quarta-feira, 17 de julho de 2024

CITAÇÕES À QUARTA (112)

 
[As listagens das escolas, denominadas rankings] tratam de forma igual o que é diferente.

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São os resultados dos alunos e estes, como confirma uma vastíssima literatura científica, resultam em grande parte do contexto social, cultural e familiar.

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Os colégios privados fazem uma seleção natural.

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Do outro temos uma escola universal, onde todos têm lugar.

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O contexto social conta, de forma determinante na educação, e isso é esmagado pelos rankings. 

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[As escolas públicas] nunca conseguirão competir com as dos filhos da elite económica e cultural dos bairros mais abastados de Lisboa ou Porto.

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Um dos indicadores mais reveladores dos rankings deste ano é que, das 100 escolas melhor classificadas, 53 ficam em apenas cinco concelhos: Lisboa, Porto, Coimbra, Cascais e Braga.

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E as “melhores escolas” públicas do país estão quase todas nos bairros mais seletos das cidades com maior poder de compra.

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[Há ainda] uma nova realidade: o aumento do número de alunos estrangeiros, que não falam português como língua materna e que baixam a classificação das escolas públicas.

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[Mas] o que sobressai são as parangonas sobre “a melhor escola do país”. É isto que “vende” e é isto que a maioria dos pais procura.

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Os colégios privados juntam à seleção natural (das propinas), a artificial, afastando alunos piores ou indisciplinados.

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Dez lugares acima ou abaixo no ranking são mais ou menos crianças inscritas e mais ou menos receitas para o colégio. 

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[É a] escola interclassista, e não a seleção social ou a tentativa de aplicar a lógica meritocrática a crianças, que contribui para a igualdade de oportunidades.

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Uma corrida que já é desigual, que os rankings exibem sem explicar, fica mais viciada pelas notas inflacionadas de muitos colégios privados.

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A nota interna mais comum nos colégios é o 19 e a segunda é o 20.

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Já nos exames, 20% teve negativa.

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Em média, os resultados internos nas escolas públicas são 3,6 valores mais elevados do que nos exames, enquanto nos privados essa disparidade é de 4,8 valores.

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A discrepância de 1,2 valores, quando há centenas de alunos que não entram no curso pretendido ou no ensino superior por uma décima, atira para fora da universidade centenas ou milhares de jovens das escolas públicas.

Daniel Oliveira, “Expresso” online

 

Em 2018, a Assembleia da República aprovou, pela primeira vez, o direito à protecção das características sexuais, limitando modificações medicamente desnecessárias nas características sexuais das pessoas menores intersexo.

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A lei actual não se mostra suficiente para garantir a integridade das crianças intersexo.

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Continuamos a ver hospitais a divulgar estas modificações em crianças intersexo sem a existência de um comprovado risco para a saúde ou consentimento da criança.

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Não se trata de uma categoria única de corpo, existem várias formas de ser intersexo.

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Muitas famílias são aconselhadas ou pressionadas a permitir que as crianças intersexo passem por intervenções médicas adiáveis e irreversíveis, sem o seu consentimento livre e informado.

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Estas intervenções raramente são medicamente necessárias e violam a integridade física e mental das crianças.

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Prevalece assim a tentativa de conformar as crianças às normas de género, sem prezar pela sua integridade física e mental.

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Muitas vezes, a comunidade médica reage às leis que visam proibir cirurgias em crianças intersexo adoptando uma definição restrita.

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Ao reduzir o número de pessoas consideradas intersexo, menos pessoas são protegidas pela lei e mais procedimentos podem ser realizados.

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É crucial esclarecer a proibição legal das crianças intersexo de procedimentos médicos desnecessários e não consentidos, algo que já foi pedido pela ILGA-Europa.

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A esterilização forçada das pessoas com deficiência em Portugal ainda é permitida por lei. A circuncisão peniana em crianças sem motivos de saúde e consentimento é igualmente permitida.

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É preciso educar para a existência dos corpos intersexo e para o consentimento informado.

Pedro Valente, “Público” (sem link)

 

A pandemia de covid-19 transformou profundamente a perceção social da saúde pública, elevando-a para o centro da agenda global e destacando a sua importância para políticos, instituições, empresas e cidadãos.

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A saúde pública é um direito humano fundamental e a base da estabilidade social, económica e política.

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É imperativo capitalizar as lições aprendidas, valorizar o reconhecimento social e manter o investimento na saúde pública.

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Vivemos tempos de grandes desafios e oportunidades, e o nosso país, como muitos outros, enfrenta questões complexas e interligadas.

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É inequívoca a necessidade de uma transformação das políticas e do sistema de saúde para garantir a saúde, o bem-estar e a sustentabilidade económica, social e ambiental do nosso país.

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Assim, identificámos conjuntamente áreas prioritárias: transformar positivamente as políticas e os sistemas de saúde, criar comunidades mais saudáveis, robustecer a força de trabalho em saúde, e desenvolver a inovação, empreendedorismo e transformação digital em saúde.

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A importância da transformação dos sistemas de saúde para enfrentar desafios emergentes e abordar problemas sistémicos foi definida como vital, abordando áreas da gestão em saúde, organização, modelos de liderança e força de trabalho em saúde.

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Destaca-se [também] a importância do desenvolvimento de uma política de promoção da saúde e de literacia em saúde ativa, eficaz e participada, que apoie a capacitação das comunidades e indivíduos ao longo do ciclo de vida, mas também a criação de contextos favoráveis à saúde.

Sónia Dias, “Público” (sem link)


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