sábado, 30 de março de 2024

MAIS CITAÇÕES (276)

 
Oferecendo uma oportunidade única a Pedro Nuno Santos, assim começou o mandato de Montenegro como líder de uma curta maioria parlamentar. 

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Aguiar-Branco acabaria sempre por ser eleito, mas, apesar da pressão estar sobre o Chega e as trapalhadas do PSD, foi o PS o primeiro a ceder, fazendo um acordo absurdo.

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O PS conseguiu um acordo que instituiu o bloco central para uma legislatura inteira sem qualquer ganho para o país ou para si.

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O que estava em jogo era bem mais do que a presidência da AR.

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O PSD esperava usar a tática Carlos Moedas — aprovem ou sejam responsáveis por uma crise —, mas foi longe demais nas conversas com o Chega.

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Como correu mal, o Chega instalou o caos em que é especialista.

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A tese dos três blocos é interessante e verdadeira. Só tem um problema: não serve para nada, porque nenhum deles tem força para governar.

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Mas o que está em causa é a sustentação previsível deste Governo que se determina nos orçamentos de Estado.

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É porque as pessoas acreditam que essa sustentação deve ser previsível que quem viabiliza o primeiro é candidato a viabilizar os seguintes.

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Se não o fizer será ele o responsabilizado por uma crise política e punido nas urnas.

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Pelos erros do PSD e a instabilidade do Chega, este primeiro ensaio dava ao PS a oportunidade de começar a conquistar a liderança da oposição. 

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Até para ser “oposição construtiva” é preciso ser oposição de facto e ter autonomia estratégica para ser construtivo. 

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Quem está amarrado a um Governo depende da boa vontade do governante. 

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Sempre que Ventura sentir que Pedro Nuno Santos vai fazer oposição saltará para fora do barco para tentar atirar o PS para a maioria da estabilidade. 

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Se os três blocos se mantiverem, as eleições acontecerão brevemente, porque o impasse de ontem será recorrente.

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Com a atual composição parlamentar, decidida pelo voto popular e a irresponsabilidade do Presidente, vivemos a gestão da instabilidade para decidir como isto estabiliza, sobrando dois blocos fortes.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

O que aconteceu na Assembleia é mais normal do que anormal, dada a sua composição actual.

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O que seria anormal é que um nome proposto solitariamente por um único partido, sem maioria, sem qualquer negociação prévia (…) O que seria anormal é que um nome proposto solitariamente por um único partido, sem maioria, sem qualquer negociação prévia.

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Todos os nomes da Mesa da Assembleia vão a votos e ir a votos não é um pró-forma.

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É legítimo os deputados, para isso é que a sua decisão é protegida pelo voto secreto, decidirem sobre os nomes propostos fazendo um julgamento moral e político individual.

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Reprovar um qualquer candidato é inteiramente legítimo.

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A Assembleia não é, como se disse, o “local onde se fazem acordos”, é o local onde se manifestam as diferenças, as “partes” que são o ar da democracia.

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Só a nostalgia da não-política e a obsessão de que a boa política é o “consenso” – uma das sombras deixada pelos 48 anos de censura e de demonização da política – explicam a pseudo-indignação com o que se passou.

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A ecologia política dos nossos dias é a da radicalização, verdade seja dita, hoje mais à direita do que à esquerda.

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A designação [Governo de combate] não é inocente, destina-se a minimizar aquilo que, se o Governo fosse do PS, estaria a ser dito por todo o lado: é um governo de partido.

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Mas o domínio da direita no comentário político e a impregnação do espaço público com classificações convenientes exercem os seus efeitos.

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Até à queda do Governo do PS, o silêncio era falta de transparência, agora é recato.

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Um dos aspectos fundamentais que distinguem a democracia da demagogia é não ser uma democracia directa.

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O ciclo democrático implica usar o estado de graça para tomar decisões difíceis no início dos mandatos e as mais fáceis, as “eleitoralistas”, no fim.

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[Este governo] se governar apenas a pensar nas próximas eleições, governará mal.

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[Um bom governo] não ser um governo assente na resposta a reivindicações.

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Uma das fragilidades deste período final do Governo do PS sob tutela presidencial foi criar um vácuo de poder que tornou as reivindicações de professores, polícias e médicos, e de outros grupos profissionais, no cânone das promessas de governação.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Tudo é instrumental [para a extrema-direita] ao serviço de um desígnio: espalhar o caos, para justificar a reclamação da “ordem” e da “autoridade” antidemocrática e fascista.

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É conscientemente que entram em choque com o escrutínio e o compromisso democráticos, que mentem descaradamente, que substituem o argumento político pelo desrespeito e o insulto.

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Nesta fase, o seu programa centra-se na montagem do circo feito de bagunça, de confusão, de atos de humilhação do outro. 

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Em nenhum espaço institucional é tolerável a impunidade face à violação de regras e princípios democráticos. 

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Há que encontrar formas de se irem fazendo retratos sérios dos mentores do projeto. 

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O PSD não quer assumir a natureza do Chega. Mesmo debaixo de uma provocação, não quis perceber que se trata de uma força “não confiável”. 

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O PS deu um passo para se resolver um problema institucional e isso compreende-se. Contudo, não tinha de o fazer na forma de partilha de lugares.

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Para o imediato [as propostas vindas das forças à esquerda do PS] têm de ser ofensivas. 

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[Alguns daqueles que se opõem à democracia] ocupam hoje lugares relevantes nas instituições.

Carvalho da Silva, JN


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