(…)
Décadas de impunidade internacional e de
incumprimento da resoluções da ONU.
(…)
Netanyahu criou um mundo de exceção em que o
colonialismo é a forma da supremacia racial.
(…)
Talvez ainda haja algo na essência humana que
rejeite a atrocidade.
(…)
[Esta guerra com os palestinianos de um lado e Israel
do outro] é o testemunho mais gritante do fracasso da ordem internacional, ou,
pior, do sucesso do seu lado extremista.
(…)
A guerra perpétua tornou-se o único horizonte
naquela região [do Médio Oriente] e o seu objetivo é a aniquilação.
(…)
Lembro já aos mais assanhados [apoiantes de Netanyahu]
que, de uma das últimas vezes que aplaudiram um sucesso militar foi na invasão
do Afeganistão, em que ensinaram o mundo que não se podia dizer “mas” a essa
operação de “guerra ao Islão”.
(…)
Mas a NATO acabou a entregar o país aos talibãs.
(…)
Ou que do outro lado, o Hamas foi no seu início
impulsionado por Israel para dividir as forças palestinas.
(…)
Creio que, em contrapartida, os democratas
continuarão a insistir na única solução democrática: o fim da ocupação e do
apartheid.
(…)
Apesar do espanto e terror com a sua falha de
segurança, o governo israelita responde como seria de esperar, com o sequestro
da população civil de Gaza.
(…)
A guerra total não tem lei.
(---)
Tudo é possível: para o governo de Israel, é
uma missão religiosa ocupar o território de infra-humanos e exterminá-los; para
o Hamas, matar judeus é a resposta.
(…)
Apesar disso, há o lado menos conhecido da
guerra, que são as vozes de israelitas dissidentes.
(…)
Algumas figuras destacadas da cultura e da
história do país têm-se revoltado contra a imposição do apartheid.
(…)
Um delas foi a do escritor judeu britânico Tony
Judt, que em jovem viveu num kibbutz, entusiasmado pela inicial promessa
socialista sionista, para depois se afastar.
(…)
Dois dos mais conhecidos escritores israelitas
prosseguiram esta batalha de Tony Judt, com a diferença de viverem em Israel e
ali e empenharem pessoalmente no movimento pela paz.
(…)
[Foram] Amos Oz, que morreu há cinco anos
[e uma das] maiores figuras da literatura mundial, David Grossman, cujo filho
morreu ao participar numa operação militar em 2006 no sul do Líbano.
Francisco Louçã, “Expresso”
online
É
penoso assistir à continuada degradação da Inspeção-Geral da Educação e
Ciência, cada vez mais lesta em exercícios censórios, de perseguição aos poucos
directores que recusam ser simples lacaios políticos desta perniciosa maioria
absoluta.
(…)
[A
entrevista de Costa à CNN foi] um exemplar discurso para iludir ingénuos e uma
antologia de inverdades para mascarar a inacção que caracteriza a sua forma de
governar.
(…)
António
Costa voltou à cassete segundo a qual a recuperação do tempo de serviço dos
professores é insustentável para o país.
(…)
São muitas as demonstrações de que o argumento
financeiro é falso.
(…)
Fala dos politicamente muito convenientes
aumentos dos magistrados e juízes, de 2019?
(…)
Fala
da recuperação de todo o tempo de serviço aos enfermeiros? Ou acha que há
equidade entre os professores do continente e os dos Açores e da Madeira?
(…)
De acordo com a retórica elogiosa do
primeiro-ministro, o Governo foi magnânimo com os professores, oferecendo-lhes
um “acelerador” de carreiras.
(…)
Os
efeitos da medida são de tal modo diluídos no tempo que, mais de 3 mil docentes
só os sentirão nos anos de 2031, 2032 e 2033.
(…)
Apenas
em 2025 se atingirá metade dos docentes abrangidos pela medida, sendo que os
promovidos nessa altura terão, em média, cerca de 61 anos.
Santana Castilho, “Público” (sem link)
Queremos
solidarizar-nos com as pessoas, estudantes na sua maioria, que têm levado a
cabo diferentes acções de protesto e bloqueio na tentativa de levar o Governo a
agir, realmente a agir, e não perder mais tempo.
(…)
[Eles]
sabem que o estado a que se deixou chegar o mundo está a ameaçar roubar-lhes a
hipótese de viver as próximas décadas de forma minimamente aceitável.
(…)
Do
modo como estamos a caminhar, o futuro não vai correr bem, porque o presente já
não está bem para muitos milhares de pessoas em todo o mundo.
(…)
Para que a situação se altere, é preciso agir e
estas e estes estudantes sabem-no bem.
(…)
Que o
Governo finja que tudo isto é só radicalismo juvenil diz bem da sua
irresponsabilidade e que permita que a polícia não actue quando cidadãos atacam
fisicamente estas pessoas é capaz de dizer também da sua vontade de deixar o
circo pegar fogo.
(…)
Permitir e naturalizar violência sobre manifestantes pacíficas é
muito, muito grave.
(…)
Andamos há muito tempo a ouvir falar de coisas
que hão-de acontecer, mas não há meio de as vermos concretizadas.
(…)
Pode
discutir-se como se fazem estas mudanças, o que (e quem) tem de reduzir em
termos de consumo, que processos são melhores ou piores para tudo isto avançar,
mas não se pode continuar a fingir que está tudo bem.
(…)
É
preciso assumir que se vivem tempos de emergência climática e estabelecer prioridades,
avançando de modo eficaz para as mudanças que têm de ser feitas.
(…)
[Não se pode] adiar sempre só mais uns anos as
metas de emissão de carbono, como se houvesse tempo.
(…)
Noutros países, várias pessoas protestam,
ocupam, são presas, arriscam a vida a pedir acção política face à crise
climática.
(…)
É preciso começar, e agir agora!
Frente Grisalha Pelo Clima, Público (sem link)
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