sábado, 15 de agosto de 2020

CITAÇÕES

 As ameaças de que foram vítimas três deputadas e vários ativistas antirracistas são um crime.

(…)

Complacência foi o que houve, contudo, com a banalização do discurso de ódio e com a tentativa de normalizar a extrema-direita em Portugal.

(…)

A indulgência política e mediática ajuda a criar o ambiente de à-vontade e o sentimento de impunidade com que atuam os racistas, mesmo que disfarçados, e o terrorismo da extrema-direita em geral.

(…)

É tudo parte do ambiente de ódio que os criminosos, sejam os de gravata ou os de cabeça rapada, querem criar.

(…)

Para combater o ódio e os crimes racistas da extrema-direita já temos boas leis escritas.

(…)

A solidariedade para com todas as vítimas das ameaças e dos crimes da extrema-direita é um dever de todos.

José Soeiro, “Expresso” Diário

 

De forma simples mas muito informada, o livro [de William K. Black ] que se tornou um best seller explicava que a melhor forma de assaltar um banco é a partir da sua administração.

(…)

Ainda que o BES seja grande exemplo nacional do saque aos bancos está longe de ser caso único.

(…)

Depois de tamanho desastre, ninguém pode alegar desconhecimento. Mas, acontece tantas vezes, a memória é efémera e a história, já avisava Marx, se repete, primeiro como tragédia, depois como farsa. É o caso do Novo Banco.

(…)

A promessa nessa altura [2014] era de que o Novo Banco seria vendido a privados no período de um ano e, se não houvesse compradores, o banco seria liquidado - nada disso aconteceu.

(…)

As promessas de boa venda e as juras de amor ao dinheiro público repetiram-se, em 2017, na entrega ao fundo abutre Lone Star.

(…)

A história [de não haver encargos para os contribuintes] repetia-se, com PS, PSD e CDS a rejeitar a nacionalização do banco proposta pelo Bloco de Esquerda.

(…)

Entregar um banco a privados com garantias públicas e deixar que o administrem como queiram é um convite ao saque.

(…)

A indignação geral que alguns dos protagonistas desta história agora apresentam faz parte da farsa em curso.

(…)

Por muito mau que seja o negócio, a Lone Star nunca sai com prejuízo porque o Estado paga o estrago.

(…)

O escândalo mais recente, a venda da seguradora GNB Vida com um desconto de 70% garantido pelo Estado, é só mais um exemplo desta gestão questionável.

(…)

O Novo Banco está em liquidação total, campanha promocional patrocinada com garantias públicas lesando-nos a todos.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

Enquanto o PSD de Rui Rio brinca aos extremismos com Ventura, o líder da JSD, Alexandre Poço, admite que há um problema de descriminação racial em Portugal mas, à semelhança de Rio, não descarta alianças com o CH [Chega]

Miguel Guedes, JN

 

Os tempos do pós-pandemia apresentam-se indecifráveis e pressente-se um clima de aumento de perigos.

(…)

Não sabemos até quando uma ínfima minoria de seres humanos será capaz, como acontece hoje, de se apropriar da riqueza e do poder.

(…)

O combate articulado pelos Direitos Humanos e por compromissos que procuram salvaguardar a relação metabólica Homem/Sociedade/Natureza tornou-se uma premência e um dever muito desafiador

(…)

Esta pandemia "ataca todos sem distinção", mas nem todos estão expostos aos mesmos perigos e muito menos sofrem de forma igual as suas consequências.

(…)

Temos o dever de não permitir que o Estado português substitua a obrigação do cumprimento dos direitos no trabalho, ou dos direitos sociais, por lógicas de mercado.

(…)

É precisa a cidadania ativa para forçar um processo de humanização e tornar a "coisa pública" o "habitat social" de que não abdicamos, porque nos garante proteção.

Carvalho da Silva, JN

 

Insistir na negação do racismo ou relativizar a sua dimensão e consequências na vida de milhares dos nossos concidadãos é não assumir a responsabilidade de defender a democracia.

(…)

Não há vida coletiva nem projeto de sociedade democrático viável em que uma parte dos seus membros é sistematicamente violentada e atirada para fora do tecido nacional.

(…)

A calma e contenção e/ou o silêncio perante a violência racista é uma cumplicidade a que nenhum democrata se pode prestar.

(…)

Até quando continuarão a dizer que sou igual àqueles que me violentam e me querem matar?

(…)

A única decência que espero dos que insistem em negar ou relativizar o racismo é que tenham a inteligência e a coragem de matar o racismo antes que ele nos mate.

(…)

Ou matamos o monstro ou ele matar-nos-á a todos.

Mamadu Ba, “Expresso” Diário

 

Sem comentários:

Enviar um comentário