(…)
O que tem este velho esquerdista (para os parâmetros
norte-americanos) para, contra Trump, conseguir o que mais ninguém consegue?
(…)
Tem um discurso simples.
(…)
O discurso político sempre foi uma simplificação da
realidade. Até os atores dos confrontos políticos e socais o são.
(…)
O problema foi terem deixado que “nós” e “eles” passassem a
ser os nacionais e os imigrantes, os brancos e os negros, os heteros e os gays.
(…)
De forma refrescada, mas abertamente radical, Bernie
recuperou esse confronto nos 99% contra 1%, e volta a recuperá-lo no combate à
oligarquia.
(…)
Dispensando os seus habituais representantes, a oligarquia
tomou o poder político. Com isso, ganhou rosto.
(…)
A oligarquia passou a ter a cara de Musk. Deixou de ser uma
abstração.
(…)
Tem os democratas em crise profunda. A aprovação do partido
caiu para os níveis baixos desde 1992.
(…)
Por conveniência, os centristas querem acreditar que a
solução é deixar Trump à solta, esperando que se suicide.
(…)
Schumer [líder da minoria Democrata] no Senado assinou
o reforço do poder de Trump e talvez, sem o saber, a sua morte política.
(…)
55% dos democratas de Nova Iorque preferem Alexandria
Ocasio-Cortez e apenas 35% Schumer.
(…)
[Bernie Sanders vem] preparando as intercalares de
2026, e para ajudar a dar maior dimensão a Alexandria Ocasio-Cortez para chegar
ao Senado ou à Presidência.
(…)
Trabalha para a sucessão, coisa que Trump nunca fará e Biden
não soube fazer.
(…)
E tem, com forte ajuda da sua companheira de tournée, a
mobilização dos jovens.
(…)
Alexandria Ocasio-Cortez é a figura que mais agrada aos
democratas com menos de 45 anos.
(…)
O movimento progressista lançado por Bernie Sanders desafia
as cumplicidades que bloqueiam a resistência de quem prefere esperar que parte
da tal oligarquia se canse da imprevisibilidade de Trump.
(…)
Bate-se pelos trabalhadores empobrecidos que foram
abandonando os democratas.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
Produtos
sucedâneos ou similares procuram captar a atenção do consumidor [brasileiro]
depauperado, cujo aumento do custo de vida obrigou a cortar artigos mais caros
da sua dieta.
(…)
A
inflação subiu [no Brasil] em Março para 5,48%, a mais alta desde Fevereiro de
2023, sendo que a alínea que mais fez o índice de preços subir é precisamente a
dos alimentos.
(…)
O extraordinário
é que o Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo e a previsão é
que a sua produção venha a aumentar 15,5% até 2034.
(…)
O
problema para o consumidor interno é que, com os preços internacionais mais
caros, os produtor1es brasileiros ganham mais dinheiro exportando do que vendendo
a preço mais baixo no país.
(…)
E
assim o consumidor brasileiro, acossado pela falta de dinheiro, acaba por
escolher (…) queijo processado com “sabor a mozarela” ou por uma qualquer
mistura de manteiga e margarina e outros produtos falsos.
(…)
É falso, mas brilha com as mesmas cores da embalagem e,
sobretudo, a preço substancialmente mais baixo.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
O British Medical Journal
publicou em Fevereiro uma investigação que denuncia a guerrilha judicial usada
pela McDonald’s para abrir mais e mais restaurantes em zonas economicamente
desfavorecidas.
(…)
[No Reino Unido] as multinacionais alimentares gastam rios de dinheiro em
litigância judicial agressiva e inventiva para evitar alterações legais no que
diz respeito à exigência de comida mais saudável ou, simplesmente, para fugir
aos impostos.
(…)
A
McDonald’s, que pretende abrir mais cem novos restaurantes no Reino Unido
durante este ano, vai ao ponto de garantir em tribunal que promove a vida
saudável.
(…)
E têm
médicos dispostos a comprovar perante os juízes o quão saudável é a sua cadeia
de comida de plástico de primeira qualidade.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
À procura do espelho mais simétrico a que possa deitar mãos
para uma averiguação preventiva, o Ministério Público (MP) não presta grande
serviço à justiça ao colocar situações completamente incomparáveis no mesmo
patamar no espaço de um mês.
(…)
O MP tem contribuído tanto para a instabilidade política que,
agora, se sente na obrigação de fechar os olhos à disparidade e meter no mesmo
saco os casos de Luís Montenegro e de Pedro Nuno Santos (PNS), como se fossem
efectivamente comparáveis.
(…)
É, todo ele, um acto de fingimento que não colhe nem se
espera das suas superiores atribuições na representação do Estado e na defesa
da legalidade democrática.
(…)
Está a ser altura do MP ir a juízo se prova que não o tem.
(…)
A dificuldade em valorizar “o caso” de PNS atravessa o
espectro político e ainda bem.
(…)
O PSD mostra sentido de Estado, até porque sabe que não pode
desempoeirar o tapete que colocou debaixo da cama.
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