sexta-feira, 6 de junho de 2025

CITAÇÕES

 
Até podemos ignorar o processo que envolve Sócrates, que se encaminha para mais uma vergonhosa exibição de incompetência do poder judicial, e ficar pelo indisputável: tivemos um primeiro-ministro que recebia dinheiro de um empresário enquanto exercia funções.

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Faz-me lembrar outro, recentemente reeleito pelo povo. 

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Na década de 1980, o Estado português aliou-se à indústria da celulose para promover a plantação maciça de eucalipto.

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Na prática, foi o início de um ciclo de degradação ambiental, abandono populacional e favorecimento de interesses económicos privados.

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A monocultura de eucalipto não fixou pessoas — expulsou-as.

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O interior converteu-se num mosaico de “desertos verdes”: vastas de produção homogénea, desertas de vida humana e biodiversidade.

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O solo degradou-se, os recursos hídricos diminuíram e o risco de incêndio disparou.

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Hoje, o eucalipto ocupa oficialmente 812 mil hectares do território nacional (IFN6, 2015), mas as estimativas apontam para perto de 1 milhão de hectares.

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Portugal é o país europeu com mais eucalipto — e com mais incêndios.

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Desde o início, a Quercus denunciou esta política de “desenvolvimento” baseada na ganância.

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O fenómeno da “porta giratória” entre política e indústria florestal ficou escancarado com figuras como Álvaro Barreto (ex-ministro), que passou da governação à indústria.

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Francisco Gomes da Silva, que como secretário de Estado das Florestas (…) liberalizou ainda mais as plantações.

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Apesar das resistências, a história deu razão à Quercus.

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Defendemos, então como agora, que uma verdadeira transição exige diversidade, justiça e ecologia.

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E não a ilusão de progresso que empobrece os solos, seca os rios e esvazia o país.

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[Isto] é sobre escolhas políticas. É sobre como interesses privados colonizaram o bem comum. É sobre um país que precisa urgentemente de reaprender a ouvir a terra.

Sílvia Moutinho, “Público” (sem link)

 

Portugal viveu 48 anos isolado do mundo, com um regime ditatorial, sem eleições livres, que não permitia a liberdade de expressão e reprimia violentamente os opositores ao regime.

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A corrupção era generalizada, visível no acesso à justiça, aos serviços de finanças e outros serviços públicos em que era necessário corromper os funcionários públicos mal pagos.

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A corrupção a nível político e económico para se obterem benesses era escondida e, quando descoberta, não era noticiada nos jornais, pois a censura não permitia.

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Era um dos países mais atrasados da Europa, com a emigração para a França, Alemanha, Reino Unido e Suíça de milhões de cidadãos que procuravam melhor vida.

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Um regime que não quis negociar, como propunham os diversos movimentos de libertação das colónias nos anos 60, empurrando o país para uma guerra colonial com milhares de mortos e estropiados.

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Hoje vemos uma parte dos cidadãos, incluindo muitos jovens, a porem em causa os 50 anos de liberdade e democracia que transformaram radicalmente o país, a nível da educação, da saúde e direitos sociais.

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Temos hoje outros problemas, como o acesso à habitação por parte dos jovens, funcionamento deficiente do Serviço Nacional de Saúde, percentagem muito elevada da população com salários insuficientes.

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Temos de encontrar soluções para estes problemas.

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[Em50 anos] o número de médicos aumentou de 119 por 100.000 habitantes para 564.

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Os indicadores sobre mortalidade infantil e esperança de vida à nascença melhoraram muito e estão a nível dos melhores do mundo.

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Em 1970 estavam construídas 2.702.215 habitações. Em 2021 existiam 5.970.677 habitações ainda insuficientes.

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Em 1974 só 5% dos jovens frequentavam o ensino secundário, em 2023 eram 90%.

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Frequentam atualmente o ensino superior 448.235 estudantes; em 1974 eram cerca 56.333.

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A juventude atual tem grandes desafios. Tem de vencê-los de forma a garantir o seu futuro.

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Não com a ilusão de um regresso ao passado prometido por “profetas” que nada propõem de construtivo, mas apenas ódio, destruição da sociedade democrática e desenvolvimento de sociedades belicistas.

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O mundo está numa fase de grandes alterações.

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[A Europa] está a priorizar políticas belicistas que destabilizam mais a região. 

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Do que a Europa precisa é de um espaço de paz que devia ser discutido e negociado entre os países europeus dentro e fora da UE.

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[A Europa] tem de desenvolver políticas de aproximação às novas potências emergentes, que não a vêm como potência imperialista.

José Aranda da Silva, “Público” (sem link)

 

As redes sociais tê sido o mecanismo decisivo para o surgimento de movimentos extremistas que mais não são do que projetos de poder e usam essas redes para atingir os seus objetivos e destruir as sociedades livres.

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Esses movimentos lançam nas redes grandes quantidades de conteúdos que são falsos, manipulados, enviesados mas com grande capacidade de ara captar a atenção de imensa gente.

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Esse efeito é ainda mais problemático junto dos jovens, cujo espírito crítico é limitado.

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As redes sociais também são instrumentos dos regimes totalitários. A Rússia bombardeia continuamente os países ocidentais com informação falsa através delas.

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As sociedades livres têm de se proteger, e um dos mecanismos que temos de usar é uma forte regulação das redes sociais.

João Gabriel Silva, “Diário de Coimbra” (sem link)


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