(…)
A
perda de poder de compra é culpa da inflação, que não é decretada pelo Governo,
acreditam.
(…)
Mas um
aumento abaixo da inflação é sempre um corte.
(…)
Os
preços aumentam quando os custos aumentam e os salários não podem ser a exceção
que paga as favas.
(…)
Com a
produtividade a crescer, este corte é a maior transferência de rendimentos do
trabalho para o capital deste século.
(…)
A
atualização das pensões começou com um truque: fazer passar um adiantamento por
um aumento.
(…)
E
acabou numa mentira: há três semanas, o Governo dizia que, se a lei fosse
cumprida, o sistema perderia 13 anos de vida.
(…)
O
Fundo não só não se extingue em 2040 como terá, em 2060, mais oito mil milhões
de euros do que em 2023.
(…)
PSD,
IL e Chega não têm interesse em desfazer a ideia da insustentabilidade da
Segurança Social, que pretendem privatizar parcialmente.
(…)
Agradecem
que seja o PS a descredibilizar o sistema.
(…)
Mas a
quinzena de todos os debates económicos e sociais tornou-se na quinzena do tiro
ao ministro incompatível.
(…)
O
único debate é se a lei [da incompatibilidade] está a ser bem interpretada e se
tem de ser clarificada.
(…)
Depois
de uma melhoria no tempo da ‘geringonça’, a pandemia fez aumentar em 12,5% o
número de pessoas em risco de pobreza.
(…)
Sem as
prestações sociais, mais de quatro milhões seriam pobres.
(…)
Não
interessa à oposição de direita debater o que faria de diferente.
(…)
Luís
Montenegro acredita que pode passar os próximos quatro anos sem falar de
política.
(…)
Mesmo
para o poder, é preferível a comunicação social concentrar-se no pequeno
escândalo vazio de conteúdo, que anestesia a sociedade e desmoraliza para a
democracia.
(…)
Em
França há greves e manifestações, cá há indignações no Facebook.
(…)
Neste
mês deveríamos estar a debater as grandes escolhas perante esta crise.
(…)
Ao
ponto de o Governo mentir sobre os efeitos do cumprimento de uma lei que o
obrigaria a aumentar as pensões ao ritmo da inflação.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
As opções no plano económico/financeiro
que vão sendo adotadas colocam interesses egoístas e o objetivo do lucro acima
da urgência da resolução daqueles problemas.
(…)
As relações entre estados e entre povos
vão sendo armadilhadas e não se resolvem os problemas ambientais sem cooperação
entre todos os países.
(…)
De um momento para o outro, o
"esforço de guerra" cilindra as boas vontades que se vinham afirmando
para a resolução dos problemas ecológicos e ambientais.
(…)
Muitas vezes, quando se analisam
condições para responder àquelas grandes questões ambientais, coloca-se forte
esperança no facto (?) de as gerações mais jovens estarem mais sensibilizadas,
de se poderem utilizar os grandes avanços científicos e tecnológicos nesses combates,
e de os países da União Europeia e outros ocidentais mobilizarem com o seu
exemplo.
(…)
A juventude está mais desperta, mas as
carências socioeconómicos e outras, com que se deparam, forçam-na a estilos de
vida predadores do ambiente.
(…)
A utilização de tecnologias inovadoras
está muito mais voltada para o belicismo e a acumulação de riqueza dos poderosos.
(…)
O sistema financeiro tornou-se órgão
vital no funcionamento da sociedade, ao mesmo tempo que não se coaduna com a
Democracia.
(…)
De facto, o sistema económico/financeiro
que nos governa vai matando milhões de seres humanos à fome quando existe tanta
riqueza e produção de bens.
A guerra da Ucrânia vai-se agravar em termos militares, em
termos de destruição, em termos de mortes civis.
(…)
Nenhuma
previsão realista pode deixar de ter em conta estas circunstâncias: estamos em
guerra com todas as consequências económicas, sociais, militares e políticas.
(…)
As acusações de belicosidade só podem ter um destinatário,
Putin, e, quando não têm e misturam tudo, são pura hipocrisia.
(…)
[Vários governos democráticos, incluindo o português] sabem
que vamos conhecer anos, senão décadas, marcados pela guerra da Ucrânia, seja “a quente” seja “a frio”.
(…)
Vai
haver muitos mais mortos civis, directamente por causa dos combates, mas acima
de tudo porque a Rússia prossegue uma política de destruição de infra-estruturas civis e de
intimidação das populações pela violência.
(…)
Há
pouca gente com as mãos limpas [relativamente a estas práticas], os EUA,
Israel, a Síria, nos Balcãs, no Cáucaso, nas Coreias. Seja como for uma coisa
não justifica a outra.
(…)
A
Rússia vai incrementar esta política de destruição e ataques a civis, em
relação directa com os seus fracassos no terreno militar.
(…)
A
partir da anexação [de territórios ucranianos pela Rússia] não é possível haver
uma paz que não seja a rendição da Ucrânia com perda do seu território
nacional.
(…)
Se a paz já era difícil, depois das anexações é impossível.
(…)
Os
países bálticos também sentem o risco, em particular a Lituânia, com o enclave
da antiga Prússia Oriental, agora com capital em Kaliningrado.
(…)
A Polónia também está na linha da frente, por todas razões
logísticas, militares e políticas.
(…)
A
razão por que Putin acena com um conflito nuclear vem de ele e os militares
russos saberem que uma entrada da NATO no conflito, mesmo que apenas com meios
convencionais, infligiria uma pesada derrota aos russos, num período de tempo
muito curto.
(…)
Ora o
que aconteceu na Ucrânia foi a verificação de que o rolo compressor dos
blindados russos não funcionou e mostrou enormes debilidades.
(…)
Também
penso que há racionalidade em Putin e nos seus aliados que não os impeça de
perceber o que aconteceria numa guerra nuclear.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
A alimentação e a agricultura são, atualmente, assuntos
fundamentais nas agendas internacionais.
(…)
As
interrupções sentidas na cadeia e disponibilidade alimentares, foram, até
agora, suficientes para afetar os mercados e as famílias, em todo o mundo,
aumentando o número de pessoas em situação de insegurança alimentar.
(…)
Muito
embora a quantidade de alimentos que produzimos anualmente continue a aumentar
(mas com enorme impacto ambiental), o número de pessoas que vive sem acesso a
alimentos e em insegurança alimentar mantem tendência crescente.
Marta Correia, “Público” (sem link)
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