sexta-feira, 28 de outubro de 2022

CITAÇÕES

 
Porque é que os “mercados”, esse misterioso e volúvel Zeus que tanto seduz quanto se vinga dos terráqueos, condenaram uma fiel [Liz Truss] entre os fiéis?

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Porque é que sacrificaram sem remorso a sua ideia, tão convidativa, de baixar os impostos dos mais ricos?

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Quando Truss apresentou o seu programa fiscal, a conta era choruda: 45 mil milhões de libras para as empresas e 60 para custos energéticos, em grande medida também para empresas distribuidoras e consumidoras.

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Não havia nisto nenhuma surpresa, pois há dez anos os mais thatcheristas do Partido Conservador (…) [acreditavam no] impulso económico criado pela baixa de impostos e pela inundação de apoios ao capital.

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Não há especuladores dispostos a apostar neste agigantamento do défice público. 

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O Banco de Inglaterra despediu Truss.

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Baixar os impostos esperando mais investimento e que assim se compense o défice, isso já foi experimentado sob outra forma, a de um longo período de juros nulos — e o investimento reduziu-se.

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Quando, há poucas décadas, [os liberais] transformaram os bancos centrais em unidades políticas inexpugnáveis à vida democrática, retiraram aos países a capacidade de gerir as economias.

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[Na zona euro a evolução foi diferente] foi porque o BCE violou as suas regras desde 2012 e financiou as dívidas públicas, na prática, sem limitação.

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Submetendo a Europa e, em particular, reduzindo a Alemanha a uma nova forma de dependência energética, os EUA usam o poder imenso do banco central que financia a sua dívida gigantesca.

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[Na Europa] limitarem a inflação controlando os preços da energia é que nunca poderia ser, Zeus [mercado] lançaria a sua fúria contra nós.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

A sua [de Henrique Raposo] ideia de que uma misteriosa “neurobiologia” e a “doença mental” explicariam os pobres é tão grotesca que dispensa argumentação. 

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Não há mais ninguém na extrema-direita que se rebaixe ao ponto de apresentar este racismo social com vestes de pseudociência.

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Discutir com ele não exige mais do que apresentar a sua própria linha de defesa.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

A identidade portuguesa ilumina-se numa décima ligação energética adicional, através do Minho e da Galiza. 

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O PSD, à falta de possibilidade de intervenção decisiva no debate orçamental, resolveu inflamar o gasoduto ibérico, agora também franco.

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A França de Macron adere ao plano ibérico com tão aparente ligeireza que dá ideia de ter notas de autor e de interesse.

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Se a questão do custo é importante, fundamental será saber o preço a pagar pelo que parece ser uma inversão de estratégia a todo o custo.

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Aparentemente, sabe-se agora, o "MidCat" não está em causa.

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O que seria um ganho indesmentível, à partida, gera muita contestação. Desde logo, porque a própria utilização de hidrogénio verde está muito pouco estudada e ainda não tem aplicação real na indústria.

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Nenhuma opção resiste à opacidade.

Miguel Guedes, JN

 

Uma mulher tem os mesmos direitos que um homem e, nesse elenco, está certamente o direito a defender posições antifeministas.

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A extrema-direita normalmente inclui o antifeminismo declarado.

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Por cá, temos o exemplo da deputada do Chega Rita Matias.

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[As mulheres devem] essa oportunidade [de assumir cargos de responsabilidade política] à luta de milhares de mulheres que começaram por lutar pelo direito ao voto, mas que nunca pararam de se bater pela igualdade entre homens e mulheres.

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Acontece que outra pergunta tem de ser feita: deve o feminismo celebrar a chegada ao poder de mulheres antifeministas? E aqui a resposta é não.

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Trata-se [o feminismo] de uma luta coletiva.

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Não se trata de zelar pelo interesse próprio, mas sim de zelar pelo de todas as mulheres.

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Este tema surge ainda na sequência de Giorgia Meloni ter alcançado a posição de primeira-ministra de Itália.

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Alegam [as feministas liberais e os liberais] que uma mulher não deve passar pelo crivo da pureza ideológica para chegar ao poder.

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Pretende-se que o feminismo celebre um evento político que, não obstante ser protagonizado por uma mulher, marca um retrocesso para todas as outras e, já agora, para a comunidade no seu todo.

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E se for uma mulher a liderar um governo que pratica genocídios ou limpezas étnicas? Continuam a aplaudir? Qual é o limite?

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Este feminismo [liberal] vive bem com o infortúnio das mulheres enquanto grupo, e enquanto sujeito político, e sobretudo com o infortúnio das mulheres mais vulneráveis às consequências de governações como são as de extrema-direita

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[O antifeminismo de extrema-direita] anuncia com clareza ao que vem e obriga a que a maioria das mulheres levante a guarda.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)


Se o ex-chefe de Estado brasileiro voltar a ganhar a eleição no domingo, impedindo um segundo mandato de Jair Bolsonaro, na segunda-feira a América Latina emergirá com as suas quatro maiores economias nas mãos de governos de esquerda.

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As quatro maiores economias da América Latina podem vir a estar nas mãos da esquerda pela primeira vez na história.

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Preciso é que a esquerda se entenda nas prioridades, quais as lutas importantes a travar agora.

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Sem esquecer que há aqui adversários políticos, por um lado, e inimigos perigosos por outro lado.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Por várias vezes se falou que havia começado uma terceira Intifada na Palestina. Parece que desta vez é mesmo a sério.

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Uma luta diferente, porque os palestinianos que lutam contra os israelitas também não podem ver nem pintada a Autoridade Palestiniana, cuja falta de poder parece equivalente à endémica corrupção que a mina.

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A morte de Mahsa Amini às mãos da polícia de costumes e os mais de 40 dias de marchas, protestos e agora até ataques armados dão a entender que uma Primavera persa poderá estar em marcha.

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A lição tunisina que os iranianos podiam retirar era muito simples e “importante”, explica o ex-Presidente tunisino]: “Eles viam que quando as pessoas vão para as ruas defender os seus direitos, podem ganhar.”

António Rodrigues, “Público” (sem link)


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