(…)
O Chega, sem qualquer escrúpulo a dar o dito por não dito,
aposta no bloqueio institucional para dobrar Montenegro num acordo à luz dos
holofotes.
(…)
Da refrega sai um presidente do Parlamento enfraquecido e a
prazo, novos patamares de farsa na extrema-direita, e mais probabilidade de
eleições repetidas em breve.
(…)
No imediato, há que cobrar promessas eleitorais
(…)
O que foi dito em campanha por PSD e PS tem de ser submetido
ao teste da votação parlamentar.
(…)
Além das respostas aos aspetos sociais mais prementes - com a
habitação, a saúde e os rendimentos à cabeça -, há ainda o tema da
representação parlamentar e da consistência entre os votos expressos e os
mandatos atribuídos a cada partido.
(…)
Milhares de cidadãos veem-se condicionados e desincentivados
de participar eleitoralmente por saberem de antemão da improbabilidade da
eleição da sua escolha no seu círculo eleitoral, onde só dois ou três partidos
têm percentagem suficiente para eleger.
(…)
A ausência de mecanismos de compensação pelos votos não
convertidos em mandatos nos círculos distritais ou de região autónoma favorece
os maiores partidos.
(…)
Neste início de legislatura, enfrente-se também esta entorse
democrática.
José Soeiro, “Expresso” online
Mais do que capacidade técnica, estes ministros
terão de demonstrar preparação política e deverão falar a uma só voz.
(…)
É um
Governo de direita como era suposto. Estão de volta velhas tendências como
integrar no mesmo ministério a Educação, a Ciência e o Ensino Superior.
(…)
Fazer isto é retirar importância a cada uma
dessas áreas, o que terá impacto.
(…)
Preparem-se para recuos nas políticas do
anterior Governo, sobretudo nas que estão incluídas no pacote Mais Habitação.
(…)
A
esquerda que saiu à rua em protesto contra António Costa tem boas razões para começar
a dar corda aos sapatos.
(…)
O novo
ministro das Finanças, Miranda Sarmento, foi contra o aumento do salário mínimo
nacional no período pós-pandemia e considerou que a subida nessa altura foi
feita “às custas da produtividade da economia portuguesa.”
(…)
O
mesmo Miranda Sarmento é contra as 35 horas semanais e em tempos defendeu a
privatização da Caixa Geral de Depósitos.
(…)
Não esquecer também o novo ministro da
Economia, Pedro Reis, um crente na bondade do mercado.
(…)
Pedro
Reis parece acreditar que a função do Estado é não ser um empecilho para as
empresas e fica tudo dito.
(…)
Acredita que reduzir impostos é uma boa receita
para o crescimento económico.
(…)
Ventura
não é um político fiável e orientará a bancada parlamentar do partido ao sabor
de conveniências e não fará questão de honrar a palavra dada.
(…)
Montenegro não esteve à altura da dificuldade
desta equação e foi apanhado na curva numa clara demonstração de impreparação.
(…)
As
pessoas mais à esquerda não viram com bons olhos que tenha sido o PS a ajudar
Montenegro sem contrapartidas visíveis.
(…)
O PS
poderia, e deveria, ter negociado mais, mas ficou demonstrada a necessidade que
a direita tem do apoio de Pedro Nuno Santos.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)
Três
meses e meio depois de assumir o poder, o Governo de Milei anunciou esta semana
que as pensões de Abril dos reformados serão pagas em duas prestações. Em que data, o executivo não disse.
(…)
[O aumento das reformas assim como a sua
atualização vai ser] adiado para data incerta e que os reformados receberiam em
primeiro apenas o valor sem actualização.
(…)
O
choque das políticas económicas do Governo Milei começa a atingir aqueles que
habitualmente sofrem com os ajustes destinados a resolver problemas que não
criaram, os mais pobres.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
O número
de pessoas a viver na pobreza em Itália subiu em 2023 para valores que não se viam há uma década –
desde que esta série começou em 2014.
(…)
Com
excepção de 2019, a pobreza vem subindo no país nos últimos dez anos, mas nunca
em valores tão altos como estes dois últimos anos.
(…)
Contra
todos os avisos, nomeadamente do Banco de Itália, o Governo de extrema-direita
de Giorgia Meloni decidiu começar a retirar os subsídios para os mais pobres,
criados para minimizar o impacto da pandemia nas família.
(…)
[Para
Meloni] que importa que os especialistas calculem que a Itália está a caminho
de ter mais um milhão de indigentes? E que os 5% mais ricos detenham cerca de
50% de toda a riqueza nacional, subindo de 40% há apenas dez anos?
António Rodrigues, “Público” (sem link)
Isabel
Díaz Ayuso lidera a ala mais à direita do Partido Popular espanhol. A
presidente da Comunidade de Madrid está no PP, mas o seu discurso político é mimético
do Vox.
(…)
Ayuso
é a típica política populista que sacrifica tudo e todos em prol do seu
calculismo político sem escrúpulos – e dos seus interesses pessoais e
familiares.
(…)
Pai, irmão, marido, amigos, todos surgiram
envolvidos em negócios mais ou menos obscuros.
António Rodrigues, “Público”
(sem link)
[A Federação Russa, ainda soviética] assinou,
aderiu, declarou que se submetia ao escrutínio das Nações Unidas,
comprometendo-se a acabar com a tortura no seu território.
(…)
A tortura é impiedosa, é errada e não é, de
modo algum, uma forma eficaz para obter informação.
(…)
Em
2023, a relatora especial das Nações Unidas para a tortura denunciou que a
Rússia recorria à tortura como prática e como “política de Estado para
intimidar e instalar o medo”.
(…)
Mais recentemente, a morte de
Alexei Navalny chocou o mundo e as circunstâncias da sua morte
continuam por esclarecer.
(…)
Vozes
houve que denunciaram também que Navalny foi sujeito a tortura ao longo dos
anos em que esteve detido e antes da sua morte numa prisão do Ártico.
(…)
[A tortura] segue em sentido contrário ao da
obtenção de justiça. Se for cometida, é também um crime.
(…)
A tortura não é um atalho no caminho da
justiça, da verdade e da reparação às vítimas, é um bloqueio.
(…)
A
tortura é errada. Bloqueia a verdade. Será que é isso que as autoridades russas
querem, para assim poderem culpar outros [no do ataque à sala de concertos Crocus City Hall?
Pedro A. Neto, “Público” (sem link)
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