sábado, 14 de outubro de 2023

MAIS CITAÇÕES (253)

 
O grande sacrificado do Orçamento são os serviços públicos, com a saúde à cabeça.

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Não haverá soluções estruturais para as urgências, transformadas num serviço intermitente.

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O setor privado continuará a beneficiar de uma parte significativa do orçamento público.

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A folga orçamental em 2023 foi de 4400 milhões, mas este dinheiro não será utilizado para reforçar os serviços públicos ou para valorizar as carreiras dos profissionais que podem assegurá-los.

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O objetivo do PS é ir além da troika no que à política orçamental diz respeito.

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Todas as semanas responsáveis por serviços se demitem perante a impossibilidade de fazer escalas e de garantir o funcionamento das instituições.

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Anunciou o Governo, na apresentação do Orçamento para a saúde, que este subiria 10% face a 2023. É um truque contabilístico.

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Se compararmos com a verba realmente executada neste ano, o aumento previsto para 2024 é de apenas 4,7%.

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Haverá, isso sim, milhões transferidos do SNS para pagar aos privados serviços.

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Faltarão esses milhões para equipar o SNS com capacidade para prestá-los. 

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Haverá milhões para contratar médicos à tarefa e para horas extraordinárias, mas não se utilizará esses milhões para assegurar carreiras que sejam atrativas. 

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Não haverá propostas na mesa de negociação com os sindicatos capazes de acabar com a exigência absurda de milhões de horas extraordinárias a profissionais já esgotados.

José Soeiro, “Expresso” online

 

Não nos perguntemos o que leva os operacionais do Hamas a entrar num festival de música e a arrastar para o terror e para a morte miúdos e miúdas que a única culpa que carregam é estar do outro lado do muro.

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Não nos perguntemos o que leva o ministro da Defesa de Israel a anunciar que não permite a entrada de água, eletricidade e comida numa Gaza coletivamente punida.

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A pergunta perturbante é o que leva um palestiniano comum, que reconhece, como nós, o bem e o mal, a sentir-se vingado com as imagens de terror.

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Ou como israelitas comuns não veem as crianças mortas pelos bombardeamentos propositadamente indiscriminados de Gaza como iguais às crianças mortas pelos carniceiros do Hamas.

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A anestesia moral precisa de desumanizar o outro. E a diferença cultural facilita. Até por cá.

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Só a aniquilação da empatia permite a guerra de extermínio a que Hamas e Netanyahu se dedicam.

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Cada besta olha-se no espelho do muro e vê do lado oposto outra besta.

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Nascem e crescem e morrem num ódio pelo outro que só é suportável se o outro não for humano.

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E quem explicou melhor o impasse no território foi Ami Ayalon, ex-chefe do Shin Bet: os israelitas terão segurança quando os palestinianos tiverem esperança.

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O apoio de palestinianos comuns ao Hamas resulta da desesperança absoluta depois de todas as lideranças moderadas terem sido aniquiladas e qualquer possibilidade de um Estado ter sido inviabilizada.

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Desde que a direita radical israelita enterrou a longínqua memória de Arafat e Rabin que a solução é só uma: esmagar qualquer sonho de uma nação palestiniana.

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O papel de Israel no nascimento do Hamas está documentado. 

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É provável que os políticos que o fizeram já se tenham arrependido.

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O Hamas é causa e consequência de um objetivo planeado: fragilizar qualquer liderança palestiniana para nada ter de negociar.

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O Hamas precisa de Netanyahu e Netanyahu precisa do Hamas. 

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Porque uns e outro precisam que a guerra não seja entre humanos para que a negociação seja impossível.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Sempre ouvi dizer que com a saúde não se brinca… mas todos os portugueses sabem que alguém se entretém continuamente a brincar com a saúde de todos.

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O Serviço Nacional de Saúde está verdadeiramente doente, muito debilitado, quase moribundo.

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O SNS tem sido uma ajuda preciosa e indispensável, um alívio para todas as maleitas, uma panaceia que sempre se impôs ela qualidade dos seus profissionais.

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Todos nos lembramos dos momentos em que batíamos palmas à janela aos médicos e demais profissionais da área da saúde.

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Os médicos, e aqui falo apenas deles, têm sido progressivamente menos prezados na sua importância e imprescindibilidade.

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As novas gerações de médicos fogem do SNS como o diabo da cruz e emigram para outras paragens (…) ou procuram o setor privado.

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Hoje, a situação é muito difícil e cada vez mais perto da anemia e do caos.

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O problema vem de longe embora se tenha agudizado nos últimos tempos.

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O Serviço Nacional de Saúde será, talvez, uma das maiores conquistas do 25 de abril e é, seguramente, um dos pilares que mais defesa encontrará na sociedade.

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Penso, sobretudo, nos muitos que menos têm e que só se podem socorrer dos hospitais públicos.

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Será que ainda vamos a tempo de salvar essa joia que é o SNS?

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Que sentido tem os médicos trabalharem 40 horas por semana, quando a jornada de 35 horas já foi decidida há muito tempo para o setor público?

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Que sentido tem existirem cerca de 10 milhões de horas extraordinárias nos hospitais?

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A questão é que os médicos estão exaustos e têm toda a razão, resolveram dizer basta e que não aguentam mais…

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[É preciso] dar o valor a quem se prepara durante mais de 12 duros anos para ter as nossas vidas nas mãos.

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Se o Governo não reconhecer as justíssimas reivindicações dos médicos, a catástrofe pode estar eminente.

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A equação parece simples: ou se investe no tratamento da doença do SNS… ou então este morre!

José Manuel Portugal, “Diário de Coimbra” (sem link)

 

O que o Papa Francisco tem realizado nesta década de atividade incansável é uma verdadeira revolução teológica, sem paralelo em qualquer das grandes religiões mundiais.

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Oito anos depois da sua encíclica sobre a situação ambiental e climática do nosso mundo, Louvado Sejas (Laudato Si), o Papa Francisco, (…), publicou a sua Exortação Apostólica, Louvai a Deus (Laudate Deum). 

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Aquilo que o Papa efetua é um consciente regresso ao cristianismo fundamental do Santo de Assis, de quem retirou o seu nome. 

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Nas origens da devastação ambiental e climática está o "pecado estrutural" de uma "economia que mata". 

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O humanismo, ao tornar-se hiperbólico, transformou-se numa força letal contra o futuro.

Viriato Soromenho-Marques,  DN


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