(…)
[Os ataques por parte de um dos mais poderosos exércitos
do mundo] em nome de uma supremacia racial que lhe permitiria expulsar os
habitantes daquelas terras ou confiná-los ao desespero de uma vida sem sentido.
(…)
Como esta política não tem viabilidade, vai
sendo agravada numa cavalgada de proporções sempre mais tenebrosas.
(…)
Uma punição coletiva que só pode ter como
fundamento um abismo de ódio.
(…)
Netanyahu pretende um resultado definitivo,
sepultar a promessa de um Estado Palestiniano soberano.
(…)
Ele precisa da guerra para se salvar.
(…)
[Na guerra que opôs povos africanos ao regime
colonial-fascista português], Cabral não aceitava o princípio da culpa
coletiva, nem a tomada de reféns, porque agia militar e politicamente para
derrotar o exército opressor.
(…)
Foi assassinado antes de poder saber que a sua
política foi vencedora.
(…)
Note-se que a ditadura, em contrapartida, usava
o princípio racista da culpa coletiva, e foi isso que justificou [massacres,
torturas, prisões extra-judiciais e mesmo algumas mortandades].
(…)
O que é facto é que, depois de cinco séculos de
escravatura, servidão, exploração e desumanização, os movimentos de libertação
não tinham como objetivo aterrorizar ou matar civis.
(…)
Cabral, acusado de terrorista pela ditadura,
foi o libertador que lutou pela democracia e que recusou o princípio da punição
coletiva e queria aliar-se ao povo português.
(…)
Salazar, o que o acusava, foi o terrorista que
mandou matar civis africanos e sacrificou Portugal numa guerra em nome daquele
princípio.
(…)
[Os inimigos que é preciso derrotar são] o
colonialismo, o extremismo e a banalização do mal que são os impulsos da guerra.
Francisco Louçã, “Expresso”
online (sem link)
O sionismo não é todo igual, ao contrário do
que muitos indefetíveis e críticos de Israel acreditam, apesar de ser cada vez
menos diferente.
(…)
O sionismo de esquerda foi emancipatório,
generoso, progressista, inspirador do espírito dos kibutzim e responsável pela
criação das principais instituições que hoje existem em Israel.
(…)
O problema é esta versão revisionista, por
natureza exclusiva e “chauvinista”.
(…)
A vitória e radicalização do sionismo
revisionista, representada pelo Likud e por todos os herdeiros Begin, determina
o impasse neste conflito.
(…)
A guerra tem mais de 70 anos, teve poucos
intervalos e é quotidiana e imparável há bastante tempo.
(…)
Foi o Likud de Sharon e Netanyahu, depois da
bem-sucedida eliminação de Yitzhak Rabin (…), aliado a forças ainda mais
extremistas, que acabou por determinar o que Israel é hoje.
(…)
E é deste Israel que falamos.
Daniel Oliveira, “Expresso”
online (sem link)
[As
embalagens de utilização única têm] um custo enorme para a sociedade e para o
ambiente, com o statu quo actual a diminuir a nossa capacidade colectiva de
desenvolver alternativas.
(…)
As abordagens de prevenção de resíduos e as
embalagens reutilizáveis, por exemplo, oferecem excelentes oportunidades.
(…)
Irá a
União Europeia (UE) enviar um sinal claro a todos os que estão empenhados em
mudar para sistemas de embalagens reutilizáveis?
(…)
A
produção de materiais de embalagem de utilização única (à base de papel ou de
outros materiais) implica um elevado consumo de energia, esgota os recursos
naturais e liberta gases com efeito de estufa (GEE).
(…)
Estudos após estudos provam que estamos a transgredir os
limites do planeta mais rapidamente do que nunca.
(…)
Só na UE houve um recorde de 177 kg de
resíduos de embalagens por pessoa em 2020.
(…)
Os sistemas de reutilização de embalagens
permitem libertar-nos do modelo linear convencional (produzir, utilizar e
deitar fora).
(…)
A
adopção destes sistemas de reutilização pode dar novo fôlego às economias
locais, reduzindo tanto as importações como a dependência de cadeias de
abastecimento globais.
(…)
Mas sejamos claros: as embalagens reutilizáveis
têm de existir em grande escala em toda a Europa.
(…)
A
grande mudança de mentalidade de que necessitamos vai garantir que o ónus da
responsabilidade não recai novamente sobre os consumidores.
(…)
O
nível de lobbying sem precedentes (de acordo com os nossos contactos no
Parlamento Europeu) que se verifica actualmente em Bruxelas em torno do PPWR
está a tornar alguns políticos estranhamente hesitantes.
(…)
As atenções centram-se agora nos eurodeputados
que irão votar na semana de 23 de Outubro de 2023.
(…)
A todos os eurodeputados: a bola está no vosso
lado.
Aline Maigret, “Público”
(sem link)
O
número de mortos que se perspectiva e a forma como estão a tentar eliminar os
palestinianos da região obrigam a falar em genocídio e limpeza étnica.
(…)
Os ataques do Hamas foram uma carnificina e
devem ser classificados, sem reservas, como atos terroristas.
(…)
O que
não podemos é aceitar que sirvam de legitimação para matar civis palestinianos
e para o cometimento generalizado de crimes de guerra por parte de Israel.
(…)
Dirigentes [israelitas] verbalizaram aquilo que
teríamos cautela em concluir: que Israel quer punir o povo palestiniano
coletivamente pelos atos do Hamas.
(…)
Aproximadamente
metade da população em Gaza é constituída por crianças. As crianças não são do
Hamas e não são cúmplices de ataques terroristas.
(…)
A quem
não for capaz de [condenar a
matança que Israel está a fazer na Palestina], recomendo que se
remeta ao silêncio e que se abstenha de exigir tomadas de posição a terceiros.
(…)
É
mesmo preciso saber se [líderes de
todas as forças políticas em Portugal] consideram que esta
barbárie está legitimada, se tem atenuantes ou se é tão imperdoável como os
ataques do Hamas.
(…)
Sucede que a posição da UE é parcial e, por
isso, injusta.
(…)
A
falta de iniciativa e de coragem para condenar a atuação de Israel, que se vê
por cá, é a mesma que caracteriza a comunidade internacional.
(…)
Parecemos aceitar coletivamente que o destino
daquelas pessoas está traçado e que não há nada a fazer por elas.
(…)
Na Faixa de Gaza vivem pessoas iguais a nós.
Carmo Afonso, “Público”
(sem link)
Sem comentários:
Enviar um comentário