quarta-feira, 27 de março de 2024

CITAÇÕES À QUARTA (96)

 
[Miranda Sarmento] tem a lata de ir pedir ao PS que seja uma espécie de suplente do Chega, substituindo os votos que este negou à última da hora.

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[Este início de mandato de Luís Montenegro prova] que gerir silêncios não chega para ser um bom líder, muito menos quando o contexto político é tão difícil como este.

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Um começo que já está a ajudar a marcar o lugar que cada um ocupará neste complexo xadrez político.

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Aconselha-se o respeito político [ao PSD] pelos oponentes.

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É deslocada a arrogância com que [o PSD] entrou neste processo.

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PSD, PS e Chega estão lutar pela sua autonomia estratégica que pode determinar a sua própria sobrevivência política.

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[Nestes primeiros meses] ficará claro que se o PSD tem um interlocutor preferencial, se fica em condições de o prender à sua governação e se terá condições para o responsabilizar por uma crise política.

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Nenhum aceitará ser usado sem dar muita luta.

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Os jogos de sombras, as meias palavras, os acordos escondidos, as chantagens dissimuladas só resultariam com muita arte política.

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Neste jogo, o PSD terá de fazer escolhas e aceitar o preço dessas escolhas. 

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Quando quiser falar com o PS (…) tem em conta que está a conversar com um partido que tem os mesmos deputados que ele.

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O primeiro dia do resto da vida do PSD não podia ter sido mais desastroso. Juntou-se o amadorismo ao cinismo, uma combinação politicamente explosiva.

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O Chega conseguiu o caos de que se alimenta.

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Ninguém conseguiria tramar o PSD como o PSD se tramou.

Daniel Oliveira, “Expresso” online (sem link)

 

Pacheco de Amorim fez parte do grupo de luta armada, de extrema-direita, Movimento Democrático de Libertação de Portugal, responsável por vários ataques bombistas e mortes, entre elas a do padre Max e da estudante Maria de Lurdes.

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Tenham presente que os crimes de sangue nunca foram amnistiados e que houve um julgamento no Tribunal da Boa Hora para esses crimes.

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Tenham sobretudo presente que o homem a quem devemos a organização do 25 de Abril, Otelo Saraiva de Carvalho, não teve direito ao decretamento de luto nacional por ter feito parte das FP-25. Neste caso houve consequências.

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Em vida, Otelo foi julgado e condenado a pena de prisão por associação terrorista. Cumpriu cinco anos.

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Otelo acertou as suas contas com a justiça e com a sociedade. Mas não lhe reconheceram o direito às honras que os seus feitos de Abril exigiam.

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As contas ficaram por acertar.

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A história escreve-se mesmo quando não nos apercebemos que está a ser escrita e a nossa história recente descreve um país a virar à direita.

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[Pacheco de Amorim] nunca foi julgado pela sua associação a um movimento de luta armada. A extrema-direita nunca acertou contas com a justiça.

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[A luta armada] da extrema-direita pretendia a reposição da ditadura do antigo regime.

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Os ideais da extrema-direita continuam vivos e presentes entre nós. 

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Em 2021, na Convenção do Movimento Europa e Liberdade, os estados-gerais da direita, Rui Rio afirmou que o PSD está muito mais à direita do que estava com Sá Carneiro.

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Reparem que este definia o PSD como um partido de esquerda não marxista.

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O que aconteceu ao PSD é muito parecido ao que aconteceu aos portugueses. Vamo-nos deslocando para a direita e, entretanto, normalizando aquilo que deveria ser inaceitável.

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A bancada parlamentar do PSD já deveria saber que o Chega não é fiável.

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O sistema [democrático] ignorou as suas próprias regras para proteger quem diz estar na vida política para o derrubar. 

Carmo Afonso, “Público” (sem link)

 

É bastante distópico ser estudante no tempo que estamos a viver.

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Neste momento histórico, só vemos algo que, mais que nunca, é completamente abstrato.

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O nosso futuro nunca foi tão incerto como agora.

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Parece estranho estarmos ativamente em construção de um futuro que não sabemos como virá.

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Face a isto, muitos estudantes sentem a desproporcionalidade no que toca à resposta do "movimento estudantil" ao momento atual, em que seria necessária uma maior combatividade.

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Celebrar Abril sem o cumprir é um erro que estamos a fazer há demasiado tempo.

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O porquê destes protestos [pelo fim ao fóssil, por exemplo] também é o mesmo: não aceitamos a vida que nos está a ser imposta. 

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Como jovens no limiar de um futuro, é nosso dever rebelar-nos contra as injustiças que este sistema nos impõe.

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Até há alguns anos isto [polícia fora do campus das nossas faculdades] seria impensável, mas, de facto, voltou a acontecer, e isso significa algo.

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Clima não é causa. Clima é contexto. 

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A ciência e a justiça são claras quando alertam para o necessário: precisamos do Fim ao fóssil até 2030.

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O sistema é claro ao não ter sistema, é claro ao não ter nenhum plano para isto. 

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O ritmo atual de mudança não é suficiente face ao que estamos a viver. Torna-se então claro que a insurgência pela vida é uma necessidade.

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[Os estudantes organizados na Greve Climática Estudantil] após dois anos de marchas perceberam que fazer isso apenas não era suficiente face à destruição, colapso e mortes que a crise climática estava a causar com uma intensidade crescente.

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É insanidade achar que repetindo as mesmas coisas que não têm funcionado vamos chegar a lado algum.

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A alternativa que nos deixaram é uma luta que se deve fazer combativa e ativa, constante, criativa e interseccional.

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Precisamos de interromper as instituições de poder que nos estão a condenar.

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Sem futuro não há paz, não é apenas uma frase para ser gritada numa marcha. É uma forma de luta.

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É sabermos que enquanto o nosso governo não tiver um plano que garanta fim ao fóssil até 2030, e com isso nos garanta um futuro, nós não lhe daremos paz.

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Precisamos de um movimento massivo e disruptivo que se mobilize por justiça climática e justiça social, porque não nos deixaram outra hipótese.

Matilde Ventura, “Expresso” online


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