sábado, 16 de março de 2024

MAIS CITAÇÕES (274)

 Com a vitória de Pirro da AD e a derrota do PS, um entendimento seria um abraço entre dois náufragos, enquanto Ventura denunciava o conluio de um sistema que se afunda.

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PSD e PS podem entender-se sobre reformas da justiça, política penal ou política internacional. Até podem mexer nas remunerações e carreiras de servidores do Estado, porque houve um consenso na campanha.

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Mas o Orçamento é a espinha dorsal de um projeto de Governo.

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A tarefa democrática do PS é reconstruir-se depois de oito anos de poder.

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O PS precisa de uma cura de oposição.

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Seria absurdo e perigoso termos 135 deputados de direita e o grande partido da esquerda impedido de fazer oposição plena.

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Agora é sobre o Chega que a pressão tem de se sentir.

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Todos sabem que a composição deste Parlamento é incompatível com estabilidade política.

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A pressão sobre o PS não serve para mudar uma posição já fechada.

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Serve para responsabilizar o PS, e não o Chega, pela queda inevitável do Governo.

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O partido que for visto como tendo o dever de viabilizar o Governo será o responsável pela sua queda quando Montenegro achar que chegou o momento para ir de novo a votos.

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Montenegro quer que este ciclo seja curto para se livrar desta composição parlamentar impossível.

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 Quem ficar como ajudante forçado será responsabilizado pela queda do Governo, que acontecerá quando Montenegro quiser.

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A AD quer que o sacrificado seja o PS, porque, como Macron, sabe que é mais seguro ter o inaceitável Chega como alternativa.

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A estabilidade é impossível porque o Chega tem 18%. Se é ali que está o problema, isso deve ser claro para os eleitores.

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Quem quer combater o Chega deve, neste momento, pressionar para Ventura assumir as suas responsabilidades junto do eleitorado de direita.

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É que sem o PS a liderar a oposição não haverá alternativa democrática ao PSD.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Os resultados das eleições legislativas do passado domingo deixaram qualquer democrata preocupado. 

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É preocupante a grande expressão da extrema-direita na Assembleia da República (AR).

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A ameaça fascista não é um fenómeno conjuntural nos planos nacional, europeu e mundial. O bicho há muito entrou na maçã e vai contaminando-a.

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[Costa] secundarizou o papel das representações coletivas, em particular dos sindicatos. 

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Marcelo Rebelo de Sousa foi fazendo exercícios de encantamento e jogos táticos, à espera de uma oportunidade para entregar o poder à Direita. 

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Fê-lo com maestria, muitas vezes substituindo a falta de programa e de ação dos partidos da Direita

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Preparou tudo para que fosse o povo a decidir autocastigar-se.

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Também há muitos anos se nota incapacidade do sistema de Justiça em comunicar de forma aberta (adequada às limitações institucionais) com os cidadãos. 

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Muitas pessoas têm profundas razões para estarem descontentes. 

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Há que conhecer melhor os objetivos programáticos da extrema-direita, os instrumentos, mecanismos e camuflagens que utiliza para os concretizar.

Carvalho da Silva, JN

 

De um modo geral, os vários dirigentes partidários e os comentadores tendem a estender uma mão complacente na direção destes portugueses [que votaram Chega].

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O apelo é para encararmos estes portugueses descontentes (ou insatisfeitos, como agora se diz muito) com a infinita misericórdia do Senhor e para usarmos da máxima condescendência.

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Um grupo muito alargado de portugueses acredita que existe um sistema que beneficia sempre os mesmos e que os prejudica a eles e acredita também que existe uma elite podre e corrupta que deve ser derrubada. São os eleitores do Chega.

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É que tanta compreensão parece assentar num qualquer sentimento de superioridade relativamente às pessoas que votaram Chega e acabará por ser interpretada assim.

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Votaram a favor da discriminação racial e xenófoba e em prejuízo das minorias, das mulheres e de qualquer progressismo social.

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Não tenho propostas infalíveis para contrariar o crescimento de uma força política que traz ao de cima o pior da natureza humana e que engana os que são vulneráveis ao seu discurso.

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O partido figura no boletim de voto como se fosse democrático e perdeu-se a oportunidade [de o ilegalizarmos como a própria lei o permite].

Carmo Afonso, “Público” (sem link)

 

Há hoje várias indústrias a funcionar no contínuo político-mediático.

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O contexto, a atmosfera, a ecologia é do crescente investimento num jornalismo politizado.

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É hoje maioritariamente, e muito, de direita.

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Quando há gente do PS, são os PS fofinhos que estão sempre prontos para querer aquilo que é, no seu entender, “moderação” com a direita.

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Todas estas indústrias funcionam em conjunto, alimentando-se umas às outras, abafando qualquer voz que saia dos seus produtos tóxicos.

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Na indústria do tomar à letra, combinada com a indústria das contradições, a procura incessante de contradições, sempre para criar notícias e para atacar os políticos com supostas contradições.

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A politização do jornalismo nem sempre é resultado da volição política do jornalista; pode ser um efeito do rebanho ou da alcateia, mas é hoje tão comum que ninguém diz “Pára aí” ou “O rei vai nu”.

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Subitamente, órgãos políticos e de interesses, como a Rádio Observador, cujos orgasmos matinais contra o Governo davam o tom para as notícias de muitos outros órgãos de informação, passaram agora, como era de prever, a ensinar como é que a AD deve governar.

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[Os resultados eleitorais] mostram que quem deu o tom comunicacional ao Chega foi o sistema mediático de direita.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Nas últimas décadas, tanto a nível nacional como internacional, a promoção da igualdade de género, incluindo no local de trabalho, tem sido uma questão central na evolução legislativa e social de Portugal.

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O esforço governamental para garantir a igualdade de género no trabalho é uma questão essencial para a população, não só em Portugal como a nível mundial, dada a divisão sexual do trabalho reprodutivo.

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O trabalho reprodutivo tem sido tradicionalmente atribuído às mulheres e, atualmente, estas, para além de participarem no trabalho produtivo, continuam a assumir a maior parte da responsabilidade pelo trabalho reprodutivo em relação aos seus parceiros masculinos.

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Embora a legislação portuguesa forneça um quadro jurídico que apoia e promove políticas inclusivas no local de trabalho, a desigualdade de género está enraizada nas estruturas sociais e laborais.

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A divisão sexual do trabalho não está especificamente regulamentada, o que, na prática, significa que as mulheres que teletrabalham em casa são obrigadas a complementar simultaneamente o seu papel profissional com o seu papel de cuidadoras da família.

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O processo de erradicação da violência de género, tanto no trabalho como em geral, deve ser legislado, mas também alargado a todas as outras áreas sociais e culturais.

Mafalda Carvalho Cardoso, “Público” (sem link)

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