sábado, 23 de março de 2024

MAIS CITAÇÕES (275)

 
Na verdade, o descontentamento só se transforma em protesto se alguém o politizar.

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A questão central da política é sempre quem é que politiza o sentimento de mal-estar que se pressente na sociedade.

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A meio da década passada era possível desenhar uma geografia do protesto social que tinha diferenças importantes na Europa. 

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Em Portugal, em 2016, a esquerda transformou em votos a onda de protestos que agitaram os anos do governo da troika e, na sua sequência, a “esquerda à esquerda” dos socialistas participou pela primeira vez no suporte a um governo em quase 50 anos de democracia constitucional.

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A interpretação do cisma do protesto na Europa era que a Sul ainda se guardava a memória dos regimes autoritários que aqui vigoraram até ao último quartel do século XX e prevalecia uma tradição de mobilização ancorada à esquerda, que foi quem os combateu.

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[A] rede de pertenças e organizações vinha de trás – da tradição dos sindicatos, das organizações culturais, das vivências partilhadas nos locais de trabalho e nos bairros residenciais. 

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Subitamente [em 2018 quando os coletes amarelos irromperam em França], e contra a tradição europeia do pós-guerra, parecia ser a direita a ser capaz não apenas de politizar o mal-estar popular, mas de assumir explicitamente a radicalização dos protestos nas ruas.

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Por cá, ainda houve quem tentasse uma mobilização semelhante. Foi um absoluto flop.

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[Após os resultados eleitorais de 10 de março] não sabemos bem o que seria agora uma convocatória deste tipo, de tão inebriados nos parecem os apoiantes da extrema-direita pelos resultados nas urnas.

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O que [a esquerda] parece ter perdido é o ingrediente central da construção de um bloco social – o enraizamento na cultura popular e a presença nos espaços do quotidiano em que se faz socialização, se criam pertenças e se opera a politização.

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A narrativa da extrema-direita tornou-se mais forte para contar a história do presente e aponta outros culpados: as transformações sociais, as mudanças nas identidades; os novos fluxos migratórios; as “raças” e os pobres que merecem castigo.

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Sabemos que a presença da extrema-direita nas redes é financiada por interesses poderosos e empresários endinheirados.

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E sabemos que todos estes espaços são governados pela lei de que quem paga, manda. O que implica que nesses espaços a esquerda está sempre em desvantagem.

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 Está na hora de [a esquerda] se reinventar e organizar para essa politização.

Ana Drago, DN

 

Os resultados das eleições legislativas evidenciam-nos uma delicada realidade: instalou-se no nosso sistema político um agente organizado que congrega o fundamental do saudosismo do regime fascista e dos valores retrógrados a ele associados.

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O sindicalismo é um dos opositores mais eficazes à exploração que o fascismo faz de descontentamentos, do ressentimento, do egoísmo, do ódio, da contínua divisão entre “pessoas de bem”, “malandros” e “fracassados”, da negação das liberdades e de direitos sociais e laborais.

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Em muitos contextos idênticos ao que estamos a viver, o movimento sindical foi espaço de construção de esperança.

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O lugar e o valor do trabalho na sociedade não dispensam a existência de sindicatos: eles não vão desaparecer.

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Não é tempo de sujeição a taticismo vindo de forças políticas, nem de práticas taticistas internas.

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Não faltaram democratas a secundarizarem o perigo iminente [do reforço do Chega a nível parlamentar].

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Vai agir ardilosamente perante um Governo duplamente minoritário, mas determinado a executar o seu programa, que em muitas matérias aprofunda o neoliberalismo e vai na direção de políticas reclamadas pela extrema-direita. 

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Jamais respeitará princípios democráticos e valores de ordem ética.

Carvalho da Silva, JN

 

[Na sequência dos resultados das recentes eleições legislativas] percebemos que uma larguíssima maioria tinha, desde há meses, tinha decidido mudar e mudar com potesto.

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Percebemos isso pela magnitude do salto de um partido que passa de 12 para 50 deputados e pela distribuição geográfica deste voto.

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[No distrito de Faro] as razões de protesto são profundas e muito antigas, sendo compreensível a desistência no voto moderado, mas ineficaz.

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Alguém dizia em imagem poderosa, que no Algarve só quando as piscinas da Quinta do Lago estão vazias é que as autoridades acordam para o problema da endémica falta de água.

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Devíamos saber que a vida tem horror ao vazio e que o partido das soluções simples e rápidas havia de chegar.

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Em Portugal, este voto é, sobretudo, um voto pela qualidade da governação.

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Portugal é o 7º país mais seguro do mundo, tem menos de 10% de não residentes, sendo 40% destes Brasileiros, e o país confessa-se maioritariamente Cristão/Católico.

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Vários fatores se alinham para que um governo que passa com tantas incertezas possa, afinal, congregar vontades e implementar mudanças.

Cristina Azevedo, Consultora, “diário as beiras“

 

A comemoração do Dia Mundial da Árvore e do Dia Internacional das Florestas assume uma importância sem precedentes numa conjuntura marcada pela degradação dos ecossistemas, pela perda de biodiversidade e pelas alterações climáticas.

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Segundo as Nações Unidas, estima-se que até 2050 dois terços da população mundial viverão em cidades, tornando assim urgente a implementação de medidas que promovam um crescimento urbano sustentável e mitiguem a sua pegada carbónica.

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As áreas arborizadas urbanas e periurbanas assumem um papel preponderante no combate ao aquecimento global e na resiliência das cidades.

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As árvores continuam a ser, em grande parte, relegadas a uma mera serventia ornamental.

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[As árvores] fornecem múltiplos serviços de ecossistema.

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No entanto, para maximizar estes potenciais benefícios, é fundamental um planeamento adequado destas florestas.

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É essencial que a importância das árvores e das florestas seja um tema chave nos currículos escolares, e que se desenvolvam atividades práticas que proporcionem às crianças e jovens aprendizagens significativas e uma maior conexão com a natureza.

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O futuro das árvores e das florestas, urbanas ou não, depende da valorização do Ambiente e da educação para a sustentabilidade das novas gerações, que pressupõe a participação ativa dos pais, educadores, professores e de toda a comunidade.

Helena Moreira, “Público” (sem link)


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