(…)
Perante as dificuldades que as pessoas manifestam por
disporem de orçamentos pessoais e familiares cada vez mais curtos, a Direita
proclama que tudo se resolve “fazendo entrar mais dinheiro no bolso de cada
cidadão” que, por si, decidirá o que fazer com ele.
(…)
As pessoas podem ficar com mais dinheiro no início do mês e
com saldos negativos maiores no seu final.
(…)
Assim acontece quando o Serviço Nacional de Saúde se degrada.
(…)
Os custos da habitação são exorbitantes, porque os governos
não têm assumido este problema como um dos mais graves da sociedade no seu todo.
(…)
As pessoas vivem cada vez mais distantes do local de trabalho
e sem transportes públicos: quanto se agravam os seus orçamentos por esse
efeito?
(…)
Como diz o povo: vai-te ganho que me dás perda.
(…)
A melhoria do bem-estar do comum dos cidadãos e o
desenvolvimento humano não se fazem com truques de “oferecer com uma mão para
tirar com as duas”.
(…)
O sindicalismo nasceu para impedir aqueles malabarismos e
porque cada cidadão só tem os seus diretos garantidos quando há compromissos
coletivos sólidos.
(…)
[Os oligarcas da história] só foram travados pela ação
coletiva e, depois, pela lei quando quem representava a parte frágil ganhou
força.
(…)
Esta fase da história que estamos a atravessar não tem de ser
definitivamente trágica.
(…)
Lembremos que, quando o povo adormece, demagogos e fascistas
tentam manipulá-lo.
A
partir de 1 de Outubro, os anúncios de comida de plástico no Reino Unido só
podem passar a partir das 21h. É a mais recente medida das autoridades
britânicas para tentar conter a pandemia de obesidade no país.
(…)
Em
1980, só 6% dos homens e 9% das mulheres eram considerados obesos no país,
enquanto a comida ultraprocessada representava apenas 26% das mercearias
compradas para a cozinha.
(…)
Em
2022, o Serviço Nacional de Saúde britânico classificava 28% da população como
obesa e dois terços das calorias ingeridas provêm de alimentos processados ou
ultraprocessados.
(…)
O lobby da indústria alimentar tem feito de tudo para, em
primeiro, impedir a medida.
(…)
Quando não o conseguiram, introduzir o máximo
de excepções à lei.
(…)
A
menos de cinco meses da entrada em vigor, a pressão sobre o Governo e os
legisladores continua a ser enorme.
(…)
As
empresas [do Reino Unido] gastaram [em 2024] mais 420 milhões de libras (490
milhões de euros) do que em 2023, uma subida de 26% [em publicidade].
(…)
Uma
organização de jovens que procura lutar contra a influência da comida de
plástico na sociedade britânica, chamada propositadamente Bite Back.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
[Foi no final da primeira década deste século
que] surgiu
o conceito de ultraprocessados, formados com fragmentos de alimentos por
meios de processos industriais que não podem ser reproduzidos em casa. [O
conceito foi denominado NOVA]
(…)
[A NOVA] continua a enfrentar ataques e
resistências, mesmo dentro da comunidade científica.
(…)
O
coordenador emérito do Nupens [Núcleo
de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo]
explica que nocividade dos ultraprocessados vai muito mais além das questões de
saúde (obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares) e “afecta também relações
sociais, saberes culinários, modos de vida e até valores culturais”.
(…)
“Por trás do discurso de practicidade e
inovação existe uma estratégia de substituição do alimento de verdade por uma
imitação altamente lucrativa”, lembra o médico.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
É incómoda? A história não é amável com a sua
manipulação.
Pacheco Pereira, “Público”
(sem link)
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