(…)
Faz-me lembrar outro, recentemente reeleito
pelo povo.
Daniel Oliveira, “Expresso”
(sem link)
Na década de 1980, o Estado português aliou-se
à indústria da celulose para promover a plantação maciça de eucalipto.
(…)
Na prática, foi o início de um ciclo de
degradação ambiental, abandono populacional e favorecimento de interesses
económicos privados.
(…)
A monocultura de eucalipto não fixou pessoas —
expulsou-as.
(…)
O interior converteu-se num mosaico de
“desertos verdes”: vastas de produção homogénea, desertas de vida humana e biodiversidade.
(…)
O solo degradou-se, os recursos hídricos
diminuíram e o risco de incêndio disparou.
(…)
Hoje,
o eucalipto ocupa oficialmente 812 mil hectares do território nacional (IFN6,
2015), mas as estimativas apontam para perto de 1 milhão de hectares.
(…)
Portugal é o país europeu com mais eucalipto —
e com mais incêndios.
(…)
Desde o início, a Quercus denunciou esta política de “desenvolvimento”
baseada na ganância.
(…)
O
fenómeno da “porta giratória” entre política e indústria florestal ficou
escancarado com figuras como Álvaro Barreto (ex-ministro), que passou da governação à
indústria.
(…)
Francisco Gomes da Silva, que como secretário de Estado das Florestas
(…) liberalizou ainda mais as plantações.
(…)
Apesar das resistências, a história deu razão à
Quercus.
(…)
Defendemos, então como agora, que uma
verdadeira transição exige diversidade, justiça e ecologia.
(…)
E não a ilusão de progresso que empobrece os
solos, seca os rios e esvazia o país.
(…)
[Isto]
é sobre escolhas políticas. É sobre como interesses privados colonizaram o bem
comum. É sobre um país que precisa urgentemente de reaprender a ouvir a terra.
Sílvia Moutinho, “Público” (sem link)
Portugal
viveu 48 anos isolado do mundo, com um regime ditatorial, sem eleições livres,
que não permitia a liberdade de expressão e reprimia violentamente os
opositores ao regime.
(…)
A corrupção era generalizada, visível no acesso
à justiça, aos serviços de finanças e outros serviços públicos em que
era necessário corromper os funcionários públicos mal pagos.
(…)
A
corrupção a nível político e económico para se obterem benesses era escondida
e, quando descoberta, não era noticiada nos jornais, pois a censura não
permitia.
(…)
Era um
dos países mais atrasados da Europa, com a emigração para a França, Alemanha,
Reino Unido e Suíça de milhões de cidadãos que procuravam melhor vida.
(…)
Um
regime que não quis negociar, como propunham os diversos movimentos de
libertação das colónias nos anos 60, empurrando o país para uma guerra colonial
com milhares de mortos e estropiados.
(…)
Hoje
vemos uma parte dos cidadãos, incluindo muitos jovens, a porem em causa os 50
anos de liberdade e democracia que transformaram radicalmente o país, a nível
da educação, da saúde e direitos sociais.
(…)
Temos
hoje outros problemas, como o acesso à habitação por parte dos jovens,
funcionamento deficiente do Serviço Nacional de Saúde, percentagem muito
elevada da população com salários insuficientes.
(…)
Temos de encontrar soluções para estes problemas.
(…)
[Em50 anos] o número de médicos aumentou de 119 por 100.000 habitantes
para 564.
(…)
Os
indicadores sobre mortalidade infantil e esperança de vida à nascença
melhoraram muito e estão a nível dos melhores do mundo.
(…)
Em 1970 estavam construídas 2.702.215 habitações.
Em 2021 existiam 5.970.677 habitações ainda insuficientes.
(…)
Em 1974 só 5% dos jovens frequentavam o ensino
secundário, em 2023 eram 90%.
(…)
Frequentam atualmente o ensino superior 448.235 estudantes; em 1974 eram cerca
56.333.
(…)
A juventude atual tem grandes desafios. Tem de
vencê-los de forma a garantir o seu futuro.
(…)
Não
com a ilusão de um regresso ao passado prometido por “profetas” que nada
propõem de construtivo, mas apenas ódio, destruição da sociedade democrática e
desenvolvimento de sociedades belicistas.
(…)
O mundo está numa fase de grandes alterações.
(…)
[A Europa] está a priorizar políticas
belicistas que destabilizam mais a região.
(…)
Do que
a Europa precisa é de um espaço de paz que devia ser discutido e negociado
entre os países europeus dentro e fora da UE.
(…)
[A
Europa] tem de desenvolver
políticas de aproximação às novas potências emergentes, que não a vêm como
potência imperialista.
José Aranda da
Silva, “Público” (sem link)
As redes sociais tê sido o mecanismo decisivo
para o surgimento de movimentos extremistas que mais não são do que projetos de
poder e usam essas redes para atingir os seus objetivos e destruir as
sociedades livres.
(…)
Esses movimentos lançam nas redes grandes
quantidades de conteúdos que são falsos, manipulados, enviesados mas com grande
capacidade de ara captar a atenção de imensa gente.
(…)
Esse efeito é ainda mais problemático junto dos
jovens, cujo espírito crítico é limitado.
(…)
As redes sociais também são instrumentos dos
regimes totalitários. A Rússia bombardeia continuamente os países ocidentais
com informação falsa através delas.
(…)
As sociedades livres têm de se proteger, e um
dos mecanismos que temos de usar é uma forte regulação das redes sociais.
João Gabriel Silva, “Diário
de Coimbra” (sem
link)
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