros.
André Oliveira, “Público” (sem link)
Os
dados mais recentes do Eurostat mostram que a taxa de desemprego em Portugal [15,9%]
é superior à média da União Europeia [13%].
(…)
Os
jovens com menos de 30 anos enfrentam hoje em dia desafios consideráveis para encontrar
emprego correspondente às suas competências.
(…)
Quase
metade dos jovens europeus tem contratos de trabalho temporários (45,9%) em
comparação com um em cada dez dos restantes trabalhadores.
Jorge Bernardino, “Diário de Coimbra” (sem link)
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